O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, defendeu hoje que o controlo sobre a RTP deve ser entregue a uma entidade “genuinamente independente”, afastando os riscos de governamentalização da empresa. “Acho muito importante que o controlo sobre a empresa possa vir a estar nas mãos de uma entidade, que é percebida e entendida por todos como genuinamente independente. Isso permitirá não apenas afastar o risco de governamentalização como também permitir uma direcção mais efectiva e uma prossecução mais efectiva dos objectivos de serviço público que a televisão tem”.Como é que é? Uma entidade genuinamente independente escolhida e nomeada por quem? Não existe já uma entidade supostamente genuinamente independente chamada de Direcção da RTP? Não existe já uma Entidade Reguladora da Comunicação Social que devia ser genuinamente independente? E essa entidade genuinamente independente fica entre a ERCS e a Direcção da RTP, entre o Governo e a ERCS, presta contas a quem ou é privada e não presta contas a ninguém? Será que estão a querer oferecer a RTP de borla a alguns amigos?
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Trágico-comé(r)dia
Sei que é difícil, quase impossível tentar ouvir o Passos Coelho como se estivéssemos a ouvir um comediante, tal é o asco e o nojo que ele representa. Aquilo que ele diz na boca de um cómico seria hilariante tão ridículos são os seus argumentos como as suas razões. Assim, infelizmente é trágico. É trágico porque condena um país à miséria, é trágico porque desnecessário e é trágico porque o consentimos.
A saga continua
Felizmente há algum tempo que me deixei de assistir a noticiários nas nossas televisões por uma questão de sanidade mental, mas hoje, nem sei porquê resolvi sentar-me em frente ao televisor e carregar no botão. Fiquei completamente horrorizado com a campanha a que assisti. Desde a chantagem dos nossos “amigos” europeus que ameaçam cortar com o dinheiro, ao arrebanhar de comentadores, uns para criticarem o Tribunal Constitucional por ter cumprido com a sua função de fazer respeitar a lei inscrita na Constituição, outros para nos mostrarem já onde o governo vai obrigatoriamente ter de cortar, na saúde, na educação e na segurança social, com a sugestão de milhares de despedimentos na função pública. Eram 2 mil milhões aqui, mais 700 milhões acolá, mais 1500 milhões noutro lado, mais mil milhões por todo lado. Aquilo somado dava muitos milhares de milhões sem haver quem dissesse que o Tribunal Constitucional só cortou 1300 milhões. Se fizerem todos os cortes que foram anunciando vamos ser um país riquíssimo heio de gente sem um pão para comer. É que nos jornais os cortes já se transformam em mais impostos e o IRS para os funcionários públicos vai subir. É um fartar vilanagem. Mas não refilem, tenham medo porque já paira a ameaça de não haver dinheiro para pagar os salários de Abril (a próxima tranche de ajuda só estava prevista chegar em Maio), Este país entrou em loucura e a comunicação social já está a fazer a cabeça das pessoas para a inevitabilidade, para aguentarem e calarem. Ah, e afinal o tal relatório do FMI, a dizer aquilo que o governo pediu para lá vir escrito e que era só um estudo, uma achega ao debate da “refundação do estado” agora já é a Bíblia dos próximos tempos e há que começar a cumprir com os seus mandamentos. Mais gente para o desemprego, mais cortes nos salários, nos subsídios, aumento das taxas moderadoras, das propinas, dos horários de trabalho, da idade da reforma e sei la´que mais. Ah, e para a semana troika vem de novo a Portugal entregar mais um caderninho de exigências e medidas e quem sabe um segundo resgate. Realmente não somos a Grécia mas alguém me vai ter de explicar a diferença que não seja um ano de atraso na rota da miséria.
O Bastonário da Ordem dos Médicos já veio avisar que se houver mais cortes na saúde há o perigo de começarem a morrer mais gente nos hospitais por falta de condições. A Troika mata e tudo em nome do lucro, dos mercados.Num país onde o Mexia da EDP ganha 8500 euros por dia e onde o tal bandalho do Ulrich, veio dizer que os portugueses aguentam, a pergunta a fazer. Vamos mesmo aguentar ou vamos dizer basta? vamos ficar parados a assistir a mais esta vergonha? Vamos ficar à espera que alguém se lembre de convocar mais uma manifestação para daqui a uns meses?
