O Governo vai rever as condições para a atribuição de subsídio de desemprego, com o objectivo de os desempregados poderem “com maior rapidez regressar à vida activa”, anunciou ontem o ministro das Finanças, no final do Conselho de Ministros extraordinário destinado a aprovar a versão final do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). Para um regresso mais rápido, o Governo prepara duas medidas: menor tolerância à rejeição de propostas de trabalho e redução do valor do subsídio.
A relação entre o valor do subsídio de desemprego e o salário que o trabalhador auferia antes de perder o seu emprego vai ser revista, no sentido de a tornar mais reduzida. Sem explicações, o ministro acrescenta que passa a ser exigido “um pouco mais de esforço”.
A tributação das mais-valias, outra das medidas emblemáticas do programa, só será aplicada quando o quadro financeiro estiver estabilizado, adiantou o governante. “Só serão aplicadas quando a confiança voltar ao mercado”, explicou. Sobre as tão aguardadas medidas para estimular a economia e o emprego, nada disse.Quando o mesmo PEC prevê que o desemprego se deva vir a manter acima dos 10% nos próximos anos, propõe o Ministro reduzir o valor do subsídio de desemprego, para que os desempregados possam “com maior rapidez regressar à vida activa”. A quem já está numa situação de total desespero, vai-lhe ser pedido “um pouco mais de esforço”. E que esforço tem feito o Sr. Ministro? Mas, as mais valias sobre a especulação bolsista, lá colocada para fingirem que a crise custa a todos, fica adiada para melhores dias. Imagina o Sr. Ministro o desespero de quem fica sem trabalho e tem uma casa, filhos, compromissos, créditos para pagar? Nunca passou por isso nem nunca soube o que é viver com ordenados mínimos para poder imaginar seja o que for. Pensa em números e esquece-se de que representam pessoas. Esquece-se ou está-se nas tintas que ainda é pior.
Arquivo de 15 de Março, 2010
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As engrenagens do desemprego
Na conferência “Novos desafios aos profissionais da educação da Europa”, Mário Nogueira afirmou que, “Até se podia fazer a revolução, mas dava cá uma trabalheira”. Quanto á organização de uma conferência onde os professores pudessem definir quais as perspectivas que têm para a escola e para a sua carreira, considerou que seria positivo, mas que, “Os sindicatos não são pais dos pobres”.
Para quem é dirigente sindical não me parecem as declarações mais felizes. Se está preocupado com “trabalheiras”, devia ir descansar e aproveitar para pensar de quem devem os sindicatos ser papás.