A primeira ideia que me veio à cabeça quando ouvi esta notícia é a de que o PS e o país perderam uma boa ocasião para se livrarem deste senhor, ou pelo menos de não termos de o ouvir quase diáriamente nas televisões.
Já a segunda ideia é a de que se o Francisco Assis, o Santo, pregou o abandono dos bens materiais para ajudar os pobres, já este Francisco Assis, o Deputado, prega mais a pobreza do estado para ajudar os ricos. É que nunca o vi tão preocupado com princípios essenciais de estabilidade da própria ordem jurídica, quando os impostos ou as normas foram votadas para taxar, impôr obrigações ou retirar direitos a quem trabalha por conta de outrém. Aí, os interesses do país, a crise e a sustentabilidade do estado sempre foram argumentos suficiêntes.
Aliás, sabe-se bem o que pensa esta gente sobre os lucros do grande capital, como prova o aumento de impostos sobre os juros das poupanças bancárias e a não aplicação desse mesmo aumento sobre os lucros da especulação bolsista. Dois pesos e duas medidas.
Arquivo de 3 de Dezembro, 2010
Oportunidade perdida
Sumo à moda europeia
O Governo nega as intenções de efectuar uma nova reforma estrutural no mercado laboral, mas o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Trichet, não deixa margem para dúvidas: se não está a pensar fazê-lo, devia.
Também o comissário europeu para os Assuntos Económicos, Olli Rehn, veio fazer declarações nesse sentido: «As medidas que temos recomendado estão relacionadas com a necessidade de aumentar a flexibilidade do mercado de trabalho e evitar a dualidade entre trabalhadores permanentes, que têm excessiva protecção, e contratados a prazo, que não têm protecção». Na prática, «isto inclui a revisão da definição de despedimento por justa causa e a redução substancial dos custos de despedimento, que são muito altos».Realmente com esta Europa não podemos ter grandes esperanças para o futuro. Não há “besta” europeia que não nos pressione para alterar as leis laborais e dali só vêm más noticias e medidas ultra-liberais para nos lixarmos. Para esta Europa alguns trabalhadores têm protecção a mais e outros são precários sem protecção e a solução para resolver esta injustiça é facilitar o despedimento para que todos passem a ser precários.