Arquivo de Setembro, 2012

30
Set
12

A mama não acaba

O Estado português concedeu em 2011 benefícios fiscais de quase mil milhões de euros a 40 empresas, segundo dados publicados pelo Ministério das Finanças.
No total, o Estado concedeu no ano passado benefícios fiscais em sede de IRC a perto de 11 mil empresas (10.834), num total de 1370 milhões de euros, o que representa quase um quinto do défice de 2011. Assim, 0,37% das empresas com benefícios fiscais arrecadaram 972,7 milhões de euros, o que corresponde a 71% do total concedido.
Na lista disponibilizada, destacam-se claramente duas empresas, a Livermore Lda e a Aljardi SGPS, com benefícios fiscais de respectivamente 217 milhões e 160 milhões de euros. Seguem-se a Itasant, a Broadshit Gibraltar e a Malpensa, com benefícios de respectivamente 78,3 milhões, 76,3 milhões e 48,4 milhões de euros. Estas cinco empresas recebiam estes benefícios por terem sede na Zona Franca da Madeira.
A Livermore é uma sociedade unipessoal com actividade na consultoria de serviços, segundo a informação dos directórios on-line de empresas, onde não se identifica o seu proprietário. A Aljardi é uma holding do Grupo Santander com actividade na finança e seguros.
A Itasant é uma gestora de participações sociais também unipessoal, enquanto a Malpensa e a Broadshit Gibraltar são ambas consultoras – a primeira de serviços e a segunda de projectos.
As primeiras 22 empresas da lista de beneficiários de IRC em 2011 têm na sua esmagadora maioria sede na Zona Franca da Madeira, com três excepções: PT Ventures (do grupo PT), Portucel e o Banco BPI, com benefícios de respectivamente 40,2 milhões, 27,7 milhões e 16,3 milhões. Algumas delas deixaram entretanto este centro de negócios.
Nos lugares seguintes surgem algumas grandes empresas nacionais: a Autoeuropa (23ª, com quase oito milhões), a PT (24ª, 7,9 milhões), ou Celbi (26ª, com 7,3 milhões). A Lactogal está em 33º (5,6 milhões) e o BCP em 38º (4,9 milhões).
Os 1370 milhões de euros atribuídos em benefícios fiscais às empresas representam 18,86% do défice de 7262 milhões de euros que o Estado teve no ano passado (4,2% do PIB, segundo foi comunicado a Bruxelas), conseguido apenas com recurso a uma medida extraordinária. [Publico]
Há mais algum comentário a fazer a esta noticia que a própria noticia? Chamar-lhes porcos, mamões, canalhas  alivia mas não resolve. Roubam-nos, tiram-nos tudo o que levamos anos a conquistar, saúde pública, educação, justiça, transportes, reformas, direitos laborais, e sei lá que mais, atiram centenas de milhares para o desemprego e milhões para a precariedade, pobreza e miséria. Aumentam brutalmente os impostos sobre quem trabalha e dão benesses a empresas que nada produzem a não ser especulação. Beneficia-se quem se esconde na zona Franca e a banca com grandes culpas na situação a que chegámos. Uma vergonha a que a indignação começa a ser pouco. Há alternativas e estes números mostram-nas bem. Rua com esta canalha toda já.

30
Set
12

De buraco coloçal em buraco ainda mais colossal

O Instituto de Estatística revelou que o défice orçamental no primeiro semestre do ano foi de 6,8 por cento, mais alto do que o objectivo de 5 por cento acordado com a troika..
A Segurança Social poderá registar um défice de 6941,1 milhões de euros, em 2012, contrariando a estimativa do Governo que em Março previa um saldo positivo de 98,5 milhões de euros.

Mas afinal porque andamos nós a fazer sacrifícios? Em que buraco colossal caíram os nossos subsídios, os cortes nos salários, a subida de todos os impostos e os aumentos dos serviços públicos de saúde, educação e transportes? Para que se anda a destruir a economia e a criar centenas de milhares de novos desempregados?
Este Ministro já mostrou ser o pior Ministro das Finanças que passou por um governo em Portugal, não acerta uma previsão e escolheu um caminho que está a destruir o país e avida dos portugueses. Correr com este falhado é necessário e urgente.

