Vi e ouvi o Pros-e-Contras com Pedreiras, Nogueiras e algumas asneiras. Como não sabia porque ponto lhe pegar, escolhi aquilo que sou; Pai. Lá estava o Pai dos Pais a falar em meu nome sem que para isso lhe tenha passado qualquer procuração. Aparece em todo o lado, nem que seja na forma de emplastro, para sustentar este sinistro estado de coisas.
Como estou com sorte, nem necessito de escrever. O meu amigo J.Leitão permitiu-me não ter de o fazer pois acabou de me enviar um texto.O que fazer?
Os professores devem falar de modo a que quem não é professor entenda o que está em causa. Por outro lado, quem é pai/mãe, sempre que vai a uma reunião de pais com o director de turma devia aproveitar para fazer umas perguntas no final da reunião, ou então marcar um encontro com o director de turma, já que UMA vez por semana, há um dia designado para esse efeito. Se é verdade que os professores ainda não tentaram esclarecer o país sobre as bases da sua luta, também é verdade que quem é pai/mãe pode facilmente ser esclarecido na própria escola que é frequentada pelo/s seu/s filhos.
Eu faço isso há 14 anos, e sei muito bem como é a escola pública. A escola pública tem grandes defeitos e muito más condições de trabalho para todos os que lá andam todos os dias, professores, alunos e auxiliares de educação. Há felizmente uma fatia significativa de excepções, devido sobretudo às pessoas que lá trabalham., Obviamente os professores os alunos e os auxiliares de educação, aos quais se juntam muitas vezes os pais.
Agora, tem toda a razão o cirrus quando escreve: “andaram 2 meses a discutir a que manifestação haviam de aderir”. O que mostra bem que entre os professores há divergências quanto baste. Foi muito bom terem comparecido quase todos em pelo menos uma. E ou muito me engano, mas pode ter sido um momento único, que dificilmente se repetirá . Rapidamente vêm ao de cima o que os divide e, infelizmente, não o contrário.
Aproveito para repetir que,na minha visão, os problemas do ensino em Portugal NÃO PASSAM , em primeiro lugar, pelos assuntos que têm sistematicamente postos em evidência tanto pelo ministério como pelos professores (avaliação e estatuto da carreira docente;embora a questão do modelo de gestão da escola me pareça bem mais importante).
NÃO, por favor NÃO. Há diversos aspectos que estão mais para baixo, na base, que não estão a ser falados desde há décadas, e pelos quais é URGENTEMENTE NECESSÁRIO começar a falar. Refiro-me à disciplina na escola, ao ambiente da escola, aos refeitórios das escolas, aos programas de cada ciclo, ao uso da máquina de calcular, à avaliação dos alunos e à formação dos professores. A todos estes aspectos deve adicionar-se um outro importantíssimo que é onde tudo começa: as creches e jardins de infância. E podemos ir um pouco mais atrás, às licenças de maternidade dos pais que deviam tender para os 2 anos de licença o mais célere possível.
Para mim a educação começa nos primeiros meses de vida e portanto a sociedade, nesse domínio, devia estar organizada de modo a proporcionar as melhores condições aos bébés, às crianças e aos jovens. Nunca vi/ouvi ninguém em Portugal, que tenha alguma vez tenha abordado o tema da educação nestes termos. Embora acredite que muitas pessoas pensem da mesma forma que eu.
A classe dos professores deveria ter sido a primeira a ter lançado este assunto para discussão na assembleia da república, nos partidos políticos, nas associações, em todo o lado.
25
Nov
08
Tens razão, Kaos, quanto aos problemas que levantas. Alguém tinha que dar o primeiro sinal.