Quem vê TV sofre mais que no WC
Posso escrever este texto porque o passado deste blog me permite não ser acusado de ser um admirador ou apoiante dos Sócretinos e do seu líder engenheiro. Vem isto a propósito da palhaçada do dia para entreter o Zé povinho e nos fazer esquecer o roubo a que estamos a ser sujeitos. Andam várias petições a correr a pedir que o tal auto-proclamado engenheiro aldrabão José Sócrates não possa vir a ser comentador semanal na RTP. A minha pergunta é porquê? Se por lá andam Marcelos, Marques Mendes e mais uma carrada de ex-ministros e outros aldrabões do género porque não poderá haver mais um? Se aceitamos ter um, tão ou ainda mais culpado pela situação do país na Presidência da Republica porque não aceitamos um pinóquio como comentador na televisão, sobretudo se não for remunerado?
Que muitos portugueses possam ter ido atrás deste populismo barato ainda compreendo, mas é inacreditável ver deputados e políticos profissionais virem fazer discursos inflamados contra isso. Receiam o que ele possa dizer? Não aceitam que ele se possa defender e são tão cobardes que preferem continuar a ter à sua disposição um saco de pancada que não possa ripostar? O homem está prescrito politicamente e não tem liberdade de opinião? Deve a sua palavra ser censurada? Ou estão alguns mais preocupados com as audiências e com medo que os seus comentários possam passar a ser mais escutados que o dos canais da concorrência?Na minha opinião é até bom que o Sócrates possa falar na televisão. É uma oportunidade para se fazer um julgamento público da sua passagem pelo poder já que infelizmente os políticos ainda não são julgados criminalmente pelos crimes feitos enquanto governantes.
O homem foi um aldrabão e muitos negócios menos claros aconteceram durante o seu reinado, mas pelo menos tinha uma ideia e uma perspectiva para país enquanto estes que lá estão agora são cegos e têm como única politica a destruição de tudo. Foi talvez negociata mas a verdade é que a ciência e a educação evoluíram durante o socretismo, até com a vinda de cientistas estrangeiros para Portugal enquanto agora o que vemos é os mais qualificados e que mais podiam dar à inovação em Portugal embarcarem para outras paragens, seguindo o conselho do Passos Coelho, “emigrem”. A verdade é que as nossas exportações aumentaram imenso durante o reinado socretino e que os palhaços que lá temos agora ainda se aguentaram uns tempos a falar do seu aumento beneficiando do seu trabalho para agora a dura realidade da porcaria que estão a fazer começar a surgir e as vermos começar a diminuir.
O Sócrates foi certamente uma desgraça que aconteceu a este país, mas estes que lá estão agora são uma catástrofe bem pior. Pinóquios foram e são todos.
PS: Aproveito para dizer que o regresso do “engenheiro” é para este blog uma boa notícia pois é um personagem maravilhoso para fazer bonecos.
E a eles ninguém restrutura?
Tinha feito este boneco para escrever um texto sobre a privatização da RTP agora transformada em reestruturação ou seja despedimentos. Para isso o dinheiro não falta e já há 42 milhões disponíveis para tornar dispensáveis a vida de mais umas centenas de pessoas. Queria escrever mas estou com tanto sono que já não vejo nada (é publicado de dia mas isto é sempre feito de noite). Vou dormir e que se lixe o Portas, Relvas, Passos e essa corja todos. Hoje safam-se de lhes chamar mais uns nomes, mas ainda aproveito para mais alguns; bandalhos, gatunos, vendidos, aldrabões, mentirosos, hipócritas, etc, etc, etc.
Hoje não sei porquê apetecia-me fazer alguém ou alguma coisa que não servisse para nada. Mal cheguei ao computador, embora personagens irrelevantes não faltem por aí, foi fácil decidir, só podia ser o António José Seguro, que sem saber como um dia destes ainda chega a Primeiro-ministro sem nada fazer por isso ou o merecer. Num país em que o poder é uma exercício de alterne, em que a comunicação social, pertença dos grandes grupos económicos e ao seu serviço, condicionam a liberdade e a democracia com mentiras e enganos, as ditas alternativas não passam de meros piões no jogo do sistema, nada é muito difícil prever. Ao Seguro, um mais um Jotinha, parece bastar-lhe sentar-se e calmamente esperar que o governo lhe caia nas mãos. Claro que há sempre o perigo, se deixar que os aldrabões que nos governam se aguentem por lá, de que no PS alguém se impaciente ou seja mordido pelo bichinho do poder e lhe puxe o tapete debaixo dos pés. Para sua sorte o António Costa parece preferir ir directamente para o lugar do Sr. Silva sem passar pelo governo.
