As pressões intensas do Governo de Espanha para a construção da linha de alta velocidade Lisboa-Madrid levaram o Executivo de Passos Coelho a estudar a hipótese de construir um TGV menos dispendioso do que os 1,7 mil milhões previstos para aquela linha.
Nesse sentido, o secretário de Estado das Obras Públicas, Sérgio Monteiro, já iniciou contactos informais com a empresa Soares da Costa, que lidera o consórcio a quem foi adjudicada a construção da linha, para renegociar o contrato.
O objectivo do Governo passa por retirar parte das obras do contrato adjudicado – documento que, aliás, ainda aguarda o visto prévio do Tribunal de Contas para ser válido.
Eliminar a construção da linha de mercadorias entre Évora e o Caia ou não construir a estação de Évora são alguns dos exemplos de cortes que poderiam ajudar a reduzir significativamente o custo da linha.
Outra questão que está a ser analisada é, ainda, a entrada do TGV em Lisboa ser feita pela ponte de 25 de Abril.in “I“
Os nossos politicos gostam muito de brincar aos comboios mas todos sabem que é uma brincadeira muito cara e que não é fácil contabilizar as vantagens de forma a justificá-lo económicamente e a curto prazo. Há sempre a potenciação do desenvolvimento nas zonas beneficiadas por ele, coisa que no caso do TGV até é ainda mais difícil de comprovar. O TGV, que pelas paixões que criou, pela polémica que produziu e até pela ajuda que deu na derrocada sócretina, deveria ser um caso arrumado mal os seus detratores colocaram o pé no governo. Mas não, como dizia, os políticos gostam muito de brincar aos comboios e desde há muito tempo que quem está no poder quer construir o TGV e quem é oposição se opôe terminantemente. E veja-se como é rápida a mudança, em poucos meses o PSD já coloca a possibilidade de o construir e o PS a certeza de ser contra. Será porque é quem está no governo que assina os contratos e satisfaz clientelas? Ou será porque estar no governo transforma a visão de um tunel escuro de quando se é oposição numa linha dourada em direcção a um futuro resplandescente?
Arquivo de 6 de Setembro, 2011
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Brincar aos TGV’s
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Silva e os seus bonecos
«Ferreira Leite arrasa a política fiscal. Marques Mendes questiona os insuportáveis sacrifícios. Pacheco Pereira critica a política do martelo. Soares avisa que Portugal está no limite. Barreto admite convulsão social. João Duque fala em pouca inteligência. Marcelo critica falta de explicações do Governo. O incómodo alastra no PSD e no CDS.
Os pesos pesados do PSD já aparecem em público a criticar a politica do Passos Coelho. Os militantes desesperam e os votantes assumidos já mostram desconforto e muitos não assumidos já mostram vergonha. O único que não fala, depois de tanto barulho que fez na governação do Sócrates, é Cavaco Silva, seja de viva voz ou no seu facebook, mas esse tem os seus “bonecos” mandados para lhe exprimirem o estado de alma. O PSD tenta esconder-se por detrás do Ministro dasFinanças, o CDS mantem-se em silêncio para ver se ninguém se lembra do que prometeram e que fazem parte desta governação. Já todos perceberam que falar de cortes na despesa e recusa de aumento de impostos é fácil na oposição mas mais difícil quando se chega ao governo. As saudades que já tantos têm dos PEC’s , que sendo maus eram doces comparados com as medidas azedas da governação laranja. Mas pior que as medidas tomadas e os sacrificios pedidos é a consciência que já muitos vão tendo que este caminho não leva a lado nenhum a não ser a mais recessão sobre a recessão. Passos Coelho já percebeu que o “murro no estomago” da Moodys vai ser a menor das dores que ainda vai ter de sofrer. A sua governação não é uma enxaqueca é um cancro que alastra e a tentativa de isolar o tumor chamando-lhe Vitor Gaspar não engana ninguém.