Quase todos os “bonecos” que faço são dedicados ao governo ou então a uma ou outra cavalgadura que mostre o seu desrespeito pela dignidade de quem vive do seu trabalho ou está a ser atirado para a miséria. Mas, de quando em vez parece-me de bom tom também fazer aqui o boneco dos que passam a vida a falar para o boneco, sobretudo do Parlamento para cima, já que ninguém liga muito ao que dizem. Aquilo a que muitos comentadores, todos de direita, gostam de chamar de esquerda mais radical, ou seja aqueles que estão fora do arco do poder. São portanto partidos com assento parlamentar, que funcionam dentro do actual sistema e por isso não o desejam afrontar mas que contestam as politicas seguidas. Gente que fala alto mas bem sempre muito bem comportada.
Para quem como eu defende que o actual sistema politico e esta democracia representativa, velhinha de séculos, necessitam urgentemente de um upgrade acabam por ser mais uma barreira à mudança. São muitas, primeiro a ignorância e o bovinismo deste povo, depois do próprio sistema que está montado para garantir que a democracia de alterne funciona tornando quase impossível que outros que não os tais partido do tal arco e do tal poder lá possam chegar. Dominam todos os poderes, do legislativo ao judicial, do poder da comunicação social ao do grande capital. Temos depois estes tais partidos da oposição que combatem o governo mas travam mudanças mais profundas no sistema. Afinal eles vivem e alimentam-se também dele. Basta ver o movimento sindical para que isso se torne claro. Uma réstia de esperança de mudança ainda nasceu quando começaram a surgir movimentos sociais, infelizmente fracos e pouco participados, mas que, minados por dentro, ao fim de dois anos vemos esboroarem-se e serem absorvidos por estruturas nascidas do próprio sistema e acabando a não pedir uma verdadeira revolução de valores e ideias mas simplesmente uma contestação aos sucessivos governos. Grandes manifestações de seis em seis meses sem continuidade e, sempre no pressuposto de unir todos, sem sumo. Sem uma estratégia a médio prazo, sem apresentar alternativas ao sistema, acabam em simples manifestações de protesto contra esta ou aquela medida ou governo, finda a qual vai cada um para sua casa ver o futebol ou a novela da noite.
Então qual é a solução? Não me perguntem a mim que não sei. Se não há consciência politica nas pessoas, se os partidos da esquerda não o desejam, se a contestação não institucional também não o faz pouco resta. Só vejo a possibilidade de uma estratégia a longo prazo, uma estratégia que, paralelamente à contestação mesmo que só feita como actualmente, passe pela acção local, pela criação de espaços que funcionem fora do sistema e mostrem que ele não é a única alternativa. Espaços abertos, autogeridos e onde a voz de todos e cada um seja escutada e respeitada. Espaços onde as pessoas sejam o fim a alcançar e não simples ferramentas para produzir dinheiro como se ele fosse o Deus todo poderoso e objectivo último. Troca de serviços, de tempo, solidariedade e cidadania. É lento, mas temos de criar estes exemplos, mostrá-los a outros e incentivar que eles se multipliquem em cada terra, em cada bairro, na consciência de cada um. Ou então, para os mais optimistas, esperar que um dia, perante a injustiça e a miséria, este povo finalmente se levante e imponha a mudança.
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A oposição e o sistema
O que é isso de centro esquerda?
