
Já todos ouvimos falar da próxima Cimeira da NATO que vai decorrer em Lisboa nos próximos dias 19 e 20. Eu já por diversas vezes critiquei as politicas e a própria existência da NATO que, em vez de servir para promover a paz, é neste momento o braço armado do capitalismo ocidental para defender impor e conquistar recursos naturais e rotas comerciais. Para isso não hesitam em fazer terrorismo de estado e a guerra, mesmo que nela morram milhares de inocentes sejam eles mulheres ou crianças. Danos colaterais, como gostam de dizer.
Para contestar essa cimeira surgiram em Portugal duas plataformas diferentes, a “Paz Sim, NATO Não”, ligada ao PCP e a PAGAN, “Plataforma anti-Guerra, anti-NATO”, composta por indivíduos e sem quaisquer ligações partidárias. Tendo participado na criação da PAGAN e da sua filosofia, anti-guerra e não violenta, cedo contactámos a outra Plataforma para tentarmos coordenar trabalho e procurar a cooperação na luta que era comum. Em vão, a nossa colaboração foi recusada e foi-nos dito que era cada um por si. Sabendo da maior experiência e de meios para fazer mobilizações ficou decidido que a Plataforma “Paz sim, NATO Não” organizaria uma manifestação na qual participaria a PAGAN que por seu lado organizaria uma Contra-cimeira em cooperação com outras organizações Internacionais integrantes do movimento “No to War, no to NATO”.
Com a aproximação da data e de em Lisboa irem estar o Obama e outros lideres mundiais, os média começaram a lançar a ideia que a cidade ia ficar a ferro e fogo, com policia de um lado e os black-block, do outros grupos violentos do outro. Rapidamente venderam esta ideia, com informações sobre a segurança esperada e a violência que estava a ser preparada. O cenário estava lançado.
Estranhamente, e não sei por acção de quem, (e se suspeito não quero dizer), algumas noticias dos jornais começaram a ligar a PAGAN ao elementos mais violentos. Mesmo estando há muito dito e escrito nas bases da fundação da plataforma a sua natureza não violenta e não havendo um único caso de violência que possa ser atribuído ou associado à PAGAN, essa ideia começou a ser “vendida” pelos média. Cedo protestámos com alguns órgãos de informação por notícias incorrectas e cheias de “veneno”, exigindo o direito de resposta que nunca nos foi concedido. Infelizmente é assim funciona a informação em Portugal sempre ao serviço de interesses partidários, económicos e políticos.
A cereja em cima do bolo veio quando um elemento da outra plataforma veio dizer na RR que “já tinha proibido a PAGAN de participar na manifestação” de dia 20. Honestamente não sei se vai ou não vai haver violência em Lisboa durante a Cimeira da NATO, se a acontecer essa violência vai ser obra de Black-blocks, da policia ou de outro qualquer grupo, o que sei é que não serão aqueles que se juntaram na PAGAN que a irão incentivar ou realizar. Vamos promover a Contra-cimeira nos dia 19, 20 e 21 e vamos participar na manifestação com o direito que nos dá sermos cidadãos deste país. Outros podem dizer que são contra a NATO por interesses politico e partidários mas a PAGAN é contra por convicção. Não somos certamente os vilões da história mas também não somos os seus policias. Pelos vistos há outros que não se importam de o ser.
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