Escolhi o Fernando Seara por Lisboa ser a maior e mais mediática Câmara do país mas podia escolher muitas outras. Gente que é autarca num Concelho e vai concorrer a outro, não por ter mudado de residência, muitas vezes nem residindo em nenhum deles, mas por interesses partidários e eleitorais.
Por natureza as autarquias deviam ser a representação dos cidadãos nas suas terras e a sua forma mais democrática de participação activa. Mas a guerra partidária é a guerra partidária e tudo isso é esquecido em seu nome. Para as maiores Câmaras não interessa de o candidato escolhido reside nessa terra, não interessa sequer se alguma vez por lá passou, o que interessa é o efeito mediático e a tentativa de ganhar a Câmara a qualquer custo. Inventa-se uma morada para o candidato no Conselho e está feito. Não sei onde há 5 anos morava o Fernando Seara, nem me interessa muito, mas foi candidato por Sintra. Imagino que ai tenha residido durante o seu mandato e que não tenha mudado de casa recentemente para Lisboa. É que se já residia em Lisboa nunca devia ter sido candidato por Sintra, se reside em Sintra nunca devia poder concorrer por Lisboa. É melhor que os outros para justificar mais esta aposta em mais uma vigarice facilmente tornada legal pela simples mudança de casa? Provavelmente não, mas como é ou foi, já nem sei, comentador desportivo numa televisão, é do Benfica que tem muitos adeptos, passa a ser um bom candidato. Esta é a politica que temos e a democracia que nos oferecem.
Mas, como disse o mesmo se passa um pouco por todo o país e só assim se justifica a confusão colocada com nova lei de limitação de mandatos, em que uns dizem que se o for num outro Conselho essa limitação não existe. São autarcas profissionais? Não deveriam representar a sua terra? Como é possível irem concorrer para outro lado?
Defendo que necessitamos urgentemente de mais democracia e de uma democracia mais directa e participativa. Uma democracia verdadeira em que os cidadãos tenham a palavra e o poder de decidir sobre o seu futuro. O que se passa com as autárquicas é a prova de que isso é urgente e necessário. Vivemos uma democracia de mentira de embustes e de golpes partidários, tão grave a nível da vida do país como da mais pequena autarquia.
Arquivo de 27 de Janeiro, 2013
Os Mercenários autárquicos
Tão in-Seguro que ainda cai
Na continuação do post anterior e já que estou a falar das grandes mentes e sumidades da nossa politica que podem desaparecer a todo o momento resolvi fazer o António José Seguro, o inventor da abstenção violenta e candidato a pior líder de oposição de sempre. É normal que tanto o PS como o PSD escolham Zés Ninguéns para atravessarem os longos desertos de oposição, mas desta vez exageraram. Não dá uma para a caixa, não apresenta uma ideia e ninguém acredita nele como alternativa. Se isso é assustador para muita gente mais o é para o sistema que se vê confrontado com o problema de não ter ninguém credível para utilizar na sua politica de alterne se isso se mostrar necessário. Certamente que já lhe passaram a certidão de óbito politica e não deve demorar muito para lhe fazerem o funeral.