Na mesma quadratura do círculo do post anterior também a blogosfera foi discutida. O António Costa estava muito indignado com a facilidade como se punham a correr no “submundo” que é a blogosfera petições sem nenhum sentido. Claro que quando chegou a vez do Pacheco Pereira quase rebentou de prazer. Um assunto em que é especialista, (embora esta gente se pense especialista em tudo). Ele, que olhando em redor para comentadores e camaramen, doncluiu. Eu, a pessoa mais atacada na blogosfera de todos os que estamos aqui. Que honra, que alegria. Claro que isso só acontece porque em toda a blogosfera só 1% vale alguma coisa, os outros 99% são lixo, escrito por frustrados que querem ganhar alguma fama, uma multidão anónima sem qualquer valor e que falam de assuntos sem os conhecer a fundo. (Olha logo quem, que nesse mesmo programa com meia dúzia de palavras tinha transformado o Marx num teórico defensor do capitalismo, mostrando claramente que, ou nunca realmente leu as suas obras, ou quando fala diz o que lhe dá jeito sem se preocupar com toda a deturpação da verdade e da realidade que possa estar a fazer. Já ouvi chamar de troca-tintas, charlatães e aldrabões a quem se comporta assim). Eu, como parte integrante desses 99% e produtor de lixo blogosfértico aqui lhe digo que encontro muito mais de 1% de blogs muito melhores, mais bem escritos, mais imaginativos, mais interessantes, que o dele. Mas, como dizia a minha Avó, “presunção e água benta cada um toma a que quer”.
Há, é verdade, acabou citando Bernard Shaw, dizendo que tem escrito no cimo do seu blog, em letra invisível, “Nunca lutes com um porco. Primeiro, porque ficas sujo. Segundo, porque ele gosta!” Só me apeteceu aplaudir, tão bem ficou reflectida a sua personalidade.
Arquivo de 4 de Outubro, 2008
Lutar com o Porco
Ilusionismo da confiança
Para Lobo Xavier, veio repetir na Quadratura do Circulo, (hoje bastante frutuosa em afirmações aberrantes), que a crise internacional é um problema de confiança, Tudo o que é necessário para ultrapassa-la é ultrapassar esse problema de confiança. A ganância, a roubalheira, as pensões e as poupanças perdidas não é um problema, o problema é simplesmente de confiança. Confiança em quê? De quem? Dizem que dos mercados, como se os mercados tivessem algo de humano, mas a confiança que realmente temem ter sido perdida é no sistema capitalista. Confiança perdida porque ficou bem evidente qual o fim inevitável a que o capitalismo selvagem sempre conduzirá. É a sua função, é o ter de ganhar o mais possível o mais rapidamente possível. É a confiança das pessoas que os preocupa. Nunca vi tanta gente defensora do capitalismo global meter tanto o socialismo na conversa só para demonstrar que não há alternativas. Falam de Marx, (a quem Pacheco Pereira considerou um amante da globalização e do capitalismo), sorrindo e do “modelo socialista” com desdém. Confiança, só querem que as populações, os eleitores, continuem a confiar no capitalismo, que continuem a acreditar hipnótica canção de embalar da Comunicação Social” e nos discursos dos políticos, que confiem tanto e tão “bovinamente” que aceitem viver numa interminável crise, que aceitem continuar a perder direitos e poder de compra. Confiança para que não pensem se realmente têm confiança nesta gente. O problema deles é mesmo esse, o da confiança porque sabem que por mais bonita e florida que seja a roupa com que o vistam, já muitos vislumbraram o cadáver que escondem.