29
Set
12

Racionar a vida

No parecer solicitado pelo Ministério da Saúde o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida defende que o racionamento de tratamentos é legítimo e deve ser feito depois de ouvidos os médicos, os gestores e os doentes. Em entrevista à Antena 1, Miguel Oliveira da Silva, presidente deste órgão consultivo, afirma que “não só é legítimo como, mais do que isso, desejável”.  “Vivemos numa sociedade em que, independentemente das restrições orçamentais, não é possível, em termos de cuidados de saúde, todos terem acesso a tudo“, diz.”Será que mais dois meses de vida, independentemente dessa qualidade de vida, justifica uma terapêutica de 50 mil, 100 mil ou 200 mil euros? Tudo isso tem de ser muito transparente e muito claro, envolvendo todos os interessados”, sustenta.

Já há algum tempo num debate a Manuela Ferreira Leite e o empregado do grande merceeiro, o António Barreto tinham questionado se valeria a pena pagar os tratamentos mais caros a que quem tivesse mais de 70 anos. Esta gente só pensa em números e colocam-nos acima das pessoas. Agora é um Conselho que se diz da ética da vida que quer racionar os tratamentos dizendo que não podem ser para todos. Sorteia-se ou escolhe-se pela cor do cartão do Partido? Já agora, para as finanças mais vale dar logo uma injecção atrás da orelha a quem atinja a idade da reforma que passam a ser gente que só dá despesa.
Mas, por mais indignados que possamos ficar com esta corja toda até pode ter uma vantagem é que um dia não teremos tantos escrúpulos na forma de os corrermos a pontapé.

 

29
Set
12

Um País das Maravilhas e de culpados

Vivemos no País das Maravilhas, em que temos todas as culpas da merda que os outros fizeram, que temos de pagar o que os outros roubaram, em que um dia estamos a ser transportados por bons ventos e no outro já naufragamos no temporal dos Mercados. Certo é que mesmo que tudo corra mal, que os números se oponham aos discursos percorremos a rota da inevitabilidade imposta pelos outros, entre luzes ao fim do túnel e a miragem que elas representam. Somos todos os dias vitimas das mentiras e dos enganos, da ganancia de alguns e da voracidade de outros. Ontem eram tantas as noticias que nem consegui escolher uma para fazer o boneco. Da salivação dos banqueiros perante a possibilidade da privatização da CGD, à condenação à morte proposta pela Comissão de Ética e da Vida para quem custe demasiado caro ao Estado em relação à sua esperança de vida, ao aumento do IRS, cortes em subsídios, excepções à austeridade para alguns e o desespero para outros, passando pelo aumento da segurança particular dos Ministros ou à violência policial em Espanha. Estas foram algumas que me lembrei assim de repente de uma lista que não tem fim de malfeitorias e de enganos. Fica tudo melhor dito quando no fim ainda ouvimos o incapaz do Passos Coelho atirar as culpas de um futuro sem esperança para as costas de quem tudo tem suportado. «O primeiro-ministro dramatizou hoje a importância da disponibilidade dos portugueses para prosseguirem o “esforço de ajustamento” da economia portuguesa, afirmando que “se isto vai tudo correr bem ou tudo correr mal” depende muito da vontade colectiva.» Mais dia menos dia ainda vamos ser acusados de que toda a falência a que vamos chegar, bem pior que aquela em que já estamos mergulhados, é nossa e não deles. Puta que os pariu a todos que a culpa só será nossa se não tivermos a coragem de correr com esta escumalha toda de vez e assumirmos o nosso futuro nas nossas mãos.

28
Set
12

À moda do PSD

Fundação Social Democrata da Madeira, ligada ao PSD da ilha e que desenvolve a actividade na área da “ajuda humanitária, desenvolvimento social ou económico e educação”, teve uma nota positiva de 62,9% na avaliação feita pelas Finanças. [DN Economia]

Retirado da página da Fundação Social Democrata da Madeira
Ultima entrada registada:
A moradia onde Alberto João Jardim nasceu e viveu até perto dos seus trinta anos, virá a ser transformada numa casa-museu. A Fundação Social Democrata da Madeira adquiriu o imóvel para esse fim, tendo em conta Jardim anunciar a sua retirada em 2011.
A moradia onde Alberto João Jardim nasceu e viveu até perto dos seus trinta anos, virá a ser transformada numa casa-museu. A Fundação, para além de pretender recriar o ambiente em que decorreu a infância e juventude daquele que é Presidente do Governo Regional desde Março de 1978 e, em 1974, foi cofundador do PSD, conta ali expor toda a grande colecção de medalhas comemorativas destes mais de trinta anos, quer nacionais, quer estrangeiras, que foram sendo oferecidas a Jardim.
28-02-2008