Ainda me lembro quando um partido que se dizia do centro era considerado um partido de extrema-direita. E era. O PCP era um partido revolucionário, o PS um partido de esquerda e o PSD, dizia-se social democrata mas agrupava a direita da altura. Hoje, o O PSD e até o CDS dessa altura estaria muito à esquerda do actual PS nas ideias que defendia. Claro que o PS do Mário Soares meteu o socialismo na gaveta mas não foi isso que fez dele um partido do bloco central. E, na realidade, a ideia de esquerda ou direita quase perderam o sentido pois os princípios que as separavam há muito que se esbateram e o revolucionário transformou-se muito mais em evolucionário, o que mesmo assim é bem mais radical que o o evolucionário que se transfigurou em retrocesso civilizacional com cortes nos direitos e na prática democrática. O capitalismo venceu essa guerra e desembestou pelas sociedades e pelos países marrando à esquerda e à direita trazendo-nos a esta situação. Quando o homem passa a ser uma ferramenta descartavel daquilo que se transformou no objectivo primordial, o dinheiro, algo está de pernas para o ar. Quando o homem criou o dinheiro, a sua função era de ele ser uma ferramenta para servir o homem e não o contrário. O dinheiro serve para comprar bens e serviços e não para comprar homens. Só a reposição dessa ordem natural em que a politica, a economia, o dinheiro forem colocados ao serviço do homem algo poderá realmente mudar e a dignidade como seres humano nos será restituída. Esta deve ser a nossa luta e o nosso objectivo.
Mais uma aldrabice
O líder do PS vai reunir com as chefias dos partidos representados na Assembleia da República na ‘demanda’ pelo consenso.
Como anda a ser tão mal tratada a palavra “consenso” na boca destes políticos. Consenso pressupões busca da melhor solução através do debate e não negociação de interesses partidários económicos ou pessoais. A actual forma de a politica ser exercida é uma fantochada, uma corrente de enganos e favores. temos de exigir a mudança, a participação popular e a democracia verdadeira. Esta suposta convergência à esquerda é mais uma mentira, uma forma de tentarem dar alguma esperança, na esperança que isso crie a exigência e possibilidade de novas eleições. Depois ou governa o PS com uma maioria absoluta que já pede ou acaba coligado com o CDS a fazer mais do mesmo. E, isso até é natural já que as ideias do PS quanto ao pagamento da dívida, da renegociação, da subjugação à Europa e aos mercados estão bem mais próximas do CDS que dos partidos de esquerda. Mais uma mentira e mais um engano para apanhar tolos. Vamos ser tolos outra vez?
AR a Casa dos Horrores
No post anterior fiz uma propostas aos deputados da esquerda, a de que abandonem este Parlamento e recusem pactuar com este PREC (Processo Reaccionário Em Curso). Muitos vieram defender os seus partidos e os argumentos foram muitos, mas nenhum me mostrou uma única razão válida porque isso não é possível. É na Assembleia da Republica que a direita aprova as malfeitorias a que tem submetido os portugueses mesmo com o voto contra das bancadas mais à esquerda. O argumento que a maioria está lá porque foi sufragada pelos portugueses não é válido porque ninguém votou nas politicas que estão a ser implementadas. Ser eleito não dá um poder absoluto e possibilidade de fazer tudo o que se quer. Há uma Constituição, há uma democracia e há a liberdade que têm de ser respeitadas. Quando esses valores são colocados em causa há toda a legitimidade para correr com a canalha. Tem de haver um processo de protesto que seja ouvido e respeitado pelos governantes, mas perante a incapacidade de ouvir deste governo e a sua prepotência só actos mais radicais parecem poder surtir efeito. Há o risco de uma revolta popular e de um banho de sangue, que muita gente cada vez mais parece desejar, ou há a alternativa de derrubar este governo e tentar fazer algo de diferente. Essa possibilidade pode ser conseguida pelo abandono da AR dos deputados que não concordem com o que está a ser feito. PC, BE e até talvez alguns deputados do PS podem fazê-lo se tiverem a coragem para isso. Até eleitoralmente poderia ser uma boa aposta para eles pois mostraria que estão realmente dispostos a defender os direitos e a vida dos cidadãos e não são só uns fala-baratos que fazem lindos discursos sem valor prático.
Podia, mas nem quero fazer uma critica aos partidos e à sua forma de funcionamento, não estou a criticar as suas posições ou ideologias, nem sequer estou a pedir que façam algo de muito extraordinário o que peço é que respeitem os mandatos que lhes deram e ajudem quem já está desesperado travando a destruição do estado social. Levantem-se e não pactuem mais com isto, abandonem a Assembleia da Republica, uma casa que está transformada num antro de horrores.
