A agência de ‘rating’ cortou a avaliação de Portugal em um nível para ‘BBB-‘, imediatamente acima de ‘lixo’.São os bancos, é o Estado e já nada em Portugal não é lixo para os mercados. Inevitável a vinda do FMI, dizem, mas não referem que a Grécia já recebeu essa ajuda e também é considerado lixo e os juros já vão nos 15% e os da Irlanda nos 10%. Não há ajuda que nos salve e pelos exemplos já conhecidos até só virá a agravar a situação. Insistir neste caminho só pode dar mau resultado, mas que esperança poderá haver se as propostas dos dois principais partidos responsáveis por esta desgraça são aqueles em quem os portugueses teimam em votar eleição após eleição? Não querem pensar melhor antes de colocar o próximo boletim de voto?
Arquivo de Março, 2011
A lixeira
Lixo bancário
A agência Standard & Poor’s (S&P) reviu ontem em baixa os “ratings” atribuídos aos maiores bancos a operar em Portugal. O BCP, pela sua “posição financeira mais débil do que os concorrentes”, fica apenas um degrau acima das classificações designadas de “junk” (lixo).
Pode ser quase lixo, mas continua a haver dinheiro para pagar mais 4 milhões de euros em salários aos administradores ´no ano de 2011 e até 800 mil euros para um personagem como o Armando Vara que já não la trabalhou um único dia que seja por se ter afastado devido à sua ligação ao caso da face oculta. Cada vez mais duvido dos bancos e, se tivesse poupanças, não sei se dormiria muito descansado e só espero não ver no futuro o estado empenhar-se ainda mais para safar mais bancos da falência.
O Louva-a-Deus
Na televisão dava a noticia de que o Sr. Silva de Boliqueime tinha escolhido o Bagão Felix para membro do Conselho de Estado e logo a minha companheira disse, “Não gosto nada daquele tipo, faz-me lembrar um louva-a-Deus”. Confesso que sorri perante a imagem de que ele o fosse, mais que não seja porque as fêmeas desses estranhos animais lhes cortam a cabeça após o acasalamento ou porque realmente o nome lhe assenta perfeitamente naquele seu arzinho beato.
Quanto ao Conselho de Estado, sai o Anacoreta Correia e entra o Bagão Felix e o resto é a mesma trupe do mandato anterior.
Pugilismo verbal
O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, reagiu às declarações do primeiro-ministro, onde acusava que para o PSD “vale tudo” para “ganhar mais votos” e de já se ter “rendido” à ajuda externa e ao Fundo Monetário Internacional; “Pensei que o PSD tinha pensado numa aliança com o CDS, mas parece que é com o FMI”, acusando José Sócrates de «pugilismo verbal que não leva a lugar nenhum».Compreendo que o PSD mostre alguma “dor” ao ouvir estas afirmações do Engenheiro da Independente, afinal à verdades que incomodam.
Também não tenho dúvidas que este será tipo de discursos são o mote da próxima campanha eleitoral, basta ver o que, nos últimos meses, tem sido dito, quer pelo PS como pelo PSD, para prever o que aí vem.
O que seria realmente importante era que os portugueses não dessem ouvidos a todo este ruído e pensassem onde poderá estar a solução para os seus problemas e que caminho querem seguir. Com esta gente e estas politicas tudo ficará na mesma e o futuro mais negro.
Sonhos de poder absoluto
«Não basta ter uma maioria», declarou Alberto João Jardim, dizendo que é preciso que haja «juízo». «Há solução, saberá o povo português – porque eu com o povo madeirense estou descansado -, desta vez, ter juízo e conseguir encontrar soluções?», «é preciso reformular a Constituição da República, que é a lei das leis» e, que por isso é necessário «um Governo com uma maioria constitucional para mudar a Constituição».Realmente é necessário que haja juízo, mas não para dar uma maioria de 2/3 a uma direita que anda aflita para acabar com o Serviço Nacional de Saúde e com a Escola pública, sem esquecer de privatizar a Caixa Geral de Depósitos e qualquer empresa pública que dê lucro. Uma direita que considera que em Portugal há demasiados apoios sociais, e que os portugueses vivem acima das suas possibilidades, isto é ganham demais. É necessário juízo para que o desejo de castigar o Sócrates não nos traga uma outra versão dele ainda pior.