Penúltima entrada registada :
Alberto João Jardim presidiu, ontem, à cerimónia de entrega de 80 cabazes de Natal a famílias carenciadas. Foram ainda entregues 900 livros à Associação Académica da Universidade da Madeira.
06-12-2007

«O Governo não extinguiu a Fundação Social Democrata da Madeira, que está a ser investigada pelo Ministério Público (MP). O processo foi desencadeado por queixa do PND contra o presidente da instituição e líder regional do PSD, Alberto João Jardim, por suspeita de prática de crime de peculato, corrupção passiva e abuso de poder. O inquérito está parado há dois anos, pelo facto da Assembleia Legislativa da Madeira não ter autorizado, como tem solicitado o Tribunal Judicial do Funchal desde 2008, o levantamento da imunidade a Jardim. Uma prerrogativa específica dos deputados mas que o PSD alargou aos membros do governo regional na única revisão do Estatuto da Madeira, efectuada em 1991. » [Público]

A lógica, a prática e a Justiça à moda do PSD

28
Set
12

E vai ao fundo, e vai ao fundo sim senhor

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, recorreu esta noite a um texto de «Os Lusíadas» para explicar que no oceano «em que o navio português foi posto» há «ventos favoráveis a soprar» nas suas velas.

Não sei se os ventos são assim tão favoráveis, mas mesmo que fossem, qualquer Nau com um comandante desses, marinheiros feitos por equivalência já só por si teria garantido que não chegaria a bom porto, mas se lhe juntarmos um Adamastor chamado Troika então é que o naufrágio perfeito.

27
Set
12

A partilha do saque

Ontem o Gang do Governo esteve reunido para discutir o Orçamento de Estado para 2013. Já sabemos que grande parte foi gasta a decidir como vão conseguir roubar mais dinheiro a quem trabalha e como o distribuir aos grandes grupos económicos, aos agiotas e aos amigos, mas também terão estado a decidir como vão dividir as migalhas que restam pelos serviços públicos que o Estado presta aos cidadãos. Quanto irão cortar na Saúde, na Educação, na Segurança Social, nos transportes e na Economia.

27
Set
12

Mentiroso e Burro

«A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) acusou  o Ministério da Educação de gastar 61 mil euros, por ajuste directo, num parecer jurídico para justificar por que não paga compensações por caducidade de contrato aos docentes.   
Em comunicado, a Fenprof divulgou a folha de rosto do parecer que a tutela solicitou em Março à empresa Sérvulo & Associados e pelo qual pagou 61 mil euros, por ajuste directo, e que o ministro Nuno Crato afirmou desconhecer numa reunião mantida com aquela organização sindical, na sexta-feira passada.    
O ministro terá mesmo dito à delegação da Fenprof que, se a organização conhecesse tal parecer, devia mostrá-lo ao Ministério, argumentando que a tutela tem os seus próprios serviços jurídicos e não precisa de recorrer a pareceres externos.    
A Fenprof acrescenta um ofício, assinado por Nuno Crato, enviado também em Abril ao provedor de Justiça, em que o ministro afirma que, face à recomendação do provedor no sentido de serem pagas as compensações por caducidade de contratos aos professores, pediu “um parecer jurídico a uma conceituada sociedade de advogados sobre o regime aplicável à cessação, por caducidade, de contratos a termo em funções públicas”. » [CM]

Este governo é incompetente em tudo. Nem a mentir é bom. Bem, há uma coisa em que é especialista, em dar negócios a amigos com o dinheiro que nos rouba. Paga aos amigos para não pagar a quem tem direito. Esta corja tem mesmo de ser corrida.

26
Set
12

O incompetente

O governo tinha como objectivo principal este ano atingir um défice de 4,5%. Falhou e falhou por muito. O défice real estará acima de 6% e só com medidas extraordinárias chegará à nova nova meta de 5%. No ano passado, também só se conseguiu cumprir os 5,9% com os fundos de pensões da banca. Segundo o governo o desemprego apenas subiria até 13,4% e já está em 15,7%.  Na receita fiscal, até Agosto teve uma queda homóloga de 2,4% quando o governo esperava um crescimento de 2,6% (já depois de corrigido no Orçamento rectificativo).

