O convite endereçado a Cavaco Silva para inaugurar a Casa Museu Vasco da Gama, em Sines, a presença em actos e cerimónias com o primeiro-ministro José Sócrates e a celebração de um contrato de execução com o Ministério da Educação, são alguns dos motivos que estão na origem da ruptura do presidente da Câmara Municipal de Sines, Manuel Coelho, com o Partido Comunista Português.
O autarca, que cumpre o terceiro mandato à frente de Sines, não poupou críticas à actuação do PCP dizendo estar “impregnado de um conjunto de características dogmáticas com práticas reaccionárias e retrógradas”. A decisão foi anunciada após uma reunião extraordinária da câmara, onde foi deliberado retirar a vice-presidência a António Albino por falta de lealdade, coesão e alinhamento para com o restante executivo e “obediência cega aos ditames do partido”, do qual deixou agora de fazer parte.
In “CM”Todos conhecem a história do escorpião que precisava de atravessar o rio e que justificou ter picado o rato que o transportava, condenando ambos a morrerem afogados, dizendo: -É a minha natureza. Esta outra, parece ser a do PCP. É pena.
30
Jan
09
Em relação ao que se passou em Sines e aqui retratado no Blogue na opinião respeitável do seu responsável, parece ser um pouco aquilo que o Povo costuma dizer, «preso por ter cão, preso por não ter».
Claro que se PCP tivesse alinhado em Sines com o Cavaco, com o Sócrates, o responsável deste blogue estaria a caricaturar o PCP ou o Jerónimo eventualmente por se estar a fazer a “aquecer” ao Poder.
Como disse não discuto opiniões, discuto coerências de orientações de um blogue que conheço há anos e que admiro.
Caro Alexandre:
Não me parece que a questão do cão seja aqui importante. A questão é de querer fazer politica nacional com a politica local, mas o post até é mais sobre o controlo politico do PCP sobre todos aqueles que com eles colaboram. Há que saber ver as diferenças, respeita-las e discuti-las. Sei as dificuldades porque passei sempre que tentei colaborar ou pertenci a projectos onde o PCP estivesse presente. Não é fácil.
Um abraço
Amigo Kaos
Verifiquei que no outro lado a faladura ofensiva e penso desajustada aos tempos que correm continua. Por isso vim aqui expor a minha opinião.
Todos sabemos (alguns por experiência própria) como se rege o PCP, por mais que queiramos não podemos dialogar, discutir, apresentar algo diferente das ideias dominantes, sempre foi assim e sempre assim será, infelizmente. Não se pode fazer uma crítica, um pouco de humor, dizer sequer que apesar das respeitarmos NÃO CONCORDAMOS COM AS VOSSAS IDEIAS, somos logo apelidados
de “fascistas”(sic), “traidores” ou outros cognomes menos apropriados para gente
civilizada.
Se o Sr. Manuel Coelho quis sair do PCP quem tem alguma coisa a obstar? só ele saberá os motivos, se tem razão ou não só a ele lhe diz respeito, se o sr. como presidente da Câmara convidou o Silva, o Sócrates, o vendedor ambulante, o cauteleiro, o pescador ou quem lhe desse na real gana, para além do direito que lhe assiste, o dito convida quem quiser, que tem a direcção do PCP com isso? Onde está a liberdade de cada um? onde está a liberdade e a autonomia dum presidente de Câmara? será que para ir à casa de banho também necessita do aval do partido? Quanto a mim à qualquer coisa de errado no controlo que o PCP faz aos seus autarcas, esquecendo-se que os mesmos foram eleitos (também) com votos de pessoas que noutras eleições não votam PCP.
Abraço