Puxão de Orelhas
«Angela Merkel não teve contemplações em puxar as orelhas forte e feio a Passos Coelho»Bastou um puxão de orelhas para o Passos coelho chegar a Portugal e já afirmar “A razão porque votámos contra esta revisão do PEC, não é porque ele vá longe demais nas medidas que é necessário assegurar para que os objectivos sejam atingidos. É porque ele não vai tão longe quanto devia”, anunciar a Privatização de parte da Caixa Geral de Depósitos e defender a venda da maioria do capital do grupo segurador e dos Hospitais Privados de Portugal que lhe pertencem. Mais um bom aluno e um menino bem comportado desta Europa do capital e dos mercados.
Partido Socretista
Confesso que quando fiz este boneco ainda não conhecia os resultados das eleições para líder do PS, mas não tenho qualquer duvida que o Sócrates vai ser reeleito. Primeiro porque domina e controla todo o aparelho partidário não possibilitando sequer que alternativas credíveis apareçam e em segundo lugar porque sabem que ele é o único, mesmo sendo detestado por todo o país, com possibilidades de ainda poder dar uma nova vitória ao PSD. O rei do PS volta a ser reeleito rei. Rei bobo, mas rei com poder absoluto.
Super-ratazanas
O PSD votou contra o PEC IV, apresentado pelo Governo no Parlamento, por considerar que não ia “suficientemente longe” para resolver o problema da dívida pública, afirmou este sábado Pedro Passos Coelho, em entrevista à agência Reuters. “Votámos contra o pacote de austeridade, não porque foi longe demais, mas porque não vai suficientemente longe para obter resultados na dívida pública”, esclareceu.Bastou ir ao beija-mão à Merkel para voltar armado em super-coelho. Em Portugal já defende o que criticava ainda há uma semana atrás e no estrangeiro mostra-se mais papista que o papa anunciando que vai malhar ainda mais forte e feito sobre os direitos sociais e rendimentos dos que pouco têm. Este super, mais rato que coelho, mostra não ser muito diferente do Sócrates e que com ele só podemos esperar mais mentiras, enganos e peques.
Estamos a tempo de mudar e de correr com esta gentinha sem categoria nem honra. Estamos a tempo de a esquerda esquecer o que os divide e apostar no que os une. Estamos a tempo de a esquerda nos apresentar uma alternativa credível e de serem uma verdadeira alternativa de poder.
Há muito tempo que já ninguém acredita em nada que o Sócrates diz tal a compulsória tendência para faltar à verdade. Agora, querem colocar no seu lugar um Passos Coelho que já começa a mostrar não ser muito diferente. Começou por andar para aí a dizer o que ia fazer num dia para acabar por dizer que afinal não ia fazer exactamente como tinha dito, criticou os PEC’s por aumentarem impostos e ainda o governo não está demitido já anuncio o aumento do IVA. Para quem tenha dúvidas, basta ler o livro “Mudar”, que publicou em 2010 e onde defende:
“Os impostos indirectos tratam todos pela mesma medida, tanto pobres como ricos, razão porque são, nesse aspecto, mais injustos. É essa, aliás, a razão porque eu nunca concordei em taxar cada vez mais os impostos indirectos, nomeadamente o IVA. Ele vale 20% para quem tem muito como para quem tem pouco”.
Um país em crise…de decência
O ex-vice-presidente do BCP, Armando Vara, que suspendeu as suas funções no banco privado em 2009 por alegados envolvimentos no processo Face Oculta, relacionado com corrupção e crimes económicos, recebeu uma indemnização de 562 mil euros, que acresce aos 260 mil euros de remuneração fixa. Vara recebeu um total de 822 mil euros do BCP em 2010, embora já não estivesse em exercício de funções desde o ano anterior. Recorde-se que Vara é acusado de três crimes de tráfico de influência no processo Face Oculta, relativo ao negócio da sucata que tem 36 arguidos. O BCP gastou 4 milhões em salários e prémios no ano de 2010.
Se o estado gastou 2 mil milhões para salvar a pele ao sistema bancário e se os bancos têm lucros de centenas de milhões de euros, mesmo depois de pagar principescas indemnizações e prémios, seria justo que fosse a banca a pagar agora ao estado o dinheiro que este gastou para os salvar da falência. Injusto é que sejamos nós a pagar pelos roubos e trafulhices de gente gananciosa.
Abutres no ar e em terra
A vergonha continua
Ainda o governo não foi demitido e já o Passos Coelho foi ao beija mão da Frau Merkel e anuncia e defende aquilo que ainda ontem criticava; o aumento de impostos, com o IVA a poder subir para 24 ou 25 por cento. Só falta saber se, mal seja governo, (se o chegar a ser), vão chamar às suas medidas de austeridade PEC 5 ou PEC 1 DS (depois de Sócrates). Mudam-se as moscas, mas não se muda o que cheira mal.