Terminadas as eleições autárquicas em que mais uma vez os eleitos foram sufragados por pouco mais de 45% dos eleitores (47.36% abstenção, 3.86% votos brancos e 2.95% de votos nulos). Nesta corrida uns aguentaram-se no balanço da carroça autárquica outros deram um grande trambolhão.
Pode-se fazer ou não uma leitura nacional destas eleições mas uma coisa estou certo, se não fossem autárquicas, onde especialmente nos locais mais pequenos o conhecimento pessoal do candidato conta muito, o trambolhão do PSD seria muito maior e o CDS teria ido atrás. A abstenção teria batido recordes e amanhã estávamos a fazer manifestações a pedir a demissão do Pateta do Seguro.
Arquivo de Setembro, 2013
A viagem autárquica
Eleições autárquicas
O palhaço de serviço
“Esta campanha eleitoral superou as minhas expectativas, porque sinto que há uma relação de confiança que se estabeleceu entre os portugueses e o PS”, sustentou António José Seguro em declarações à agência Lusa. “Já fiz imensas campanhas e, nesta, em vez de ser eu a dizer às pessoas que conto com elas, são as pessoas que me dizem força, precisamos de si, não desista, isto só lá vai quando o senhor for primeiro-ministro”
Só me vem à cabeça um nome para isto para além de trampolineiro; Palhaço. Mas há alguém neste país que acredite que alguém neste país acredite que este aldrabão é solução seja lá para o que for? Haverá alguém que acredite e lhe diga “precisamos de si”, que isto lá vai quando ele for Primeiro-ministro. Ele não passa de mais um Boy saído das juventudes, mais um que não sabe o que é a vida real, mais um que nunca fez nada mais na vida que a baixa politiquice. É mais um para quem o mundo é o que se passa em gabinetes, em acordos de corredores, em promessas de tachos e oferta de favores. O futuro deste país passa por uma mudança real de politicas e não por substituir simplesmente o palhaço do circo. E este nem piada tem.
Os vampiros eleitorais
Cavaco Silva começou por dizer que e na campanha eleitoral destas autárquicas “o esclarecimento dos eleitores foi prejudicado pela falta de clareza da legislação aplicável à apresentação das candidaturas e à cobertura da campanha eleitoral por parte da comunicação social”.
Sendo assim, continua, a campanha foi “limitada por condicionantes consideradas anacrónicas no contexto da sociedade da informação contemporânea”.
Nestas eleições vi finalmente a Comissão Nacional de Eleições tomar uma posição correcta quando obrigou que todas as campanhas de todos os candidatos tivessem coberturas televisivas idênticas. Se são todos candidatos aos mesmo cargos é justo que todos possam defender as suas ideias com as mesmas armas. Claro que as televisões protestaram e resolveram não cobrir a campanha, o que diga-se de passagem foi óptimo. Mentira, porque os grandes, para além de já terem todo o poderio de máquinas eleitorais, milhões para gastar em outdoors, cartazes, panfletos, sacos, bonés, canetas e sei lá que mais, ainda tiveram os lideres partidários a fazer campanha com as televisões atrás por todo o país, mas foi melhor que antes.
Ora, quem é que havia de sair da tumba para, em vez de se vir congratular por uma maior igualdade de oportunidade para todos, veio apelar a uma mudança da lei que crie essa mesma desigualdade. Esse é um dever de qualquer Presidente da Republica que o fosse não só de nome mas na realidade, “A campanha foi “limitada por condicionantes consideradas anacrónicas no contexto da sociedade da informação contemporânea”. Desde quando é que a igualdade é anacrónica. E porque só o consideram nestas eleições? É por terem surgido um número muito maior de candidaturas fora dos partidos? É porque temem que os cidadãos se organizem e possam em muitos casos vence-las.Mas, eu também quero que a lei eleitoral mude, mas que mude para facilitar a cidadania, a presença de mais gente com possibilidade de se candidatar, uma maior igualdade de todos apresentarem os seus programas e ideias em igualdade de oportunidades. Que a democracia se torne mais directa e transparente com os cidadãos a serem chamados a participar mais e a serem voz activa nas decisões mais importantes que mexem com a sua vida. Porque se esta lei eleitoral é anacrónica ainda mais o é a forma da democracia representativa que temos. Vivemos na era da informação. É possível conhecer a vontade de cada um de nós quase instantaneamente, é possível perguntar a cada português que decida a cada instante. Se o todo sagrado dinheiro pode circular na rede em segurança, também as nossas escolhas o poderiam fazer. Eu queria poder aprovar ou não o próximo orçamento, a lei laboral, os cortes na saúde e educação, os resgates, os tratados, tudo. Democracia mais directa e verdadeira é o caminho.