Um proposta para a esquerda
Uma dos programas mais famosos da televisão há alguns anos era a série dos Marretas, e duas das personagens mais conhecidas eram os dois velhos que do seu camarote atiravam “bocas” aos actores em palco criticando o seu desempenho. Vem isto a propósito das nossas esquerdas parlamentares que, talvez por alguns traumas e estigmas do passado pós 25 de Abril e do famoso PREC, acabam a fazer um papel muito idêntico aos dos dois velhos marretas. Criticam muito mas pouco fazem para mudar e para criar alternativas que permitam imaginar que o amanha será diferente daquilo que temos hoje. No fundo acabam mesmo a servir o sistema pois são o escape e a contestação que possibilita que se diga que vivemos numa democracia quando afinal nada disto passa de uma ditadura de alterne. Ambos apostam em criticar muito, discursos inflamados na Assembleia da Republica e em alguma contestação nas ruas, com muitas bandeiras, bem comportada e com hora marcada de início e fim, muitas vezes ao som do Hino Nacional. Hoje os professores, amanhã os enfermeiros, depois a função pública, umas greves sectoriais, uma greve geral por ano e um desfile no 25 de Abril. Nas eleições o apelo ao voto para haver mais um ou outro deputado na Assembleia mas que em nada muda o sentido da governação sempre a cargo do PS/PSD/CDS.
Parece-me que perante o descalabro a que chegou o país, perante a destruição iminente do Estado social é preciso fazer mais, muito mais. Se realmente os partidos de esquerda querem travar isto porque não abandonam a Assembleia da Republica recusando-se a participar nesta fantochada desta falsa democracia e se juntam aos cidadãos que exigem a mudança. Saiam de dentro daquela antro de podridão e venham para a rua juntar-se a que exige a mudança.Façam-no e obriguem o PS a escolher de que lado da barricada quer estar. Se junto das pessoas se junto dos gatunos.
A proposta é simples, Abandono da Assembleia da Republica por parte de todos os deputados que não querem pactuar com o que está a acontecer, criando uma crise que derrube o governo impedindo a continuação do saque do país e dos direitos dos portugueses. Aqui se separariam as águas e se veria quem está com quem e quem defende o quê.
A União da Esquerda
Censura, cada um tem a sua
A desunião da esquerda é uma história longa de mais de 38 anos, para não ir mais longe. Tivesse havido uma base de entendimento entre todas as esquerdas e esquerdinhas que surgiram no pós-25 de Abril e talvez nunca tivesse sido possível um 25 de Novembro. Desgastaram-se mais a lutar uns contra os outros que a derrotar aqueles que, de então até hoje, têm vindo a destruir o país.
Eu que tenho andado em muitos movimentos sociais e plataformas sempre senti da parte do PCP uma relutância a qualquer união, tendo sempre para contrapor uma qualquer organização interna mesmo que para isso a tenham de ressuscitar de uma longa inactividade. Lembro-me do caso da Pagan em que foram recordar uma qualquer estrutura cuja página na Internet não tinha nenhuma noticia há vários anos ou agora com os desempregados em que aconteceu exactamente o mesmo. Quem se desejar juntar e submeter a eles é bem vindo, quem desejar ter voz própria é para derrubar. Mas o Bloco não se fica muito melhor pois tem sido visível a sua tentativa de por um lado criar as suas próprias organizações satélites por outro tentar infiltrar-se e controlar as que se criam fora da sua esfera partidária.
