Este foi para o governo e, com um Primeiro Ministro como o Passos Coelho que tudo o que fazia era recitar receitas neo-liberais sem saber o que dizia, durante algum tempo parecia o dono daquilo tudo. Era ele quem puxava os cordelinhos, que distribuía os tachos e pagava com favores os favores da campanha. Tudo lhe corria bem não fosse a obrigação, devido ao acordo da Troika, de reduzir Municípios e Freguesias. Aí o problema era que aquilo está pejado de gente do partido e é uma força muito importante nas eleições internas. Meter-se com eles é mexer num ninho de víboras e interesses instalados, desde os cargos “eleitos”, aos assessores, às empresas municipais e às negociatas. A solução foi, como fazem os mais cobardes, não mexer com os mais poderosos, os municípios, e atacar a arraia mais miúda, as freguesias. Esqueceu-se é que a união faz a força e todas as freguesias do país são milhares e com o poder de proximidade com as populações. Mais de 200 mil a desfilar por Lisboa são um aviso sério ao seu poder e às suas politicas e pode representar problemas locais a acontecerem simultaneamente por todo o país. Com a Troika a pressionar para que também os municípios sejam reduzidos e o Vitor Gaspar (uma espécie de novo Salazar) a assaltar tudo quanto são poderes no governo u um Passos os problemas começam a ser muitos. A perda de força no Partido e no governo começa a ser evidente e falta saber como vai reagir ou o que Conselho de administração vai exigir para, mais cedo ou mais tarde, se afastar. Do mais poderoso ministro deste governo já pouco parece restar e não me surpreenderia que na próxima remodelação do governo fosse fazer companhia ao Álavarinho da Economia. Quanto mais super são os ministros mais depressa parecem cair.
Arquivo de 2 de Abril, 2012
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Abr
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A morte lenta de um poder
Quando da votação do orçamento para 2012 o António José Seguro informou-nos que iria aplicar um novo conceito de oposição, a “abstenção violenta”. Na altura estranhei a ideia e muito provavelmente entendi mal o que ele queria dizer. A abstenção do PS no caso da nova lei laboral que este governo nos quer impor esclareceu-me. A “abstenção violenta” refere-se não ao governo mas, neste caso, a quem trabalha. A abstenção do PS nesta lei que retira direitos, facilita os despedimentos sem justa causa e escraviza os trabalhadores é realmente uma violência sobre todos nós e uma vergonha para um Partido que insiste em ter o nome de Socialista. Necessário mesmo é que, quando nos pedirem de novo que votemos neles não nos esqueçamos de fazer uma violenta abstenção no voto a estes partidos que promoveram esta lei e aqueles que, hipocritamente, não a recusaram linearmente. Vamos todos abster-nos violentamente de votar nesta cambada de aldrabões vendidos aos interesses dos mercados e dos grandes grupos económicos.