Miguel de Vasconcelos foi defenestrado em 1 Dezembro de 1640. Há por aí outros que mereciam o mesmo castigo pelas mesmas razões.
Arquivo de 3 de Janeiro, 2010
Li no “i” online a longa entrevista de Mário Soares, a pretexto dos seus 85 anos. Longa e, como sempre, interessante, porque Soares teve uma vida fascinante e é um notável contador de histórias. ….
Acabo de ler a entrevista e vejo os posts dos leitores a comentá-la: um chorrilho de insultos, de calúnias reaccionárias de sempre, um misto de ódio, inveja e desprezo à flor da pele que arrepiam de nojo. Que gente é esta? Que nação é esta que produz gente assim? Que, pela frente, calam, obedecem e curvam a espinha, e, por trás caluniam, insultam, inventam, e vomitam até à náusea essa tão antiga e fatal característica portuguesa: a inveja. Mais uma vez me convenço de que esse território do anonimato e da impunidade dos blogues e redes sociais foi inventado como uma luva para satisfazer a insaciável frustração desta gente. A inveja e a cobardia escorrem por ali como o mel em terra prometida. Pois que morram de indigestão de tanto prazer solitário!
Miguel Sousa Tavares “Expresso 12 DEZ 2009”Pois é, este é mais um que se considera um iluminado, um senhor da verdade e que devemos ouvir as suas palavras e criticas como admiração e respeito enquanto as opiniões e criticas feitos pelos outros que não têm o seu estatuto, não têm currículo, são lixo, inveja e metem nojo. Outros há que padecem do mesmo mal, são os Pachecos Pereira, as Claras Ferreira Alves e outros que tal. Todos têm os seus lugares nos jornais, nas televisões e rádios e não querem que mais ninguém tenha a possibilidade de dizer a sua opinião. É verdade que anda por aí muita gente sem ideias e que não sabe o que dizer a não ser palavrões, mas ao generalizar só mostram o medo de que outros possam dizer coisas mais certas e mais bem escritas que a deles. Sei que não é o meu caso, mas há por aí blogues que são muito melhores que os livros deste Senhor e as colunas do Pacheco. Os blogues deram o direito a todos de dizerem o que pensam, bem ou mal, mas é um espaço de liberdade e talvez por isso os assusta tanto. Por mim podem ficar descansados que não desejo nenhum dos espaços de opinião que lhes ajuda a encher os bolsos ao fim do mês. Podem continuar a opinar à sua vontade que eu não os incomodo, mas agradecia que fizessem o favor de deixar os outros também usarem o seu direito à liberdade de expressão.