O ministro das Finanças Vítor Gaspar revelou à troika que o défice este ano vai derrapar para 5,3%, ou seja 1,2 mil milhões acima do previsto.
Afinal para que serviu o “custe o que custar”, a destruição da economia, a austeridade, o desemprego, os impostos se no fim nem aquilo que era a meta é atingido. Nem com as privatizações, com a invenção dos “buracos colossais” o conseguiu fazer. Muitos andam há um ano a avisar das consequências desta politica económica e a dizer que assim não seria possível cumprir.
Se o Ministro não o sabia devia demitir-se por incompetência, se o sabia e insistiu no modelo então devia demitir-se por faltar à verdade.
Arquivo de Agosto, 2012
Défice de honestidade?
Relvas foi a Timor
O pobre do Miguel Relvas anda de quarentena e não pode aparecer em público não vá alguém mandá-lo estudar. A solução passou por mandar o moço de pago a preço de ouro, António Borges, fazer o frete de falar da nova Parceria Público Privada para a RTP e resolveu fazer uma viagem até Timor. Teve foi a pouca sorte que a sua fama de licenciado em equivalências já deu a volta ao mundo e quando lá chegou já tinha uma faixa afixada na parede do Hotel a dizer-lhe, “vai estudar Relvas”. Mas o homem é multifacetado e não deixou de ganhar créditos para mais duas licenciaturas quando voltar a Portugal, uma de Piloto pelas horas de voo e uma outra em Poesia por ter afirmado que “porque aquilo que nos une a todos é a língua e a língua é o petróleo desta relação, é o que nos dá força, é o combustível desta relação e nós temos de continuar nesse caminho”. Amanhã já vou falar com o meu depósito de gasolina e se não surtir efeito quem sabe lá coloque os Lusíadas que fica mais barato que ir à bomba.
A bonecreira eo fantoche
Troika nossa que estás em Lisboa
De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, esta quinta avaliação pode ser uma de duas situações (mais austeridade ou mais tempo) e falou de formas “imaginativas”. A imaginação humana, quer a portuguesa, quer a europeia é ilimitada”, sublinhou. “Se eu fosse ao Governo não pedia coisa nenhuma, dá sempre péssima impressão, estar a pedinchar é a pior coisa que se pode fazer para conseguir alguma coisa. Deixar à ‘troika’ que é constituída por gente inteligente, o perceber o que é preciso fazer se for preciso fazer”, disse.
Concordo quando diz que não devíamos pedir mais tempo ou mais dinheiro, devíamos simplesmente informar a troika das nossas decisões e da forma que estaríamos dispostos a pagar o empréstimo. Todos sabemos que, aproveitando as dificuldades que estamos a passar, muitas delas criadas, incentivadas e impostas por eles, estamos a ser vítimas de um assalto colossal dos Mercados e dos Senhores do Mundo dispostos a sangrar o país até ao fim. Todos sabemos que esta gente se está nas tintas para os Portugueses, assim como para os Gregos, Espanhóis ou outro qualquer que consigam abocanhar pelo que a solução não é a resignação mas sim mostrar que não nos subjugamos à sua ditadura financeira. Somos um país e um povo soberano e não podemos aceitar que três Zé Ninguém aqui desembarquem e decidam o nosso futuro. Não aceitamos negociar com moços de recados e só nos sentaremos à mesa em igualdade de direitos e de soberania. Juntos, Portugueses, Gregos, Espanhóis, Italianos, e todos os que se desejarem juntar para combater e ditadura dos mercados encontraremos certamente melhores soluções que aquela que esta escumalha nos oferece. Quanto ao Professor martelo pode muito bem ir fazer crónicas para um qualquer televisão alemã ou participar nas Universidades da Juventude Merkleniana que nós agradecemos.
Pequenas notícias que alegraram o dia:
– Os membros dos gabinetes ministeriais não podem “ser prejudicados nos seus direitos, regalias, subsídios e outros benefícios sociais de que gozem na sua posição profissional de origem”, pelo que quem recebeu o pagamento de férias em 2012 poderá também vir a receber o subsídio de Natal.