A pergunta que me vem à cabeça é se ainda não será desta que vamos acordar e perceber que toda esta gente que se alimenta do sistema não é realmente uma alternativa séria. Só com uma mudança real, recusando mais do mesmo, exigindo uma real democracia mais directa e participativa e a recusa de participar nos jogos dos mercados especuladores que nos controlam com dividas forjadas para nos roubarem direitos e a própria dignidade como pessoas, podemos ter esperança. Até quando vamos continuar a aceitar ser condicionados e enganados por esta gente?
Numa altura em que se fala de privatizações quem surge sempre à cabeça é o Miguel Relvas. Aliás sempre que se fala de coisas meio obscuras, onde nada é claro e muita coisa é feita por debaixo da mesa o nome do Relvas aparece sempre. O homem está metido em todo o lado, secretas, comunicação social e claro no roubo em que o que é de todos nós está a ser vendido ao desbarato aos amigos isto sem olhar mais para trás e para a licenciatura, viagens fantasmas de deputados, etc, etc. A presença deste traste no governo do país é uma vergonha e mostra bem o estado da nossa democracia. Tenho nojo de tudo isto e indignação por ver que é possível tudo acontecer e nada ser feito para acabar com a pouca vergonha. Se de Belém não se pode esperar nada de um povo a ser atirado para a miséria esperava-se uma maior reacção. Espera-se, espera-se e ou isto rebenta de vez ou desespera-se.
A direcção de informação da RTP, liderada por Nuno Santos, apresentou a sua demissão em bloco. A decisão prende-se com uma divergência sobre imagens da manifestação em frente à Assembleia da República no dia da greve geral. Estas, diz a administração foram facultadas por membros da direcção de informação “a elementos estranhos à empresa”. Foi ainda considerado uma “acção abusiva” e uma “quebra grave das responsabilidades inerentes à cadeia hierárquica” da RTP, podendo ser “uma violação dos direitos, liberdades e garantias”.
Esta gente já não respeita nada, liberdade, democracia, direitos, justiça, legalidade, decência. Este Ministro com uma cara que podia fazer um filme de oficial Nazy sem ter de se mascarar já eu provas de que para ele vale tudo e que tudo pode ser feito sem respeitar nada nem ninguém. Este personagem não renega a violência e até, em alguns casos, a parece promover como aconteceu no Chiado e já se começa a notar ter voltado a acontecer no dia 14, dia da Greve Geral. Aliás em todos os dias de greve geral a violência saiu à rua e em todos eles elementos infiltrados foram fotografados e/ou filmados a promoverem essa mesma violência para posteriormente justificar acções policiais. Assim garantem a abertura dos telejornais e o atirar para segundo plano a luta de um povo pela defesa dos seus direitos, postos de trabalho, dignidade e condições de vida.
Mais uma vez digo que estamos a ser governados por gente que não presta, gente disposta a tudo para segurar o poder e ter um ministro como o Miguel Macedo à frente das polícias garante que o desrespeito pela lei e pelos direitos dos cidadãos pode acontecer a qualquer momento. Quero posso e mando pelo que está na hora de lhe explicarmos que quem manda aqui somos nós e corrermos a pontapé.
Para que serve a ERC?
O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Carlos Magno, afirmou que estava convencido de que essa expressão, (“houve uma pressão inaceitável”), estava lá. Lamento que não esteja e o erro é meu” e admitiu “a culpa por não ter lido” a deliberação final que ilibou o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.
Ainda assim, Carlos Magno realçou que não só se revê, como se orgulha da deliberação da ERC: “Não só me revejo, como me orgulho de tudo o que está escrito. Tem contradições, mas a vida é feita de contradições”.”Se pudesse acrescentar tal frase: a expressão não é ilícita, mas é inaceitável, [a deliberação] não teria mácula”, acrescentou.Mas para que raio serve esta ERC? O seu Presidente vota uma deliberação que não leu e onde faltava a expressão, “houve uma pressão inaceitável” e mesmo assim está orgulhoso. Nem lê nem estranhe que seja logo a expressão que “condena” o Miguel Relvas que falte na declaração final e sente-se orgulhoso.
Mas a pergunta era mas para que raio serve a ERC? Pelos vistos para nada porque há um governante, logo o responsavel pela área da Comunicação Social que faz pressões inaceitáveis sobre jornalistas e jornais e nada acontece. Ou o Ministro se demite ou então acabe-se com a ERC porque sempre se poupavam uns euros.
A inocência da santidade
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) deverá votar hoje, a deliberação final sobre o caso das alegadas pressões ilícitas do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, sobre o jornal “Público”, (ameaçando publicar na Internet dados pessoais e privados de uma jornalista), para impedir a publicação de notícias sobre o seu eventual envolvimento no caso das secretas. Ao que o SOL apurou a conclusão a que chegaram os técnicos da ERC e que consta do relatório, é que Miguel Relvas não tentou pressionar o jornal Público.
