Desde o primeiro dia em que comecei a trabalhar sempre fui sindicalizado e continuo a considerar que todos o devemos continuar a ser, mesmo que os sindicatos que temos sejam tão bem comportados que não sirvam os interesses dos que a eles pertencem. Da UGT pouco ou nada há para dizer a não ser que na prática é mais um instrumento do poder capitalista para garantir que esse poder possa dizer que tem o apoio dos sindicatos quando toma decisões que “lixam” os trabalhadores na chamada concertação social. Já a CGTP, a maior confederação social, é o “policia mau”, que nunca assina os acordos, faz lindos discursos a criticar o poder por atacar os direitos dos trabalhadores, uma ou outra greve sem resultados e uns passeios a descer a avenida de quando em quando. Na prática nada muda nem há uma luta em que possa reclamar vitória. Mesmo quando, como aconteceu com os professores, a mobilização ultrapassa o esperado, são logo os primeiros a por um ponto final nessa luta indo assinar memorandos de entendimento que na prática só desmobilizam a luta. É também ele uma parte do sistema, servindo-o e alimentado-se dele.
Quando olhamos para a história do movimento sindical mundial, para as grandes alterações sociais e vitórias dos trabalhadores, vemos que as lutas foram sempre feitas contra o sistema e em desobediência às leis burgueses feitas para os controlar. Uma luta nunca é simples, nunca é fácil e nunca se faz sem “baixas”. As lutas não podem ser tão “bem educadas”, tão legalistas nem feitas sentados em poltronas à frente de uma televisão. É na união de todos os trabalhadores, na sua decisão firme de não parar até conseguirem vencer que está a sua força. O que temos não passa de uma palhaçada sem resultados práticos, uma luta acorrentada por leis feitas para lhe retirarem toda a efectividade. Assumir o controlo dos sindicatos, unir todos os trabalhadores numa mesma luta para mudar as leis burguesas é fundamental se não queremos ver os nossos direitos serem espoliados todos os dias e as nossas vidas cada vez mais precárias e miseráveis.
Arquivo de 13 de Dezembro, 2010
O fim do sistema…ou talvez não
Alberto João Jardim sustentou ser necessário o PSD-M “ajudar a mudar Portugal, independentemente daquilo que faça o PSD nacional”,”E não pode haver medo. O sistema politico tem que cair”, disse.
Para Jardim, “a luta começa já nas próximas eleições presidenciais e Cavaco Silva é a escolha certa, ele pode ser o primeiro passo para a grande mudança”.Até apanhei um susto quando vi o Bicho da Madeira a defender o mesmo que eu defendo, a queda do sistema. Perguntei-me logo se andaria eu enganado, mas fiquei logo mais descansado quando o vi afirmar que a eleição do Cavaco como o primeiro grande passo dessa mudança. Afinal ele quer que tudo fique como está, se possivel com um governo nacional mais aberto a abrir os cordões à bolsa para pagar os seus desmandos na Madeira. Este só sai mesmo de lá quando uma enxurrada o levar.