– Quando o Governo decidiu converter o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) em empresa, no início de Junho, o Ministério das Finanças garantiu que tal alteração não iria aumentar a remuneração dos administradores. No entanto, os estatutos da entidade, publicados em Diário da República, mostram o contrário. Em vez de ficarem limitados ao salário do primeiro-ministro, os três gestores vão ter direito à média de vencimentos que auferiram nos últimos três anos.– Os políticos estão a receber este ano mais dinheiro por mês em relação a 2011, apesar dos cortes de subsídios e de salários que foram aplicados no decorrer deste ano. A subida média nos salários dos governantes e dos deputados foi de 81 euros. A remuneração média dos representantes do poder legislativo passou de 5605,5 para 5686,6 euros (uma variação de 1,5%) e que, de acordo com o ministério das Finanças, pode ser explicado pela atribuição de factores variáveis nos seus salários, como é o caso de subsídios de deslocação. A verdade é que no final do ano, este acréscimo salarial vai corresponder a dois mil euros.Todos os dias somos “surpreendidos” por notícias como estas e ainda há portugueses que se sentem culpados por terem sido demasiadamente esbanjadores por terem vivido com os salários mais baixos da Europa. Há ainda quem acredite que os sacrifícios são necessários e estão a ser distribuídos igualmente por todos e que só assim poderemos pagar uma divida pela se sentem responsáveis. Que mais factos necessitam para ver que andamos a ser roubados e espoliados nos nossos direitos e vidas, que andamos todos a apertar o cinto para que outros possam encher mais o bandulho?
Pobres mas de espírito
Todos se devem lembrar de quando o Sr. Silva que era de Boliqueime mas agora prefere a Quinta da Coelha, quando foi informado de que haveria um corte dos subsídios de férias e Natal e de 10% nos salários dos trabalhadores do Estado e nos pensionistas, ter vindo afirmar que assim ele e a sua Maria não teriam dinheiro para pagarem as suas despesas. (Queixa desnecessária pois como os Administradores de muitas empresas públicas, assessores do governo e os funcionários e pensionistas do Banco de Portugal ficaram isentos desses sacrifícios).Vem esta introdução porque agora chegou a vez de ser um deputado do Congresso Nacional espanhol, Guillermo Collarte, 58 anos, que se queixou de estar a passar as “Canutas” (em tradução livre, estaria a “Passar as Passas do Algarve”) apesar de ganhar mais de cinco mil euros por mês. Guillermo afirmou em entrevista, ao jornal La Voz de Galicia, que estava a sentir dificuldade para fazer face a todas as despesas pessoais. As palavras do deputado do PP provocaram indignação e polémica nas redes sociais.
Cá como lá são os políticos que desacreditam a própria politica e que provam a necessidade de se mudar este sistema e esta democracia que já não nos representa. Está na hora de exigirmos uma democracia mais verdadeira, participativa e directa. Com gente como esta não vamos lá.
Gasolina derramada
Com as gasolineiras gananciosas, (a Galp aumentou os seus lucros em quase 60% no primeiro semestre do ano), com uma entidade reguladora ou incompetente ou em compadrio e com um Ministro da Economia incompetente perante um Ministro das Finanças também incompetente e insaciável o preço da gasolina e do gasóleo não vai parar de subir. Ganham as gasolineiras, ganha o governo nos impostos lixa-se a economia, o país e todos nós.
Para ver na RTP
Engana-se ou engana-nos todos os dias e mesmo assim mantêm as mesmas politicas. É mentiroso ou incompetente por não acertar uma previsão orçamental que faça e mesmo assim mantêm-se no governo. Pagamos nós com mais impostos, mais recessão, mais austeridade precariedade e desemprego.
Se esta gente é tão amante das avaliações de desempenho pois que se lance uma avaliação popular aos resultados, à competência e à honestidade deste ministro e se for negativa corra-se com ele. Ou só quando todos andarmos à pancada para chegarmos aos caixotes de lixo (da Quinta da Marinha ou da Coelha porque os outros estarão vazios) é que correremos com esta gentinha que não mostra qualquer respeito por quem vive neste jardim à beira mar plantado. É que realmente We Habe Chaos In The Garden.
Vai trabalhar…vagabundo
Os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) serão obrigados a prestar trabalho social, até 15 horas semanais. Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade e Segurança Social, esclareceu que esta ocupação terá até 15 horas semanais, as quais serão distribuídas, no máximo, por três dias úteis, não podendo, ainda, ultrapassar as seis horas diárias. Farão parte deste trabalho social tarefas como a limpeza de espaços exteriores (por exemplo, jardins); a conservação e recuperação (com pequenas obras) de instituições sociais; a ajuda na realização de eventos culturais; o apoio às redes de bibliotecas, arquivos e museus municipais; entre outras. Tudo, enfim, o que se possa enquadrar no conceito de “actividade socialmente útil”.
