José Eduardo Moniz anunciou o abandono de Queluz para um projecto em que querem a sua presença. Mas deixa linhas orientadoras para o futuro da estação. Diz que será “um escândalo” tirar Manuela Moura Guedes do “Jornal Nacional”.
Que o Moniz estava de saída já se sabia. Começou com uma ameaça de candidatura à presidência do Benfica, depois veio o negócio da PT que fez correr muita tinta e agora finalmente vai para mais um daqueles empregos de “sonho” e ainda leva três milhões de indemnização por rescisão por mutuo acordo. Não fica mal na vida. Não lhe valia a pena criar uma crise para garantir o emprego da sua cônjuge. Que a Manuela Moura Guedes continue a dar “noticias” às sextas-feiras é algo a que não dou grande importância. Quero lá saber da Manela “Bocarras” Guedes, que continua a ser a mesma que cantava o “Foram cardos foram rosas”. Que continua a ser a mesma “Boca”, agora a destilar botox, mas continua a ser a mesma Bocarras de sempre. Eu nunca vejo o “Jornal Nacional” e para aqueles que o acusam de ser um “24 Horas” ou um “Jornal do crime”, embora tenham razão quando dizem que mostra a degradação numa sociedade que deveria ser mais culta e exigente, na verdade é apenas outra forma de desfigurar a realidade pela informação. Todos os outros noticiários o fazem, quando seleccionam as notícias, quando lhes dão mais ou menos destaque, quando não mostram o outro lado da realidade que nos impingem, quando servem poderes económicos que vivem em promiscuidade com o poder politico. Quando, quando, quando…Todos fazem o mesmo, com um ar mais sério ou mais populista, todos o fazem. Vendem-nos sonhos, ilusões, crises, mentiras, mentem-nos tantas vezes que até eles passaram a acreditar nelas, vendem-nos a necessidade de vivermos pior, mas podermos ter um carro, de perdermos direitos, mas termos um emprego, termos a miséria, mas desejamos o novo Iphone do anuncio da televisão. Vendem-nos as maravilhas da Europa, sem sabermos como vendem-nos o nosso país está em guerra com o Afeganistão, ou pelo menos parte dele, e vendem-nos os Cristianos Ronaldos, os escândalos, o luxo, a soberba e a futilidade, vendem-nos condomínios de milhões sabendo que nunca os poderemos comprar, vendem-nos a dimensão do Mundo Maravilhoso que podemos ver mas não tocar, mas vendem-nos também a saúde em pacotes de margarina e diversão sem limites num telemóvel. Por isso o José Eduardo Moniz flutua no Mundo Maravilhoso, a Manuela continua o seu Nacional foleirismo e nós continuamos todos entretidos no nosso fado.
Arquivo de 7 de Agosto, 2009
O Mundo Maravilhoso da Televisão
A expulsão do paraiso laranja
Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas e todos aqueles que não foram apoiantes de Manuela Ferreira Leite quando da sua eleição para líder do PSD, foram afastados das listas a deputados. Esta atitude da Manelinha, mesmo sabendo os problemas internos que isto lhe causará e os votos que pode perder, só demonstra a sua falta de confiança numa vitória eleitoral e que ela corre mais para manter o controlo do partido em caso de derrota. Sabendo que se não vencer a oposição interna tudo fará para a retirar da liderança, preferiu colocar gente da sua confiança no grupo parlamentar de forma a possibilitar-lhe infernizar a vida a qualquer um que se atreva a desafiá-la. Expulsar da Assembleia da Republica, o paraíso dos políticos, estes “pecadores” só demonstra a sua vontade de estar omnipresente, ser omnipotente no reino laranja. Nada que a sua proposta de “suspender a democracia para resolver a crise” não tivesse já demonstrado e mas mais uma razão para tudo fazer para a não deixar ganhar em Setembro. Não consigo imaginar este país a aguentar mais quatro anos de “socretinos”, mas também não me parece que com esta personagem fiquemos melhor.