Como a imagem é a de um disco do Quim Barreiros podia começar com algo brejeiro fazendo já um trocadilho com o nome de “Poia com ares de Maduro” mas é preferível não. É que não sei bem onde amadureceu este maduro porque nunca tinha ouvido falar de tal personagem. Imagino-o a escrever umas baboseiras num desses blogs de direita, a blasfemar contra o Estado a defender o neo-liberalismo que o Passos Coelho, mesmo não entendendo, se diz admirador. Um pouco da mesma maneira que convidou o não saudoso Álvaro santos Pereira.
Na prática vinha para substituir o Miguel Relvas na parte de comunicação do governo. O outro fazia-nos vomitar e este chegou com toda a força e com conferencias de imprensa semanais para explicar tudo o que o governo fazia. A verdade é que falar é fácil e para atirar umas postas de pescada para fazer propaganda basta um qualquer personagem que saiba falar sem meter os pés pelas mãos. (Para a Presidência também deveria ser um requisito mas infelizmente temos o que temos). E lá aparecia o homem a fazer lindas dissertações, mas do que se esqueceu é que depois da prosa vêm as perguntas dos jornalistas e ai as coisas começaram a descambar. É que a politica deste governo não se aguenta se for questionada tanta é a porcaria, o compadrio, a podridão o desrespeito e os resultados que representa. E assim tudo voltou ao que era, acabaram as conferencias de imprensa e ficaram os comentadores das televisões a dizer que o mal é que o governo não explica as medidas que toma. O governo, esse ficará a lançar foguetes se alguém é contratado para ir limpar uma casa de banho, pelo menos até ao dia das eleições. Depois mais uma vez tudo voltará à forma inicial e lá vêm mais cortes nos salários, nas pensões, nos direitos sociais e na pouca qualidade de vida que ainda resta a alguns. Mais impostos, mais Troika, mais dívida, mais um “resgate” .
Arquivo de 5 de Setembro, 2013
Mais um Maduro
O Presidente da República defendeu que os responsáveis políticos devem dar maior importância à luta contra a pobreza e à exclusão social, e sublinhou a necessidade de soluções “flexíveis e inovadoras” para garantir um nível de vida digno.
Imagino que um ser de uma outra dimensão ou vindo dos confins do espaço que desembarcasse em Portugal, que estudasse a nossa religião com os seus anjos e ouvisse o Cavaco falar até pudessem ver nele um anjo que com as suas trompas alertasse para a pobreza e a miséria espalhando a palavra do milagre da multiplicação do pão. Para nós que por cá vivemos sabemos bem que não é assim e que de anjo não tem nada e e o mais parecido com as trompas serão as trombas e só porque rima. Todos conhecemos bem o percurso, as ideias e sobretudo a prática de tal personagem, um homem que não erra e que raramente se engana, um homem para quem ainda está para nascer alguém mais honesto que ele, (se não falarmos do BPN e outras coisas pequenas como essas). Um homem que já avisou sempre há um ano o que ia acontecer hoje e a que nunca ninguém parece dar ouvidos, talvez porque nunca ninguém entenda bem o que diz, um homem que já escreveu ontem já o futuro num qualquer prefácio ou na sua página do facebook,. Um homem que é traiçoeiro, vingativo e sobretudo de uma hipocrisia e palermice sem limites. Um homem que fala de soluções flexíveis e inovadoras para combater a pobreza e a exclusão social. Muito bem, diga lá algumas. Como imagina que isso vai ser feito com um governo que apostou nessa mesma pobreza como solução para os problemas e em que ele apostou. Ou a flexibilidade é a sopa dos pobres e a inovação novas formas de caridadezinha?
É que este problemas resolvem-se com um Estado Social forte, com uma politica de emprego e de partilha exactamente o contrário daquilo que o neo-liberalismo capitalista do governo que mantêm no poder defende.
Eu já não espero nada de bom vindo desta horrenda personagem mas pelo menos que se cale e nos deixe esquecer que existe, que devia cumprir e fazer cumprir a Constituição, que devia ser o Presidente de todos os portugueses, que devia ser uma pessoa digna e até mesmo ser uma pessoa. Há males que não desaparecem com facilidade.