O primeiro-ministro Passos Coelho justificou hoje a decisão de eliminar os subsídios de férias e de Natal apenas na função pública dizendo que um corte generalizado não seria visto de forma credível na Europa e que deixaria Portugal sem ajuda externa já em Novembro.
O primeiro-ministro afirmou que “Não vale a pena fazer demagogia sobre isto, nós sabemos que só vamos sair desta situação empobrecendo – em termos relativos, em termos absolutos até, na medida em que o nosso Produto Interno Bruto (PIB) está a cair”, e admitiu que Portugal pode fazer tudo em termos internos, mas isso não ser suficiente para assegurar o crescimento económico.Que espera ele conseguir com este discurso? Que as pessoas se calem e aceitem o seu destino de pobreza sem mesmo lhes darem uma certeza de que este caminho tem uma luz no fim do túnel? Pensa ele mobilizar as pessoas para trabalharem mais e melhor cortando-lhes os salários e os subsídios e não repartindo os sacrifícios por todos para agradar aos senhores da Troika? Quem o ouve hoje e quem o ouvia antes de ser eleito pode aceitar que este “coelho” se considere com legitimidade para continuar no cargo? Rua com esta escumalha, já.
Arquivo de 27 de Outubro, 2011
Até lhe chupam os ossinhos
O Anjinho Correia
Por uma questão de “identificação” com os cidadãos que vão ficar sem subsídio de férias e de Natal, Ângelo Correia, antigo deputado e ministro, afirma aceitar o corte de 14% nas subvenções vitalícias de ex-políticos que trabalhem no sector privado, tal como foi já anunciado pelo ministro das Finanças. Já quanto à eliminação pura e simples dessa pensão, no caso de antigos titulares de cargos públicos que estejam a trabalhar no privado, Ângelo Correia não concorda, por se tratar de um “direito adquirido“.Este mesmo Senhor, há um ano atrás no programa Plano Inclinado (minuto 33:05) defendia que “Nós não tivemos a ousadia e a necessidade de explicar a diferença entre direitos adquiridos […] – direito à vida, direito à liberdade – e os outros, que são os direitos decorrentes da economia, que não são adquiridos. Só o são, enquanto a economia for sólida.”
Este gente não tem mesmo vergonha na cara. Porque não se metem, caladinhos a ver se ninguém dá por eles, no buraco de onde nunca deviam ter sido? Mas não, ainda vêm falar da necessidade de todos fazerem sacrifícios e de que vivemos acima das nossas possibilidades. Quando lhes toca a ele os direitos adquiridos são inalienáveis, quando só toca nos outros deixam de ser direitos e passam a regalias. Oh Ângelo, e se fosses à merda.
PS: Actualmente é presidente dos Conselhos de Administração do Grupo Fomentinvest e da Lusitaniagás, vogal do Conselho de Administração da Fundação Ilídio Pinho, presidente da Câmara de Comércio e Industria Árabe Portuguesa e cônsul honorário do Reino Hashemita da Jordânia em Portugal.