Não há dia em que não apareça alguém do PSD a criticar o Sócrates e o seu governo, considerando que está a levar o país para a desgraça. Eles já nos disseram que têm todas as respostas, todas as soluções, as pessoas certas para os lugares certos, a competência e a vontade de servir Portugal. Praticamente já são o governo, só falta saber quando vão assumir as funções. Já se discutem e já se anunciam os próximos ministros em público, certamente também já nomearam em particular muitos administradores e gestores de empresas públicas e já aceitam inscrições na lista dos “Bóis”. Só não entendo porque continuam a dizer que só serão governo na altura que desejarem se afirmam que este governo já não governa e podem ser governo já.
É o dilema laranja, o tentar deitar abaixo o governo e ir para eleições para chegar já ao poder e apanhar com as impopulares consequência das medidas de austeridade ou deixar esse trabalho sujo para o Sócrates e tentar ganhar as eleições mais tarde quando as coisas acalmarem. A vontade de chegar ao poder é muita e sabem que agora ganhariam as eleições. É que o Engenheiro já mostrou que papa lideres do PSD ao pequeno-almoço e se lhe dão um ano para fazer a sua propaganda nunca se sabe como será.
Arquivo de 10 de Fevereiro, 2011
O circo central
Uns pagam…outros não
Os quatro maiores bancos privados em Portugal registaram uma queda nos lucros em 2010, face a 2009. Em conjunto, os resultados do BES, BCP, BPI e Santander Totta caíram 10 milhões de euros (só lucraram 1.435 milhões de euros). Mas os impostos pagos desceram para metade: os cofres do fisco receberam menos 150 milhões de euros.Enquanto para os que menos têm a crise lhes traga menos salários e direitos sociais e mais aumento nos produtos essenciais e nos impostos (só em Janeiro as receitas subiram 15%)parece que ainda há aqueles para quem ela passa ao lado sem os incomodar. Sendo a Banca um dos negócios mais lucrativos, à muito que é taxada com impostos muito abaixo dos valores cobrados às outras empresas, sejam elas médias, pequenas ou micró. Para ajudar à festa ainda contratam contabilistas que com jogos financeiros reduzem o pagamento ao mínimo e agora, como se isso não bastasse ainda veio o governo desagravar-lhes a carga fiscal. Todos temos de contribuir para salvar o país da bancarrota, ou melhor quase todos que a Banca parece estar imune a essa responsabilidade. Um pouco como no “Animal Farme”, onde também todos os animais eram iguais, embora houvesse uns que eram mais iguais que outros.