Está tudo a correr bem
Vem ai a recuperação, as previsões são optimistas, a crise vai ficar para trás. Era bom, mas os escombros da passagem deste bandalho, a destruição que deixou, essa já não pode ser apagada e, olhando para a frente tudo o que podemos ver é mais desgraça e miséria. O próximo orçamento vai prová-lo claramente e embora o tentem esconder o segundo resgate é inevitável. Tudo o que fizeram foi mal feito, só destruíram saúde, educação, segurança social, trabalho, justiça, esperança, sem nada criar a não ser mais dívida, injustiça,desemprego, fome, miséria, emigração. Amanhã vai ser derrotado porque as pessoas já não aguentam e querem mostrar-lhe um cartão vermelho, mas já disse que isso não vai interferir com a governação. Mesmo sabendo que não o querem o apego ao poder é muito grande. Só mesmo a pontapé esta gente se vai embora.
Onde está o Wallyveira e Costa?
Isto só pode ser piada. A policia quis ir entregar um papel qualquer do tribunal ao Oliveira e Costa e não sabem onde está. LOL. Então o homem que fez a maior fraude de sempre em Portugal, que está em prisão domiciliária porque está muito doente, tem pulseira electrónica, tem um batalhão de advogados e não o encontram? Hoje parece que já dizem que está em casa mas não abre a porta. Só pode mesmo ser brincadeira, mas vou dar aqui cinco sugestões para resolver o problema. A primeira é que lhe metam o papel no correio e se não comparecer o julguem à revelia, a segunda que entreguem a intimação aos seus advogados, a terceira que a entreguem ao Cavaco Silva, ou Pires de Lima, ou ao Dias Loureiro que são grandes amigos e compinchas. A quarta é que arrobem a porta e a entreguem pessoalmente e para acabar a quinta que é a de lhe entrar pela casa dentro e o atirarem para um calabouço onde não possa não abrir a porta ou fugir.
Que justiça é esta que um treinador que dá uma palmada no braço de um policia se arrisca a apanhar 4 anos de cadeia e quem rouba milhares de milhões, quem condena um país à miséria e o entrega aos grandes interesses das máfias financeiras internacionais está em casa e se dá ao luxo de não abrir a porta. Arrombem-na e atirem-no para o poço mais fundo que encontrarem. E já agora, para ele não se sentir sozinho, atirem para lá também toda a corja que o serviu e se serviu do dinheiro do BPN. O buraco tem é de ser grande para caberem todos e não haver perigo de nenhum rastejar de lá para fora.
Anjo negro
O líder do CDS mostrou-se preocupado com a «sucessão de decisões do Tribunal Constitucional que podem gerar interrogações e perplexidades nomeadamente no plano externo». Reagindo ao chumbo de algumas medidas do Código do Trabalho pelo Tribunal Constitucional, Paulo Portas indicou, contudo, que «é preciso que se diga que as medidas mais importantes para uma economia mais moderna, mais flexível e mais geradora de emprego foram declaradas constitucionais»
Mas claro que está contente. Cada direito que seja retirado a quem trabalha é um direito adquirido pelo patrão. Não há filho-da-puta de nenhum governo que não faça uma revisão do código do trabalho e que não torne mais precária a vida de quem tem de vender a sua força de trabalho. Esta gente só ficará satisfeita quando o trabalho for à jorna e pago com um papo seco e um copo de água. O que chamam medidas importantes para a economia é retirar direitos e regras que permitam os abusos e para o emprego as que facilitarem o desemprego e os baixos salários. Bom seria que se preocupassem com gente como o Rui Machete que teve de abandonar 31 cargos em empresas e em vez do ordenado de Ministro pode receber a pensão no valor de 12.000 euros. A esses não se toca e antes pelo contrário fazem-se leis que os isentam de qualquer austeridade.
