Arquivo de 27 de Outubro, 2011

27
Out
11

Até lhe chupam os ossinhos

O primeiro-ministro Passos Coelho justificou hoje a decisão de eliminar os subsídios de férias e de Natal apenas na função pública dizendo que um corte generalizado não seria visto de forma credível na Europa e que deixaria Portugal sem ajuda externa já em Novembro.
O primeiro-ministro afirmou que “Não vale a pena fazer demagogia sobre isto, nós sabemos que só vamos sair desta situação empobrecendo – em termos relativos, em termos absolutos até, na medida em que o nosso Produto Interno Bruto (PIB) está a cair”, e admitiu  que Portugal pode fazer tudo em termos internos, mas isso não ser suficiente para assegurar o crescimento económico.

Que espera ele conseguir com este discurso? Que as pessoas se calem e aceitem o seu destino de pobreza sem mesmo lhes darem uma certeza de que este caminho tem uma luz no fim do túnel? Pensa ele mobilizar as pessoas para trabalharem mais e melhor cortando-lhes os salários e os subsídios e não repartindo os sacrifícios por todos para agradar aos senhores da Troika?  Quem o ouve hoje e quem o ouvia antes de ser eleito pode aceitar que este “coelho” se considere com legitimidade para continuar no cargo? Rua com esta escumalha, já.

27
Out
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O Anjinho Correia

Por uma questão de “identificação” com os cidadãos que vão ficar sem subsídio de férias e de Natal, Ângelo Correia, antigo deputado e ministro, afirma aceitar o corte de 14% nas subvenções vitalícias de ex-políticos que trabalhem no sector privado, tal como foi já anunciado pelo ministro das Finanças. Já quanto à eliminação pura e simples dessa pensão, no caso de antigos titulares de cargos públicos que estejam a trabalhar no privado, Ângelo Correia não concorda, por se tratar de um “direito adquirido“.

Este mesmo Senhor, há um ano atrás no programa Plano Inclinado (minuto 33:05) defendia que  “Nós não tivemos a ousadia e a necessidade de explicar a diferença entre direitos adquiridos […] – direito à vida, direito à liberdade – e os outros, que são os direitos decorrentes da economia, que não são adquiridos. Só o são, enquanto a economia for sólida.”

Este gente não tem mesmo vergonha na cara. Porque não se metem, caladinhos a ver se ninguém dá por eles, no buraco de onde nunca deviam ter sido?  Mas não, ainda vêm falar da necessidade de todos fazerem sacrifícios e de que vivemos acima das nossas possibilidades. Quando lhes toca a ele os direitos adquiridos são inalienáveis, quando só toca nos outros deixam de ser direitos e passam a regalias. Oh Ângelo, e se fosses à merda.

PS: Actualmente é presidente dos Conselhos de Administração do Grupo Fomentinvest e da Lusitaniagás, vogal do Conselho de Administração da Fundação Ilídio Pinho, presidente da Câmara de Comércio e Industria Árabe Portuguesa e cônsul honorário do Reino Hashemita da Jordânia em Portugal.




Indignados Lisboa
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