Mas, este post nem era para falar disto mas sim do acordo alcançado entre Bloco e PCP para a apresentação de, não uma como deveria ser, mas duas moções de censura. É bom que tenham falado e que haja um acordo mínimo que pelos vistos passa só pela data da apresentação, porque dai para a frente é cada um com a sua porque a minha é sempre melhor que a tua. Mas é bom que tenham falado uns com os outros mesmo que o PCP se mantenha na sua de “nós, nós nós”, (para não dizer orgulhosamente sós o que seria demasiado ofensivo pelo peso que esta frase tem e por ter sido proferida por quem foi), e o bloco continue a tentar juntar os cacos de alguns anos de desnorte e de disparates. É bom que tenham falado porque enquanto falarem não se andam a combater o que já é uma avanço quando há um inimigo comum para derrubar. Bom seria que uma das moções fosse mais soft e não recusasse o memorando da Troika (o que me custa estar a escrever isto), para não dar ao PS a possibilidade de se desculpar por não votar contra com os compromissos que assumiu.
Estas moções estão derrotadas à partida pois existe uma maioria na Assembleia que as vai chumbar e um PS que não as vai aprovar, mas na verdade se há um governo que merece ser severamente censurado e apeado do poder é este. Saúde-se o dialogo entre o PCP e o Bloco pois juntos serão sempre mais fortes.
Um dueto a duas vozes
Um dueto com momentos em que cantaram a duas vozes. Não sei quantos deputados vai eleger o PCP nem sei quantos vai eleger o BE. Sei que os pequenos partidos não vão eleger ninguém, mas sei que a soma dos votos de todos elegeriam sempre mais deputados que a soma das partes. O sistema eleitoral que temos assim o obriga. Compreendo que tenham de defender o seu jardim, de garantirem o seu eleitorado, mas não é a vida de todos os que votam neles mais importante que isso?
Encontro das “esquerdas”
Para quem não é militante do PCP ou do BE é quase incompreensível que estes dois partidos não se unam, como única solução possível, para fazer frente ao capitalismo vigente, ao ponto a que nos trouxeram e sobretudo ao futuro que nos destinam. Talvez por isso ambos resolveram mostrar abertura a “contactos”, mas ambos partiram para a reunião com o discurso feito e a estratégia decidida; cada um por si. Nunca se viu uma verdadeira vontade de sequer tentar. É pena porque são muitos que acreditam que as coisas podem ser diferentes e não vêm ninguém realmente empenhado em o conseguir.
Entrelaçados e entalados
Primeiro vem um e diz que não casa mas aceita adoptar o outro na família, para o outro logo oferecer uma aliança sem falar em casamento Aliança sem namoro não aceito, diz o primeiro, mas o segundo sabe que a sua família nunca aceitará o outro como noivo. Uma tragédia pior que a do Romeu e Julieta onde o único que se fica a rir é o cavalo do poder.
A esquerda e o poder
Depois de há uns dias o PCP, na voz do Jerónimo de Sousa ter recusado qualquer coligação com o Bloco de Esquerda, abrindo só a possibilidade de o BE se colocar debaixo da sua pata participando na CDU. Francisco Louçã defendeu uma estratégia de unidade à esquerda, no sentido de diálogos com o PCP, sindicalistas e socialistas, ressalvando não ter «ilusões» sobre o actual PS. – Uma estratégia «em nome de uma esquerda socialista» que promove «todas as pontes necessárias e todos os diálogos possíveis», de modo a «construir uma alternativa que possa governar, liderar e alterar as regras desta economia que se tem fechado no desastre económico.Já há muito tempo que critico o PCP e o BE por se terem recusado ao0 longo do tempo em criar uma alternativa de esquerda com condições de lutar pelo poder. Infelizmente sempre preferiram olhar para os seus umbigos e ficar satisfeitos com a conquista de mais um ou dois deputados, mesmo que isso condene o país e os portugueses a sofrerem mais anos de politicas desastrosas e de destruição do estado social. O PCP já veio fechar a porta e, talvez por isso, o BE veio abrir uma janela de oportunidade. Sem ser o ideal nem ser aquilo em que acredito, afinal nenhum questiona a nossa participação na falsa União daquilo a que chamamos Europa e eu não compreenda como poderiam fazer politicas diferentes cumprindo com as suas regras e imposições, era importante que essa aproximação e unidade se começasse a criar. Não só juntando as forças partidárias, mas indo buscar à sociedade civil, às centenas de associações e movimentos existentes apoios e participação que possibilitasse a potenciação da mudança. Criando uma alternativa em que os que já não acreditam valer a pena votar porque ganham sempre os mesmo, pudessem ver uma luz de esperança e um objectivo que os fizesse desejar participar na mudança. Bastava serem esses os reais objectivos dos partidos de esquerda para isso ser possível.
