Arquivo de 14 de Novembro, 2008
Compadres Maneis
Com tanta coisa a acontecer falta tempo para tentar compreender a dimensão de tanta informação e sobretudo para a encaixar na lógica geral que lhe confere a legitimidade e a torne credível. Esta história do Maneis, o Pinho e o Sebastião foi daquelas que só fui entendendo em informações dispersas e confusas. Muitos vêm dizer que isto nem é um caso e que tudo o que aconteceu foi legalíssimo e sem mácula. Quem sou eu para dizer que é mentira.
Claro que por dentro não posso deixar de imaginar o outro cenário, o do cambalacho. O Pinho ao comprar uma casa pertencente a um fundo imobiliário do que era gestor como administrador do BES o que já em si vai contra a ideia de um administrador poder negociar em nome particular bens de um banco que gere. (Para quem não se lembra esta casa foi a do Almeida Garrett e que tanta polémica deu na altura com a sua demolição). Quem o deveria fiscalizar é o Banco de Portugal, mas que podemos pensar quando é um funcionário do próprio Banco de Portugal, Manuel Sebastião, a servir de procurador do Pinho na compra desse mesmo prédio. Quem devia investigar a legalidade é quem consuma o negócio. Se isto já parece estranho, mais ainda fica quando o próprio Sebastião acaba por se tornar, também ele, como proprietário de uma das fracções desse mesmo prédio. Não sei quanto pagou, como pagou ou mesmo se o chegou a pagar, mas a verdade é que o Sebastião é hoje presidente da Autoridade da Concorrência, cargo para onde foi nomeado pelo próprio Manuel Pinho.
Como disse, tudo isto pode ser do mais imaculado que existe, mas com tantos cruzamentos entre estes Maneis tudo isto perde muito da sua transparência. Fica turvo, tão turvo como anda este país.
Podem ler uma noticia sobre o assunto aqui [Publico]
Raças perigosas XIX
O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, afirmou hoje que os motivos da manifestação de estudantes do ensino básico e secundário “não têm razão de ser”, sublinhando que “faltar deixou de ser um direito” com o novo Estatuto do Aluno.
Será que já equiparam as salas de aula com camas para os alunos que adoeçam? Quando é que esta personagem começa a entender que quando fala só mostra brutalidade, ignorância, prepotência e servilismo à voz do dono. Um personagem sinistro que não tem categoria para fazer parte de nenhum governo, tal é a sua insensibilidade para com os problemas dos professores, alunos e pais. Simplesmente desprezível.