O Sr. Silva veio hoje fazer a tradicional mensagem de Ano Novo. De novo não teve muito já que o discurso foi o mesmo de sempre; crise, dificuldades, sacrifícios e esperança porque os portugueses já mostram ser capazes de ultrapassar tudo. Sim, porque até já houve momentos em que perdemos a independência e sempre acabamos por vencer. Esqueceu-se de dizer que ele é um dos responsáveis pelas dificuldades que atravessamos e que se a nosso país está neste momento nas mãos de outros, dos mercados e da especulação global muito o deve a ele. Afirma que “pretender fugir aos sacrifícios é uma atitude que não se coaduna nem com os mais elementares princípios da ética republicana nem com o valor fundamental da coesão social”, mas nada fez nem disse dos milhares de milhões pagos em dividendos antecipados para evitar impostos. Falou dos 600 mil desempregados e do aumento da pobreza mas também foi ele quem apoiou o PEC, e defende mais a caridadezinha que o estado social.
Vir para a televisão fazer lindos discursos, especialmente quando faltam menos de três semanas para umas eleições em que ele é candidato ( nem o Soares nem o Sampaio o fizeram), é fácil. Apresentar soluções credíveis que nos tirem do pântano já é mais difícil. Grave é que aqueles que não as têm se empenhem tanto em se manterem no poder.
Arquivo de 2 de Janeiro, 2011
O discurso do pântano português
Um problema complexo
Os alunos portugueses do 8.º ao 12º ano têm dificuldade em escrever, raciocinar e resolver problemas mais complexos, revela o um estudo do Gabinete de Avaliação Educacional para o Ministério da Educação. Este estudo ensombra os bons resultados revelados pelo estudo do PISA da OCDE, que dava bons resultados aos lunos portugueses.
Tanta propaganda com os resultados do estudo do PISA e é o próprio ministério que trata dos programas e dos métodos de ensino que acaba por o desmentir. Na verdade, eu que tenho filhos nessa faixa da educação há muito que digo que os programas são inadequados e não ensinam os alunos a pensarem. Cada vez mais o que desejam é fazer mão de obra especializada, esquecendo que mais importante que debitar informação , mais importante que apostar no facilitismo para apresentar boas estatísticas, é ensinar as crianças a raciocinar. Também quem tem um primeiro-ministro com um curso de Engenharia tirado na ex-universidade independente e fez exames de Inglês técnico por fax não pode esperar muito mais que isso.