Segundo Ana Gomes em causa está a “idoneidade pessoal e política” de Paulo Portas, estabelecendo até um paralelo com Strauss-Kahn, ex-director do FMI, a aguardar julgamento em Nova Iorque por alegado abuso sexual de uma empregada de hotel.
Ana Gomes justificou a sua posição com “comportamentos no passado” de Paulo Portas, concretamente a “aquisição de submarinos – lesiva para os contribuintes e para o Estado – de que ele foi o principal responsável como ministro da Defesa”, e de ter sido junto do então ministro que “funcionou uma das centrais de informação e calúnia de dirigentes do PS que alimentou o tratamento na imprensa do caso Casa Pia”.
A eurodeputada acusou ainda a Procuradoria-Geral da República de ter afastado as duas procuradoras que tinham iniciado a investigação ao caso dos submarinos e de ter rejeitado um pedido seu de investigação às suspeitas levantadas por um periódico francês “sobre dois ministros do governo de Durão Barroso que fariam investidas em meios de prostituição, um deles até disfarçado com cabeleira postiça”.
Ana Gomes compara a situação com o caso de Strauss-Kahn, afirmando que a classe política e a imprensa francesas sabiam dos comportamentos “desviantes” do ex-homem forte do FMI e “nada disseram”. E conclui: “À atenção do próximo primeiro-ministro, do PR, de todos os responsáveis políticos em Portugal, da imprensa, para que não digam que não sabiam e que não foram avisados.”
Arquivo de 11 de Junho, 2011
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O WC da política
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Dia de Portugal e do Sr. Silva
Ontem foi dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. De Portugal pouco resta agora que a Alemanha e o grande poder económico tudo abafam, do Camões uma matéria chata do nono ano e as Comunidades já não são o que foram porque Portugal também já não é o que foi. Do país, o que sobra é a cultura de oitocentos anos e que nos está incrustada naquilo que somos, do Camões um feriado e das comunidades só as noticias dos êxitos conseguidos pelos jovens, que conseguiram escapar ao destino de trabalhos precários em caixas dos supermercados dos merceeiros Belmiro e Jerónimo Martins e abandonaram o país por este não lhes oferecer alternativas para os conhecimentos e excelência que possuem. Vivemos na era da globalização, do mercado livre e sem fronteiras em que se privilegia o lucro e o capital e se desprezam as pessoas, a sua terra e as suas vidas, a sua cultura. Vivemos numa sociedade e numa economia em que somos inviáveis no mundo que se opõem àquilo que somos. Temos mesmo de escolher se abdicamos da nossa cultura e daquilo que somos, ou do “sonho” que o capitalismo nos vende. Pessoalmente, escolho continuar a ser quem sou.