Se isto não é incompetência o que é? Se estes são os resultados que consegue mesmo depois da brutal austeridade a que sujeitou o país (destruindo a sua economia e a vida de milhões de cidadãos), então está na hora de se demitir (ou ser corrido a pontapé) por ser incompetente.

26
Set
12

Uma cigarra muito reles

 

O ministro da Administração Interna afirmou hoje que quando disse que havia muitas cigarras e poucas formigas em Portugal referia-se “aos trabalhadores por conta de outrem e aos pequenos e médios empresários, comerciantes e agricultores, que, pelo trabalho de formiga que todos os dias fazem, criam riqueza, mantém empregos e criam postos de trabalho em Portugal”.

Agora já se compreende o que queria dizer aquela sinistra personagem, cigarras são os médicos do SNS, os bombeiros, policias, professores e todos os outros funcionários públicos. Mais uma vez este governo tenta culpar os funcionários públicos por todos os males do país esquecendo-se de dizer que muitas das funções essenciais da nossa sociedade são feitas por eles. Claro que há cigarras mas muitas delas são os boys que o PS, o PSD e o CDS têm vindo a colocar um pouco por todo o lado. Esta gentinha que nos governa não presta para nada.

25
Set
12

Concertação social ou treta nacional?

Sindicato que é sindicato há muito que devia ter cortado de vez com este Conselho de Concertação Social há muito tempo. Aquilo não passa de um local para fingir que se discutem   tentam conciliar as aspirações dos trabalhadores e dos patrões. Cedo se entendeu que afinal aquilo não passa de um antro onde o governo e os patrões, com a cumplicidade da UGT vão acabando com todos os direitos conquistados ao longo de muitos anos. A CGTP, mesmo acabando sempre por não assinar os acordos não a abandona porque tanto patrões como sindicatos são pagos para fazer aquele espectáculo. No fim o que fica é sempre a assinatura do governo, dos patrões e da UGT a legitimar os roubos e as malfeitorias que de lá saem.

 

25
Set
12

Mais um Retrato do Governo

24
Set
12

Gafanhotos, Formigas e Cigarras


«O ministro da Administração Interna (MAI), Miguel Macedo, disse que Portugal “não pode continuar um país de muitas cigarras e poucas formigas”. ao mesmo tempo que enaltecia o “esforço do povo” para ultrapassar a crise.»

Há realmente um povo de formigas que trabalha, outro que quer trabalhar e não o deixam, muitas cigarras a “cantar” em comentários nas televisões sobre a inevitabilidade de tudo ser como é, mas esqueceu-se o Ministro dos gafanhotos que roubam as pobres formiguinhas. Até quando é uma resposta que terá de ser dada pelas formigas.

24
Set
12

“Se o Governo mantivesse a sua proposta TSU, significaria que o PS apresentaria uma moção de censura, não havendo uma proposta do Governo, naturalmente eu cumprirei a minha palavra”, afirmou António José Seguro.

Ou me engano muito ou este PS ainda acaba por optar pela violência e por mais abstenção no próximo Orçamento de Estado. Muitos mostraram alguma admiração quando se referiu no ano passado a “abstenção violenta” não compreendendo que de facto aquela abstenção foi uma violência enorme, não contra o orçamento ou o governo, mas contra a maioria os portugueses. Talvez fosse bom que pensássemos em outras alternativas para o futuro que não passassem por esta governação de alterne, ou alguém acredita que a democracia é só podemos escolher entre dois males menores por medo de tudo o que seja diferente? Porque não é.

23
Set
12

Enterre-se esta gente de vez

Parece que o Coveiro Cavaco Silva  não tem vontade nenhuma de enterrar de vês os mortos-vivos que deambulam pelos corredores dos Ministérios deste governo. Isso não seria muito grave não fosse o caso destes zombies acabarem por destruir a vida de tanta gente neste país. Este governo está morto, já mostrou não ter nem capacidade nem qualidades para gerir o pais que sairá às ruas em cada medida de injustiça gritante que queiram implementar. Enterre-se de vez este governo e acabe-se com isto.




Indignados Lisboa

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