Arquivo de 8 de Maio, 2012

08
Maio
12

O lucro do prejuizo


Pingo Doce começou a cobrar custo da promoção de 50% a fornecedores.
Fornecedores que não aceitem “pagar” o custo da campanha temem que os seus produtos sejam retirados dos supermercados do grupo JM.
Os fornecedores dos supermercados Pingo Doce, detidos pelo grupo Jerónimo Martins, estão a ver os seus piores receios confirmarem-se: os custos da polémica campanha de 50% de desconto em compras a partir de 100 euros, realizada no 1º de Maio, será repercutida nas facturas que os produtores vão receber nas próximas semanas. “A promoção, decidida de forma unilateral pelo Pingo Doce, será paga pelos fornecedores”.

Tanto já foi dito sobre o Pingo Doce e do seu dono o Alexandre Soares dos Santos que acreditamos que pouco mais há para dizer, mas eles conseguem sempre surpreender. Agora foi a noticia de que a cadeia de supermercados que possui na Polónia foi condenada por abuso sobre os trabalhadores locais, obrigando-os a trabalhar mais horas que as contratualizadas, muitas vezes sem pagar e proibindo mesmo que perdessem tempo a ir à casa de banho. Como se não bastasse ter transferido a sua sede fiscal para a Holanda para fugir aos impostos, depois da vergonhosa promoção feita no 1º de Maio ficámos a saber que chantageiam os seus fornecedores para que o prejuízo do lucro seja passado para eles compulsivamente.
O Pingo Doce é o único supermercado que serve a zona onde vivo, mas há já vários meses que prefiro aceitar a dificuldade de me deslocar para não lá gastar um cêntimo que seja. Se outros fizessem o mesmo e os fornecedores deixassem de lhe vender os seus produtos talvez esta gente percebesse que isto do “vale tudo” tem de acabar. Estou farto deste capitalismo que só pensa em engordar esquecendo que sem consumidores acabaria por falir. Muitos ainda não se deram conta disso, mas quem tem a faca e o queijo nas mãos somos nós, bastando para isso que nos unamos naquilo que queremos.

 

08
Maio
12

Grécia, berço da democracia

 

Há dois anos debaixo de um plano de assistência financeira que lhes impõe dolorosos sacrifícios, os gregos foram ontem às urnas castigar de forma expressiva os dois partidos que desde 1974 dividem os lugares na política e no aparelho de Estado.
Nova Democracia (direita) e PASOK (socialistas), que nos últimos meses de transição política assumiram o cumprimento do plano de austeridade, arriscam-se a não ter votos suficientes para formarem uma coligação governamental. Os resultados eleitorais  deram uma vitória da Nova Democracia (ND) com 20,9% dos votos. O PASOK, que venceu as eleições de 2009 com mais de 40% dos votos, passa para terceira formação política, com apenas 14,6% de apoio popular. De permeio, está o Syriza, uma formação de partidos de esquerda, com 15,2% dos votos, para quem os resultados expressam “que a barbárie do memorando não tem lugar” na Grécia.

Se já anates dizia que éramos todos Gregos agora ainda mais o devo dizer quando, por um lado vão ser vitimas da chantagem e das manobras anti-democráticas de uma Europa mais preocupada com os mercados especuladores que com os povos e por outro quando representam a esperança do fim da falsa inevitabilidade a que dizem estarmos condenados. Hoje começa uma guerra e temos de escolher de que lados estamos.




Indignados Lisboa
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