Recebi num mail estra transcrição de uma intervenção do António Costa (PS e Presidente da Câmara de Lisboa) na Quadratura do Circulo:‘Quer o governo quer os sindicatos precisavam deste acordo e dele rapidamente!
Porquê?
Porque o que nós verdadeiramente tivemos aqui foi algo que transcendeu o governo e transcendeu os sindicatos! Quer o governo quer os sindicatos foram apanhados de surpresa em todo este processo. As primeiras manifestações, como todos nos recordamos, foram convocadas espontaneamente. Aquela manifestação excedeu em muito a capacidade de mobilização sindical. Os sindicatos fizeram um esforço colossal para procurar enquadrar rapidamente aquele movimento. Aquele movimento tinha uma natureza espontânea e o mal-estar que existe em muitas escolas e nos professores transcende, em muito, o que está em cima da mesa das negociações! ‘Distraiu-se e disse aquilo que me parecia evidente. Os sindicatos assustaram-se com a força que a sua classe lhes dava e ficaram sem saber o que fazer com tanto poder. Sentiram que tinham que rapidamente “enquadrar” aquela luta e a Sinistra logo lhes deu a mão. Não para os salvar a eles, mas a ele própria que se deve ter imaginado a ser recambiada para dar aulas numa escola publica na Musgueira ou na Cova da Moura. (Claro que todos sabemos que haveria sempre uma secretária num ministério para lhe evitar o incomodo, mas dá sempre prazer imaginar estas situações). Estendeu a maça do memorando de entendimento e o sindicato trincou com toda a força. Ganhou folego a Bruxa e descansou o Sindicato.Agora que os professores começam de novo a levantar a sua voz o sindicato tudo faz para desvalorizar esse movimento, esvaziá-lo da sua força e tentar não ser ultrapassado de novo pela vontade e luta daqueles que devia representar. A Sinistra bruxa, essa lá vai envenenando mais uma maça para tentar a Branca de Neve. Cabe aos professores mostrar a sua vontade e recusar que outros assinem aquilo que não desejam. Cabe aos professores mostrarem a sua força e fazerem tremer o poder. É altura de todos encherem Lisboa no dia 15 de Novembro.
30
Out
08
A luta pelo lugar ao sol em todo o seu esplendor. Curiosamente, coisas do foro laboral, o cerne de qualquer sindicato, parecem não lhes interessar. Por exemplo, onde está a denuncia de, actualmente, os professores estarem a ser obrigados a fazer a sua formação profissional, factor de avaliação na carreira, apenas em horário pós-laboral? Acontece que isto implica fazer 25 horas de formação em horários que começam pelas 18h, indo até às 22h; inclui sábados e, por vezes domingos; e implica escrever um relatório para o qual não está reservado tempo no horário de trabalho. Mas, digo eu, aos sindicatos interessa muito mais serem a voz da educação. O que, obviamente, significa a presença na mesa das negociações, lugar que poderia perder a exclusividade caso os movimentos independentistas dos professores ganhassem relevo.