A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, defendeu hoje que o “manual de aplicação” destinado aos professores durante a realização das provas de aferição “é muito útil” e “absolutamente necessário” aos docentes para assegurar igualdade em todas as turmas. A ministra frisou que o manual, que dá indicações muito específicas, incluindo as frases que os professores devem dizer a cada momento da prova, “é um guia de apoio aos professores”.ATENÇÃO
A partir daqui, siga cuidadosamente os procedimentos descritos no Guião de Aplicação de cada prova.
Não procure decorar as instruções ou interpretá-las, mas antes lê-las exactamente como lhe são apresentadas ao longo deste Manual.Para consultar o texto completo “Clique AQUI”.
Felizmente não sou professor porque não tinha estômago para aturar tanta humilhação. Fazer do professor um incapaz de tomar conta de um exame, dizendo-lhe exactamente, não o que deve dizer, mas o que deve ler em voz alta. O que isto quer dizer é que não há necessidade de na sala da avaliação estar um professor. Podia estar um polícia, um estivador ou um Engenheiro da Independente, desde que soubesse ler.
Até quando vão os professores calar a sua indignação e correr com esta gente? Até quando vão gritar nas manifestações e calar nas escolas? Até quando vão jurar lutar contra as medidas impostas pela sinistra e cumprir às escondidas as ordens do ministério? Até quando?
Arquivo de 18 de Maio, 2009
Manual para professores papagaios
Conquistas sindicais
Dia 30 os professores saem de novo à rua para se manifestarem contra as politica da Sinistra Ministra. Já aqui afirmei que não sou professor, mas que como pai e cidadão me sinto parte interessada nesta luta, por sentir necessidade de defender uma escola pública democrática e de qualidade. É o futuro dos meus filhos e deste país que estão em causa. Acreditei que os professores, profissão que respeito e admiro, podiam vencer este braço de ferro e abrir uma brecha nesta falsa democracia em que vivemos. Acreditei que eram uma profissão culta, informada e que tinham todos os argumentos e armas para vencer. Quando os 120 mil desfilaram pelas ruas de Lisboa, vi finalmente uma profissão unida numa luta e tive a certeza que iam vencer. Não iam, já tinham vencido e só bastava um pequeno empurrão para a Ministra e a sua quadrilha ruírem. Bastava que as organizações sindicais não tivessem deitado a mão à ministra e a tivessem salvo. Bastava que não tivessem assinado um acordo, o famoso memorando, que lhe permitiu sobreviver e lhe deu tempo para dividir aquilo que estava unido; os professores. Hoje, derrotados os professores vêm o seu vínculo profissional perdido, a sua dignidade espezinhada e o seu futuro ameaçado. Perderam os professores e perdemos todos nós.
Onde falharam? Falharam ao não assumirem a luta nas suas mãos e em confiarem em quem os dizia representar. Falharam ao acreditar que quem “luta” dentro do sistema esteja interessado em o destruir ou até em o modificar.
Acredito que para lutar contra este sistema há que começar por o negar e começar a lutar fora das regrazinhas e do ser politicamente correcto. Há que lutar sem se procurar protagonismo ou esperar que nos ofereçam um lugar ao sol. Infelizmente os sindicatos que temos fazem mais jogo politico que luta real pelos interesses dos trabalhadores. Em cada manifestação acabam mais a tirar a pressão à panela do descontentamento que em resolver realmente os problemas. Vivemos tempos de mentiras e de consolidação de uma falsa democracia. Acredito que só na independência dos poderes políticos e na união de todos pode estar a resposta.
Desta vez, não vou estar presente na manifestação dos professores porque não acredito que vá mudar seja o que for. Prefiro ir para a rua falar com as pessoas, falar-lhes da necessidade de acabar com este estado de coisas, de proibir os despedimentos, de construir uma verdadeira democracia em que não sejamos, o “rebanho tolo” que querem que sejamos.
Acredito nos sindicatos e na sua força para mudar o mundo, mas isso só será possivel quando agirem, não em nome dos trabalhadores, dizendo-lhes o que têm e devem fazer, mas quando forem a união da sua verdadeira vontade. Não os lideres que conduzem as lutas dos trabalhadores, mas a arma nas mãos desses trabalhadores.