A nova lei do financiamento dos partidos políticos, das campanhas eleitorais e dos grupos parlamentares, ontem aprovada na especialidade em tempo recorde, sobe em mais de um milhão de euros — de 22.500 para 1.257.660 euros — o limite das entradas em dinheiro vivo nos partidos.Porra, de vinte e poucos mil para mais de um milhão duzentos e cinquenta mil. Aqui, tirando um ou outro deputado que se sentiu desconfortável com a situação, todos os partidos estiveram de acordo e unânimes no “sim”. Ouvi depois que isto era feito só para resolver o problema PCP e dos dinheiros da Festa do Avante, mas por mais honesta e louvável que possa ser a justificação, o que vislumbro são malas de dinheiro a entrarem pelas sedes dos partidos sem se procurar sequer saber de onde vêm e o que podem estar a pagar. Bastante elucidativo a unanimidade de todos os partidos, a celeridade do processo e o recato das reuniões.
Arquivo de 2 de Maio, 2009
A festa da unanimidade
1º Maio 2009
A Segurança Social gastou até Abril perto de dois milhões de euros nas compensações aos mais de dez mil trabalhadores que estão em situação de ‘lay-off’, segundo dados hoje divulgados pelo Ministério do Trabalho.
A taxa de desemprego em Portugal subiu para 8,5 por cento em março – acima dos 8,4% verificados no mês anterior e dos 7,6% no mês homólogo de 2008
«Não há nenhuma saída miraculosa, não há uma bala de prata, mas há conjugação de esforços e inteligência para reduzir o impacto das dificuldades», afirmou Vieira da Silva perante empresários numa sessão de esclarecimento sobre «Apoios Governamentais para Vencer a Crise». Aos jornalistas, Vieira da Silva defendeu a «criação de políticas públicas que de alguma forma possam fazer a socialização do risco que as empresas sentem que é a contratação de um novo trabalhador».Triste 1º de Maio este, para os trabalhadores, num ano que vimos o PS aprovar uma vergonhosa Lei Laboral que nem os partidos de direita tinham tido coragem de apresentar, e vemos o país mergulhado numa crise internacional, totalmente da responsabilidade da ganância do liberalismo capitalista global e com a complacência e apoio dos governos ao seu serviço. Triste dia este, em que vemos os mesmos que nos atiraram com a crise para cima, continuarem a aplicar as mesmas práticas e politicas que a geraram. Vamos continuar à espera que sejam eles que resolvam o problema? Até onde terá de ir o desemprego e a miséria para decidirmos que já basta?
Proibição dos despedimentos e ruptura com a União Europeia são essenciais para podermos construir uma alternativa viável.