Recorde-se que o conselho regulador da ERC é presidido por Carlos Magno e tem entre os seus vogais a ex-jornalista e jurista Raquel Alexandra, amiga pessoal de Miguel Relvas. Além destes dois membros, o conselho regulador é composto por Arons de Carvalho, Maria Roseira Gonçalves e Rui Gomes.
Só me pergunto é porque perdem tempo a fazer estes relatórios, reuniões e votações se já todos sabem o resultado mesmo antes de se iniciar o processo. É claro que o Relvas é um anjinho.
Relvas ou erva daninha?
Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, manifestou a sua “certeza absoluta” de que Miguel Relvas nunca teve intenção de condicionar o trabalho dos jornalistas. O deputado, mesmo assim, defende que o Parlamento deve aguardar pela investigação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sobre o caso que envolve o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares e o jornal Público. Já o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que o Miguel Relvas tenha “atacado a imprensa” na resposta ao jornal Público e defendeu que “o Governo tem privilegiado muita transparência”.
Por mais que tentem esconder o Relvas por detrás da ERC, por mais “certezas absolutas” que preguem já ninguém tem dúvidas, se é que alguém alguma vez as teve, que este ministro recebia informações das secretas portuguesas e que as tentou utilizar para calar as investigações da jornalista do Público. Fugir do Parlamento para evitar ter de se defender e só o fazer para a ERC por escrito, não vá entrar em mais contradições ao falar em directo é a consequência de quem tem a consciência pesada. Certamente que o Passos Coelho nem deve querer imaginar o que será perder o seu homem de mão no governo, o homem que faz os todos os contactos, que tece as teias de todos os negócios e apaga todos os fogos pois sem ele também o seu reinado pode ter um fim anunciado. Um fim a que o Relvas não deverá escapar e que se tivesse um pingo de vergonha na cara já teria dado o passo, pedindo a demissão. Quem se deve estar a rir de tudo isto é o Vitor Gaspar, que rimando com Salazar, que também começou como Ministro das Finanças para se tornar posteriormente em Ditador por várias décadas, espera a sua oportunidade para se sentar na cadeira do Coelho.
Têm tudo e afinal não sabem nada
O relatório do Serviço de Informações de Segurança (SIS) a antecipar os riscos e ameaças dos “grupos antiglobalização” para a greve geral de dia 22 previa violência, caos, ruas bloqueadas e explosões. Para os espiões, as forças de segurança deveriam preparar-se para ruas bloqueadas em Lisboa e para o rebentamento de cocktails Molotov. O documento, classificado como “confidencial”, foi distribuído a PJ, GNR, PSP, SE e ministros da Administração Interna e da Justiça e deveria servir de base de planeamento para a PSP – que há um ano se prepara para uma onda de contestação social que previu ser a maior dos últimos 30 anos.Poderá isto justificar a desproporcionada carga policial que aconteceu no Chiado (vídeo)? Será que os policias estavam assim tão alarmados e assustados que confundiram ovos com cocktails Molotov?
Espiões, câmaras, escutas, vigilância, infiltrados por tudo o que é movimento social e no fim o grande temporal anunciado não passou de uma bufa. É verdade que já todos sabem que telefones, mails, e redes sociais são vigiados, bem como conhecem os infiltrados que por aí andam, e que a unica comunicação segura é aquela feita presencialmente, mas os movimentos sociais que existem já provaram, apesar da prática de alguma desobediência civil light para conseguirem alguma visibilidade nos órgãos de informação, ser pacíficos. Fazem, também eles, parte dos movimentos internacionais que acreditam que é pela ocupação do espaço público, pela presença e pelo protesto pacifico que poderão exigir uma democracia mais participativa e uma mudança neste sistema injusto e canibalizado pelas grandes corporações. Pacifico porque acreditam que só assim todos os que se sintam indignados com o sistema podem sentir-se seguros para ocuparem as ruas e praças conquistando a mudança, não pela força da violência, mas pela força das palavras, das ideias e dos direitos.
O SIS pode fazer os seus relatórios alarmistas, a policia pode tentar provocar o confronto por se sentirem mais à vontade a bater que a pensar e o Ministro pode tentar esconder as suas responsabilidades, que o que realmente ressalta de tudo isto é a sua incapacidade de compreender o que se passa e de encontrar soluções não violentas para calar a indignação. O que ressalta disto é que o poder começa a temer a rua.