Depois de descobrir que podia duplicar a capacidade dos lares de idosos se colocasse mais uma cama em cada quarto e a capacidade das creches se duplicasse o número de crianças por sala encontrou agora forma de arranjar mão de obra ainda mais barata. (15 horas semanais x 4 semanas = 60 horas para receberem 90 euros por mês ou seja 1,5 euros por hora). Por outro lado também gostava de saber qual é o conceito de “actividade socialmente útil”, pois se fazer limpezas ou tratar de jardins públicos o é certamente, não duvido que ser professor, enfermeiro, médico, maquinista ou polícia também o são. Porque não substitui-los também por beneficiários do RSI?
Nada tenho que quem recebe o RSI tenha de cumprir requisitos para ter direito a ele. Formação profissional, obrigação de integrarem os filhos na sociedade, obrigação de aceitarem empregos quando surgissem e até pequenas colaborações pontuais em autarquias. Assim o que vão conseguir é substituir empregos por trabalho comunitário e, se esse trabalho faz falta então ofereçam um emprego aos beneficiários do RSI. Isso sim, seria reintegrá-los.PS: Antes que apareçam por aqui os anónimos a dar exemplos de casos de abusos no RSI para contestarem a sua existência lembro que também há ministros que são doutores por equivalência e outros que adoram submarinos, banqueiros que roubam, autarcas que têm primos na Suíça e outros que fogem para o Brasil e empresários que fogem ao fisco e por isso ninguém sugere a sua extinção.
Estes três estarolas vão chegar a Portugal para fazerem mais uma avaliação de como decorre o cumprimento do plano da Troika. Três funcionários que vêm de um qualquer gabinete do FMI e que vão desembarcar em Portugal para nos dizerem se vamos ter de aplicar mais austeridade, se vamos ter de cortar mais salários, que “anéis” temos de vender e quantos mais portugueses devem ficar desempregados ou sem acesso à saúde. Três personagens que ninguém elegeu que chegam a um país que se diz soberano, um país com séculos de história e onde tantos morreram em defesa da sua independência, e que nos vão dizer como temos de governar e quanta miséria e fome temos de sofrer para que alguns agiotas possam engordar. Tudo em nome de um empréstimo para pagar o dinheiro que alguns embolsaram e agora nos dizem ser culpa nossa. Um empréstimo de muitos mil milhões que dizem ser culpa de quem ganhava o ordenado mínimo mais baixo da Europa, de quem sempre viveu com dificuldades para fazer o salário chegar ao fim do mês enquanto meia dúzia engordava com BPN’s, parcerias e outras roubalheiras
A dívida é nossa e dizem que temos de aceitar pagá-la, mas também nos dizem que nada vai mudar pelo que não temos a mínima garantia que mais dia menos dia não nos apresentem uma nova factura de um novo empréstimo feito em nosso nome sem que para isso nos peçam sequer a opinião. Vamos continuar a deixar que alguns aldrabões continuem a fazer dívidas em nosso nome? Até quando?
Alguns assessores do Governo contratados e pagos pelos gabinetes ministeriais no sector privado receberam o pagamento do subsídio de férias. Contrariamente a todos os outros funcionários públicos, que viram o subsídio de férias a ser retirado, alguns assessores receberam o pagamento pelas férias adquiridas e vencidas em 2011.Podia começar este post de muitas maneiras. Por exemplo dizendo que se o Natal é quando o homem quiser então também o Vitor Gaspar considera que pode ser Pai Natal quando quiser. Ou podia falar de portugueses de primeira, os governantes, os seus assessores, os gestores da CGD ou os funcionários e pensionistas do Banco de Portugal e de segunda que são os funcionários públicos, os professores, os médicos, os enfermeiros, os trabalhadores de empresas públicas e muitos outros, em que uns recebem os seus subsídios de férias e Natal como recebiam todos os anos enquanto aos outros é roubado inconstitucional mente. Podia chamar mentiroso a este governo, primeiro por ter mentido na campanha eleitoral dizendo que não ia cortar nos subsídios depois por ter negado esse pagamento aos boys que ia contratando para assessores, chefes de gabinete ou até motoristas quando o Diário da Republica publicava as suas contratações com direito a esses subsídios. Podia começar este post de qualquer uma destas maneiras ou até de outra qualquer assim como o podia vir a acabar chamando-lhes aldrabões, ladrões, mentirosos, filhinhos da mãe deles mas parece-me que só a notícia e o que ela representa é suficiente para não ter de fazer post nenhum.
