Não concordo com todas as ideias e actividade politica do POUS da Carmelinda Pereira, mas não posso deixar de admirar a sua persistência na defesa daquilo em que acredita e todo o trabalho e tempo que gasta numa luta, para muitos condenada, por ignorada pela comunicação social e pelos poucos recursos que têm, (um orçamento de 720 Euros para a campanha das eleições Europeias), a não chegar à maioria das pessoas. Mesmo assim não desiste, não se cansa de reunir os seus apoiantes, defender as suas ideias e participar em todas as lutas que considera justas. Apoio-a nestas eleições por defender duas ideias que considero correctas e que representam soluções reais para a crise que atravessamos. Primeiro, a Proibição de todos os despedimentos, acabando com o a politica do estado pagar o desemprego, com subsídios e injecções de capital, mas o emprego, garantindo que o tecido produtivo do país não é destruído. A segunda medida, a Ruptura com a União Europeia, deixando de obedecer a imposições capitalistas e neo-liberais e defendendo uma outra Europa constituída por povos livres e soberanos. Pode parecer demasiado radical, mas perante o avanço do capitalismo global, da ditadura do inevitável e do poder dos Senhores do Mundo, há que agir. Somos enganados todos os dias pelas televisões, pelos políticos, pelos economistas e por todos aqueles que nos dizem que têm soluções milagrosas para os problemas. As soluções temos de ser nós, na recusa do inevitável, tornando possível aquilo que nos dizem não o ser. Como dizia Robert Musil, “Uma utopia é uma possibilidade que pode efectivar-se no momento em que forem removidas as circunstâncias provisórias que obstam à sua realização”.
Arquivo de 13 de Maio, 2009
Super Carnelinda Pereira
Impressões sobre pressões
O Conselho Superior do Ministério Público aprovou esta tarde a instauração de um processo disciplinar contra Lopes da Mota, presidente do Eurojust, por alegadas pressões a magistrados para arquivamento do caso Freeport. Segundo avança o “Correio da Manhã”, no relatório é dado como “fortemente indiciado que Lopes da Mota exerceu pressões sobre os magistrados Paes Faria e Vítor Magalhães para que procedessem a um arquivamento parcelar do inquérito sobre o alegado pagamento de luvas para licenciar o centro comercial Freeport”.As alegadas pressões dizem respeito a conversas que o presidente do Eurojust terá mantido com os procuradores que investigam o caso, fazendo considerações sobre a delicadeza do caso, comparando-o ao processo Casa Pia, e adiantando que ambos os magistrados estariam sozinhos, adiantou hoje o DN. Lopes da Mota admitiu depois que disse que o primeiro-ministro queria o caso resolvido rapidamente, não o considerando, porém, uma pressão. Segundo os procuradores alegadamente pressionados, os “recados” terão sido enviados pelo próprio ministro da Justiça, Alberto Costa, que confirmou em Abril no Parlamento que reuniu com Lopes da Mota. O titular da pasta da Justiça referiu ainda nessa altura que iria “retirar todas as consequências”, caso se confirmassem as suspeitas de pressões no caso que envolve o nome do actual primeiro-ministro José Sócrates.Mais um bocadinho de luz sobre a Campanha Negra.