O Fado consumado
O Presidente da República comentou os incidentes ocorridos durante a greve geral do passado dia 22, em Lisboa, lamentando os casos e defendendo esclarecimentos. «Lamento profundamente que dois fotojornalistas tenham sido atingidos durante os distúrbios a que as forças de segurança tiveram que fazer face», declarou Cavaco Silva.Mais um que só lamenta a agressão policial aos fotojornalistas esquecendo todos os outros que pacificamente se manifestavam, passeavam ou simplesmente bebiam qualquer coisa nas esplanadas do local. Mais um que antes de saber o que se passou, ou sabendo porque presenciado pelos média, que o digam os tais jornalistas agredidos, prefere aguardar mais um inquérito que como tantos outros acabará em nada mas apontando já a culpa a distúrbios que obrigaram as forças de segurança a agir. Já acusou, julgou e condenou.
Que fica então para ser inquirido no tal inquérito? Os fotojornalistas.
Corte e costura na liberdade
Todos nos lembramos das acusações do PSD ao governo dos Socretinos sobre o controlo que estes exerciam sobre a informação. Recentemente alguns jornalistas mais críticos do actual governo e sobretudo os que se atreveram a criticar as suas relações com Angola, o Presidente José Eduardo dos Santos e a sua “real” família, viram os seus contratos não serem renovados e as suas colunas e programas terminarem. Também alguns blogs, pelos mesmos motivos foram atacados e destruídos. O blog Braganza Mothers é um bom exemplo disso tendo ele e todas as contas ligadas ao seu mentor o brilhante “Arrebenta” sido vitimas dessa fúria em silenciar as criticas. Felizmente a Internete ainda é um espaço amplo e solidário pelo que por cada blog ou site que seja atacado e destruído há dois que surgem para continuar a sua luta (reabriu aqui).
Este sistema capitalista está a rebentar pelas costuras e já não olha a meios para tentar retardar aquilo que é inevitável; a sua queda. (Infelizmente a alternativa é uma terrível guerra a nível global que causará muitos milhões de mortos). Silenciar as vozes incomodas começa a não ser só um capricho de um ou outro líder, mas uma necessidade do poder instituído. Num mundo em que a informação corre livre a nível global a liberdade e a democracia são um vírus que os pode destruir e eles sabem disso. A rendição dos países ocidentais ao poderio das novas economias, anti-democráticas, como a China ou Angola acaba também para contribuir para isso, pois se é verdade que de lá chega muito dinheiro também o poder absoluto dessas ditaduras o acompanha.
É por isso que as vozes incomodas começam a ser bloqueadas e se vê um interesse tão grande em os Americanos fazerem aprovar a sua lei de controla da Internet, o SOPA (Stop Online Piracy Act) e por cá Parlamento Europeu já se antecipou e aprovou o ,АСТА (Anti-Counterfeiting Trade Agreement ). Tudo em nome da pirataria mas a dar ao poder a capacidade de fechar sites a seu belo prazer.
Já vivi tempo de ditadura neste país e não gostei mesmo nada e é por isso que estarei ao lado de todas as lutas pela liberdade de expressão e para derrotar os que a ameaçam. Muitas vezes me perguntam se não receio fazer este blog e não me calar, tanto aqui como na rua. Infelizmente não me posso dar a esse luxo e, como já aqui disse uma vez, só tenho medo de um dia vir a ter e ceder ao medo. Esta é uma luta de todos e a que ninguém se pode pôr de parte. É o futuro, o nosso e o dos nossos filhos que está em jogo.
Não questionável a bem da nação
“A bem da Nação”, a informação emitida pela RTP Internacional deve ser “filtrada” e “trabalhada” pelo Governo, defendeu João Duque. Um tratamento que, acrescentou, “não deve ser questionado”. ‘Se [o Governo] quiser manipular mais ou manipular menos, opinar, modificar, é da sua inteira responsabilidade, porque estamos convencidos [de] que o faz a bem da Nação, porque foi sufragado e foi eleito para isso.’Controlo e filtragem sobre a informação não é nada de novo e há muito que é feito. Agora, esse controlo não deve ser questionado, ao som do velho chavão salazarento do “a bem da nação”. A justificação é, a promoção de Portugal através da imagem ou do som deve ser enquadrada numa visão de política externa e portanto quase que sob a orientação ou em contrato de programa com o Ministério dos Negócios Estrangeiros”. Como imagino que também devia gostar de colocar os blogs e o Facebook sob orientação do Ministro, o melhor é não questionar, a bem da nação.