Manuel Alegre anunciou que se vai candidatar às eleições presidenciais. Realmente este anúncio era escusado que já todos sabíamos. Não sou fã do Alegre nem me parece que seja o homem certo para o lugar, mas honestamente não vejo por aí outro de que não possa dizer o mesmo. O sistema está errado e poder e não é um homem que o pode alterar. Nem acredito sequer que este venha a impor uma politica que nos devolva a fé nas instituições, que limpe a nossa politica da corrupção, do compadrio e da falta de vergonha que vemos por aí. Há algum tempo li que na Noruega, uma candidata a ministra não tinha chegado a ocupar o cargo porque foi descoberto que não tinha feito todos os descontos que devia à segurança social de uma mulher-a-dias que trabalhava em sua casa. Por cá, podem ter fugido a impostos, estar envolvidos em tramóias, haver suspeitas de corrupção, de negociatas, nada é suficiente para impedir que ocupem cargos de responsabilidade e tenham acesso a negócios de milhões. Não é o Alegre que vai mudar isto, pior acredito que nem sequer vai tentar. A ele deve-lhe um pouco daquilo que sou hoje, quando ainda um adolescente, antes de lhe ter visto a cara sequer, me emocionava com a sua poesia nas canções do Adriano, mas também muita da desilusão da promessa que foram os momentos de maravilhoso deslumbramento e esperança que o 25 de Abril representou. Pena que este candidato seja só o que resta do homem que então parecia ser. Muitas horas sentado naquela Assembleia fizeram-lhe mal.
Arquivo de 16 de Janeiro, 2010
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Condecoração de lata
Terça – feira o Presidente da Republica vai condecorar Pedro Santana Lopes, que é o único governante que exerceu o cargo de Primeiro-Ministro e que ainda não foi agraciado. (Faz lembrar aqueles almoços de despedida aos que se vão reformar numa empresa e lhe oferecem uma salva de prata como memória desses anos). Merecem os nossos ex-primeiros-ministros esse agradecimento do nosso estado? Honestamente, à grande maioria, assentava-lhes bem melhor, umas orelhas de Burro e um cartaz a pedir desculpa pela porcaria que fizeram. Este era, sem dúvida, um deles.