Quanto à preocupação com os chumbos do tribunal constitucional é mais do mesmo, pressão sobre um órgão de soberania que tem de ser isento e cumprir com a lei fundamental do país, desrespeito por essa mesma lei. É inaceitável que um Ministro critique um tribunal assim como não se compreende como aquela coisa que gosta de se chamar de Presidente permita que um governo o faça e passe todo o tempo a tentar fazer aprovar inconstitucionalidades. Quanto à perplexidade no plano externo, se é que ela existe com os chumbos do Tribunal é toda da responsabilidade do governo. Se não fizesse as leis que faz estas não tinham de ser chumbadas e assim os mercados não tinham razão para reagir desfavoravelmente. Cambada de filhos-da-puta. (os de cá e os lá de fora) .
Água um bem que é de todos
Até ao fim do ano, proprietários têm de provar que os terrenos à beira de mar, rios e lagoas (numa faixa de 50 metros do mar e 30 dos rios) são privados há 150 anos. Caso contrário, podem vir a perder o direito sobre as propriedades que têm e o Estado pode cobrar taxa ou mandar desocupar espaços.
Se estivéssemos a falar de gente séria e honesta esta lei, sobretudo na parte que se refere à orla costeira, até poderia ter algum sentido, mas não estamos e isso é assustador. Há algum tempo foram os poços e os furos que obrigaram a declarar, agora é a vez da proximidade da água. Em tudo isto o que é comum é a água que como sabemos muitos querem privatizar pois dizem será o petróleo do Século XXI. Se fosse para o dominiuo público, se fosse para ser de todos até faria sentido mas quem me garante que daqui a meia duzia de anos ou meses não privatizam todas as reservas de água? Quando se trata de recursos naturais, sobretudo quando são bens essenciais à vida não é admissível que não fiquem disponíveis para todos. Este problema da água e do desejo da sua privatização é muito grave e está a avançar. Este não é um problema de clubismo politico, este é um problema de todos nós e onde temos de estar todos unidos e determinados a defender. É a própria vida e sobrevivência que está em causa.
França: OE com mais impostos e cortes sem precedentes mas Francois Hollande diz que a economia vai crescer e criar emprego já em 2014.Lá como cá a música é a mesma sejam socialistas, sociais-democratas ou conservadores todos mentem, falam e acabam fazendo o mesmo. Quando são oposição todos juram que não vão subir impostos e os cortes na despesa pública serão feitos em mordomias e na despesa corrente do estado. Mal se apanham no poder, começam imediatamente a fazer tudo ao contrário do que dizem, mas sempre a prometer que para o ano é que tudo vai ficar bem acabando tudo sempre por ficar bem pior. E de ano para ano, de mentira para mentira lá vão aplicando as politicas que os seus patrões, banca, mercados financeiros e os grandes grupos económicos lhes exigem. Mas até é bom que estas politicas saltem fronteiras e cheguem a países como a França, onde o povo não é tão bovinamente calmo e paciente e quando fazem revoluções até inventam instrumentos só para cortar as cabeças da hidra do poder.
Lucrécia Portas
Não me perguntem porquê porque não lhes sei responder, mas gosto imenso de fazer o Paulo Portas de santinha. Santinha mas venenosa e o mais parecido que me lembro para o descrever é a história do sapo e do escorpião que o pica quando atravessa o rio às suas costas dizendo “está na minha natureza”. Também está na natureza do Portas ser venenoso e picar tudo e todos que se metem entre ele, a sua vaidade e a sua ambição desmedida. Um sabujozinho ascoroso, hipócrita e perigoso, mas que serve muito bem quando não tenho tempo para pensar numa ideia para boneco. Faz-se por si, fica sempre bem e não tenho que pensar o que escrever.
Os sinais doPires de Lima
O ministro da Economia António Pires de Lima considera que há “sinais cada vez mais consistentes de viragem económica”, agradecendo a todos os portugueses por estarem “a levantar Portugal”.
