Normamlmente não desejo mal a ninguém, mas gente como esta não presta mesmo. Estou farto de mentiras e enganos. Estou farto de ver caras preocupadas a falar de invitabilidades e de justiça enquanto nos apertam o cinto enquanto a corrupção é regra para outros. Estou farto desta comunicação social que dá voz e justifica tudo isto. Estou farto desta mentira de democracia de alterne em que tudo dizem ir mudar para que tudo fique sempre na mesma. O inferno é pouco para eles.
30
Set
10
O código do trabalho proíbe o que governo quer fazer (baixar salários). De facto, isso está lá não apenas por preocupações de justiça social, mas porque, como bem aprenderam as pessoas que viveram a grande depressão, bem como os japoneses de agora, baixar a massa salarial provoca DEFLAÇÂO. E a deflação é o PIOR que pode acontecer a uma economia. A Irlanda baixou os salários da função pública, no ano passado, e está agora em deflação e com um défice de orçamento muito maior que o nosso.
A deflação crónica é uma espiral de preços decrescentes. Quando isso acontece, as pessoas evitam usar crédito, pois as dívidas valorizam em termos reais. Se a deflação for de 3% ao ano, isso dá uma taxa real de juro é T+3%, onde T é a taxa de juro nominal. Além disso, como a espectativa é a de os preços baixarem, as pessoas tendem a comprar apenas o essencial (comida, combustíveis) e adiam a compra de bens duradouros, pois ficam à espera que baixem mais de preço. O resultado é uma crise geral nos sectores industriais mais avançados e nos serviços.
Por estas boas razões, nem o Salazar se atrevia a mandar baixar os salários. Quando era preciso ganhar competitividade optava-se por desvalorizar a moeda; isso promove um abaixamento, em termos reais, dos salários mais também dos preços, pois promove inflação (pois os bens importados de primeira necessidade sobem de preço), mas um reajuste por desvalorização da moeda e inflação é de todo preferível a uma espiral deflacionista. A desvalorização da moeda promove a produção nacional, revitalizando a economia, enquanto a deflação arruína, por atacado, toda a actividade económica, seja de importação, seja de produção nacional.
É claro que os bancos não gostam da inflação (pois desvaloriza-lhes os activos, que são dívidas denominadas em moeda que está a perder valor). Na sua cegueira habitual, pressionam os governos no sentido de afastar o fantasma, não se lembrando que em situação de deflação o crédito deixa de ser usado e os bancos vão à falência…
Parafraseando Platão, entregar o governo do mundo aos banqueiros é como entregar a condução de um automóvel a um cego.
Um exemplo mais concreto dos malefícios da deflação é o do mercado imobiliário. Numa situação em que o preços dos imóveis está em estagnação ou a baixar ligeiramente, as pessoas não vão pedir um empréstimo vultuoso a um prazo de 25 anos para comprar um bem que está em risco de desvalorizar, mesmo que a taxa de juro esteja próxima de 0% (que nunca está).
O mercado automóvel é o segundo a entrar em problemas com deflação devido ao custo elevado do bem (qualquer pequeno desconto nota-se bastante no preço) e à dependência de empréstimos de médio prazo.