Todos os dias, quer seja nos blogues, nas redes sociais ou nos cafés, transportes, um pouco por todo o lado se ouve a indignação contra a roubalheira e o compadrio que este governo representa e contra estas politicas que conduzem o país à miséria e os portugueses ao desespero da precariedade no trabalho, no desemprego e na vida. Todos dizem que isto assim não vai lá e que é necessário correr esta escumalha toda a pontapé (os mais moderados). Todos dizem, mas todos olham para o lado à espera de ver quem o vai fazer, à espera de um qualquer Dom Sebastião ou talvez de um milagre. O vizinho do lado também está a olhar para o lado, o Dom Sebastião há muito que é poeira nos desertos bem a sul do Rio Tejo e o melhor mesmo é deixarmos os milagres para Fátima. A solução não passa por olhar para o lado mas olhar em frente e assumirmos cada um de nós os nossos destinos nas nossas mãos.
Quando vou a uma manifestação contra o desemprego e a precariedade e estão lá três mil pessoas como é possível mudar seja lá o que for? Quando vou a reuniões de indignados e somos vinte ou trinta pessoas a discutir alternativas que deveriam ser debatidas e decididas por todos como podemos apresentar soluções?
Só, como agora está na moda dizer, saindo do nosso espaço de conforto e participando activamente na busca das alternativas e na ocupação das ruas exigindo a mudança poderemos ser donos do nosso futuro. Há reuniões de indignados um pouco por todo o lado, (onde não houver criem-nas), há um movimento global que há mais de um ano tenta incorporar essa necessidade de mudança e dar-lhe corpo. O que faz falta é que todos assumamos a nossa responsabilidade na sua forma e no seu conteúdo. Vamos todos juntar-nos e fazer a diferença. Vamos ocupar os parques, as ruas e exigirmos um mundo melhor, mais justo, mais solidário e não um em que uns que podem querem e mandam têm tudo e outros quase nada.
Não olhes mais para o lado, olha em frente e faz a diferença. Afinal está tudo nas tuas mãos.
Arquivo de 25 de Agosto, 2012
Está na hora de ser lobo
Um filme feito para televisão
O Governo terá decidido concessionar todo o serviço público de televisão, por um período de 15 a 25 anos, entregando o primeiro canal da RTP a um privado e fechando o segundo canal.António Borges, que coordena a responsável pelo processo de privatizações, classificou ainda esta hipótese de «muito atraente sob vários pontos de vista, porque significa que não se vende a RTP e mantém na propriedade do Estado, mas entrega-se a um operador privado que tem provavelmente melhores condições para gerir a empresa como normalmente acontece».
No dia em que se noticiou que a execução orçamental está a derrapar havia necessidade de fazer algum ruído e foi escolhido este personagem, que todos afirmavam ser uma sumidade mas que acabou corrido de todos os cargos internacionais que ocupou, para o fazer. É o fim da televisão pública mas em mais uma “parceria público privada”, em que quem ficar com o canal 1 arrecada, no mínimo, a taxa que todos pagamos na conta da electricidade e quem sabe que mais compensações. O canal 2, aquele que realmente tem alguma qualidade e faz algum serviço público extingue-se. Resumindo, vou continuar a pagar um canal de televisão só que em vez de pagar um público passo a pagar um privado.