Paralamentar parlamentarices
Hoje o Francisco Louça surpreendeu toda a gente ao anunciar que vai apresentar uma moção de censura ao governo dos socretinos, sobretudo depois de ainda há poucos dias o ter considerado isso como algo sem sentido e por se recusar a dar a mão à direita. Realmente correr com este governo é importante, mas mais importante era encontrar uma alternativa de poder à esquerda. Retirar de lá o Sócrates para dar ao Passos Coelho não me parece que vá melhorar a vida dos portugueses. Que esperança pode isso dar aos desempregados, aos trabalhadores precários, aos reformados, aos trabalhadores e aqueles que pouco ou nata têm?
Se a esquerda não estivesse tão preocupada e tão bem instalada no seu quintalzinho, se estivesse realmente preocupada com as condições de vida dos portugueses e em travar a destruição do estado social, teria de ser capaz de se entender na criação de uma grande força eleitoral de esquerda que fosse uma verdadeira alternativa de poder e de governação deste país. É assim tão difícil potenciar o que os une em detrimento do que os divide em nome dos portugueses.
Venha o diabo e escolha
Infelizmente a esquerda deste país sabe que em eleições pela queda deste governo não lhes vai permitir chegar ao poder. Não é um partido que tem normalmente resultados perto dos 10% de votos e que não se prevê que venha a ter muito mais. não o pode aspirar. Enquanto o PCP e o BE andarem a atrapalhar-se um ao outro e a discutir, “a minha é maior que a tua” não é possível criar-se uma verdadeira alternativa com possibilidade de chegar ao poder e travar o avanço descontrolado do capitalismo liberal. Só este pensamento deveria ser o suficiente para ambos mostrarem disponibilidade e abertura para encontrar uma plataforma, por mais mínima que fosse, que ajudasse a criar essa alternativa com possibilidade de vitória. Mas não é, e por isso estamos condenados a ter como primeiro-ministro ou o Sócrates ou o Passos Coelho. Venha o diabo e escolha.
Este tinha que ser mesmo um boneco a preto e branco, tão velha é esta visão do paizinho que se zanga com o filho mas não pode deixar de gostar dele. Afinal são pobres de espírito que não compreendem a palavra da razão do PCP, um povo que se deixa enganar por preconceitos e populismo. Não estará na hora de o PCP olhar mais para dentro de si mesmo, de fazer uma auto-critica, de pensar onde falham na comunicação, no seu comportamento e no relacionamento com os outros? Ou é o PCP como aquela mãe que ao ver desfilar o seu filho com o passo trocado diz que são todos os outros que estão errados?
Este país necessita de um PCP que compreenda a necessidade da esquerda poder ser alternativa de poder, da necessidade de dar a esses povo que temos uma alternativa em que possam acreditar. Essa alternativa não pode ser conseguida sem o PCP, mas não é nem será só o PCP sozinho. Enquanto mantiver esta postura é ele o principal obstáculo à mudança urgente e necessária para travar o avanço do capitalismo selvagem.
Passeios de Outono
Hoje, uma vez mais lá vou eu passear-me a descer a Avenida em mais esta jornada de luta. Vou porque é a “luta” que temos, é a luta que aqueles que estão à frente das organizações, que a democracia construiu, para lutar e defender os direitos de quem trabalha. Direitos conquistádos em séculos de luta e onde muitos pagaram com a morte a defesa dos seus ideais. Mereciam que nós hoje fossemos mais dignos e mais corajosos na sua defesa. Mereciam lutas bem mais efectivas. Mereciam eles e mereciam os nossos filhos um mundo melhor que aquqle que lhes vamos legar. Como ainda não são, lá vou eu descer a Avenida.