Então não há? Deixem vir ai o próximo orçamento e esses sinais até nos vão entrar pelo terceiro olho a dentro. E, bem podem agradecer aos portugueses por se deixarem tosquiar sem levantarem o tal olho do sofá.
A oposição e o sistema
Quase todos os “bonecos” que faço são dedicados ao governo ou então a uma ou outra cavalgadura que mostre o seu desrespeito pela dignidade de quem vive do seu trabalho ou está a ser atirado para a miséria. Mas, de quando em vez parece-me de bom tom também fazer aqui o boneco dos que passam a vida a falar para o boneco, sobretudo do Parlamento para cima, já que ninguém liga muito ao que dizem. Aquilo a que muitos comentadores, todos de direita, gostam de chamar de esquerda mais radical, ou seja aqueles que estão fora do arco do poder. São portanto partidos com assento parlamentar, que funcionam dentro do actual sistema e por isso não o desejam afrontar mas que contestam as politicas seguidas. Gente que fala alto mas bem sempre muito bem comportada.
Para quem como eu defende que o actual sistema politico e esta democracia representativa, velhinha de séculos, necessitam urgentemente de um upgrade acabam por ser mais uma barreira à mudança. São muitas, primeiro a ignorância e o bovinismo deste povo, depois do próprio sistema que está montado para garantir que a democracia de alterne funciona tornando quase impossível que outros que não os tais partido do tal arco e do tal poder lá possam chegar. Dominam todos os poderes, do legislativo ao judicial, do poder da comunicação social ao do grande capital. Temos depois estes tais partidos da oposição que combatem o governo mas travam mudanças mais profundas no sistema. Afinal eles vivem e alimentam-se também dele. Basta ver o movimento sindical para que isso se torne claro. Uma réstia de esperança de mudança ainda nasceu quando começaram a surgir movimentos sociais, infelizmente fracos e pouco participados, mas que, minados por dentro, ao fim de dois anos vemos esboroarem-se e serem absorvidos por estruturas nascidas do próprio sistema e acabando a não pedir uma verdadeira revolução de valores e ideias mas simplesmente uma contestação aos sucessivos governos. Grandes manifestações de seis em seis meses sem continuidade e, sempre no pressuposto de unir todos, sem sumo. Sem uma estratégia a médio prazo, sem apresentar alternativas ao sistema, acabam em simples manifestações de protesto contra esta ou aquela medida ou governo, finda a qual vai cada um para sua casa ver o futebol ou a novela da noite.
Então qual é a solução? Não me perguntem a mim que não sei. Se não há consciência politica nas pessoas, se os partidos da esquerda não o desejam, se a contestação não institucional também não o faz pouco resta. Só vejo a possibilidade de uma estratégia a longo prazo, uma estratégia que, paralelamente à contestação mesmo que só feita como actualmente, passe pela acção local, pela criação de espaços que funcionem fora do sistema e mostrem que ele não é a única alternativa. Espaços abertos, autogeridos e onde a voz de todos e cada um seja escutada e respeitada. Espaços onde as pessoas sejam o fim a alcançar e não simples ferramentas para produzir dinheiro como se ele fosse o Deus todo poderoso e objectivo último. Troca de serviços, de tempo, solidariedade e cidadania. É lento, mas temos de criar estes exemplos, mostrá-los a outros e incentivar que eles se multipliquem em cada terra, em cada bairro, na consciência de cada um. Ou então, para os mais optimistas, esperar que um dia, perante a injustiça e a miséria, este povo finalmente se levante e imponha a mudança.
Ai o novo resgate
E este é culpa de quem? É do Tribunal Constitucional que lhe corta as inconstitucionalidades, é o Paulinho que se demitiu irreversivelmente , é do Gaspar que não sabia trabalhar com o Excel, é da chuva que caia, do Sol que brilhava, dos Bombeiros que morriam, da oposição que se abstinha violentamente, dos trabalhadores que querem ter salário, dos velhos que não morrem, dos pobres que insistem em comer, da merda que teima em cheirar mal, dos desempregados porque não querem trabalhar, dos doentes porque adoecem, dos estudantes porque precisam de professores, só não é sua. A culpa afinal é de todos que não a têm e não é de ninguém que a tem. Puta-que-os pariu a todos.