Está na hora de ser lobo
Todos os dias, quer seja nos blogues, nas redes sociais ou nos cafés, transportes, um pouco por todo o lado se ouve a indignação contra a roubalheira e o compadrio que este governo representa e contra estas politicas que conduzem o país à miséria e os portugueses ao desespero da precariedade no trabalho, no desemprego e na vida. Todos dizem que isto assim não vai lá e que é necessário correr esta escumalha toda a pontapé (os mais moderados). Todos dizem, mas todos olham para o lado à espera de ver quem o vai fazer, à espera de um qualquer Dom Sebastião ou talvez de um milagre. O vizinho do lado também está a olhar para o lado, o Dom Sebastião há muito que é poeira nos desertos bem a sul do Rio Tejo e o melhor mesmo é deixarmos os milagres para Fátima. A solução não passa por olhar para o lado mas olhar em frente e assumirmos cada um de nós os nossos destinos nas nossas mãos.
Quando vou a uma manifestação contra o desemprego e a precariedade e estão lá três mil pessoas como é possível mudar seja lá o que for? Quando vou a reuniões de indignados e somos vinte ou trinta pessoas a discutir alternativas que deveriam ser debatidas e decididas por todos como podemos apresentar soluções?
Só, como agora está na moda dizer, saindo do nosso espaço de conforto e participando activamente na busca das alternativas e na ocupação das ruas exigindo a mudança poderemos ser donos do nosso futuro. Há reuniões de indignados um pouco por todo o lado, (onde não houver criem-nas), há um movimento global que há mais de um ano tenta incorporar essa necessidade de mudança e dar-lhe corpo. O que faz falta é que todos assumamos a nossa responsabilidade na sua forma e no seu conteúdo. Vamos todos juntar-nos e fazer a diferença. Vamos ocupar os parques, as ruas e exigirmos um mundo melhor, mais justo, mais solidário e não um em que uns que podem querem e mandam têm tudo e outros quase nada.
Não olhes mais para o lado, olha em frente e faz a diferença. Afinal está tudo nas tuas mãos.
Um filme feito para televisão
O Governo terá decidido concessionar todo o serviço público de televisão, por um período de 15 a 25 anos, entregando o primeiro canal da RTP a um privado e fechando o segundo canal.António Borges, que coordena a responsável pelo processo de privatizações, classificou ainda esta hipótese de «muito atraente sob vários pontos de vista, porque significa que não se vende a RTP e mantém na propriedade do Estado, mas entrega-se a um operador privado que tem provavelmente melhores condições para gerir a empresa como normalmente acontece».
No dia em que se noticiou que a execução orçamental está a derrapar havia necessidade de fazer algum ruído e foi escolhido este personagem, que todos afirmavam ser uma sumidade mas que acabou corrido de todos os cargos internacionais que ocupou, para o fazer. É o fim da televisão pública mas em mais uma “parceria público privada”, em que quem ficar com o canal 1 arrecada, no mínimo, a taxa que todos pagamos na conta da electricidade e quem sabe que mais compensações. O canal 2, aquele que realmente tem alguma qualidade e faz algum serviço público extingue-se. Resumindo, vou continuar a pagar um canal de televisão só que em vez de pagar um público passo a pagar um privado.
Já cheira mal
Execução Orçamental abre a porta a novas medidas de austeridade. A receita fiscal do Estado caiu 3,5 por cento entre Janeiro e Julho deste ano, quando comparada com o mesmo período de 2011, de acordo com os dados revelados esta quinta-feira no Boletim de Execução Orçamental da Direção-Geral do Orçamento. Só em impostos indirectos a quebra foi de 4,7 por cento. São números que comprometem a meta de 4,5 por cento para o défice negociada com a troika e que abrem a porta a medidas adicionais de consolidação ainda este ano.
Puxe-se o autoclismo que esta merda já cheira mal.