“Temos de ser capazes de responder com maior celeridade. Quem investe não tem tempo a perder”, disse o ministro Paulo Portas, depois de lembrar que o projecto turístico Comporta Dunes começou a ser pensado em 2005 e que só agora, em 2013, vai iniciar a fase de construção. Paulo Portas falava na cerimónia de assinatura do contrato de investimento entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a RioForte, do grupo Espírito Santo, para a construção do empreendimento turístico Comporta Dunes, no concelho de Grândola.
Todos sabemos que a lentidão da burocracia trava muitos investimentos e faz desesperar muita gente. Agilizar é importante, mas há que ter muito cuidado. é que agilizar não pode ser sinónimo de desregulamentar. Custa a acreditar que os Santinhos do Espírito Santo tenham demorado todos estes anos a conseguir a autorização se não houvesse muita lei que tivesse de ser furada, ultrapassada. É que estamos a falar de uma zona protegida e os Espíritos são tudo menos anjinhos. Quem ouviu o Paulo Portas falar em voz bem alta como se estivesse num comício em frente àqueles engravatados todos não pode ter ficado com dúvidas. O que ele ali defendia é que é necessário desregulamentar, abrir as pernas ao dinheiro, simplificar a vida aos poderosos à custa das regras e dos processos de defesa do ambiente e da natureza. Lucro é a palavra chave e tudo o resto é paisagem. Foi a desregulamentação no sistema bancário que criou a crise económica e é a desregulamentação na defesa do ambiente que vai permitir a sua destruição em nome do lucro de alguns. Já se conhece bem o respeito que o Sr. Portas tem pela legalidade e pelo ambiente quando foi ministro noutros governos como aconteceu no caso dos Sobreiros em que só por acaso o parceiro envolvido também era o Espírito Santo.
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Abr
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