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Greve
Democracia fascisoide
Depois de a JSD ter vindo criticar veementemente não a classe docente, mas sim os sindicatos, deputados do PSD porem em causa o valor transferido do Estado para os sindicatos do sector da educação, o ministério da Educação está a descontar o dia completo de trabalho aos professores que fazem greve a apenas duas horas de reunião por dia.
Ultimamente tem-se visto por parte deste governo um ataque cerrado contra os sindicatos e sempre que uma greve é decretada contra os trabalhadores que a ela aderem. Normalmente porque prejudicam alguém atirando com as culpas para o lado dos sindicatos e nunca para quem cria as razões que justificam a greve. Aconteceu com os estivadores, com a Carris, o Metro, os comboios e agora com os professores. Primeiro culpam os sindicatos, depois os trabalhadores e tentam sempre voltar o resto da população contra quem defende os seus direitos. A velha estratégia do dividir para reinar. Mas, como cada vez mais cada um de nós tem mais razões para fazer greve perante o ataque imoral deste governo aos salários, direitos e ao Estado Social o Passos Coelho já veio dizer que o melhor é modificar a lei da greve, certamente para dificultar ainda mais as sua realização.
Agora, perante uma luta mais que justa dos professores não hesitam em recorrer à ilegalidade de descontar um dia inteiro de salário mesmo que os professores só façam duas horas de greve. Esta gente não presta e são tão zelosos a fazer cumprir leis e normas aos outros mas consideram que eles não estão obrigados a cumprir com o que está escrito. Nem a Constituição os demove e acusam quem exige o seu cumprimento de ser culpados da sua incompetência e desonestidade. O não pagamento dos subsidios de férias em Junho como resulta da resolução do Tribunal Constitucional é só mais um exemplo da longa lista de aldrabices desta gente. Uns bandalhos para não lhes chamar pior.
Crato, a Bruxa Má
Nuno Crato revelou que o Ministério vai recorrer de decisão do colégio arbitral nomeado para decidir sobre a determinação de serviços mínimos na greve dos professores do dia 17 de Junho. O colégio, formado por três pessoas, considerou que a greve de professores, pese embora coincidente com o 1º dia de exames finais nacionais do ensino secundário, “não afecta de modo grave e irremediável o direito ao ensino na sua vertente de realização dos exames finais nacionais, não se estando por isso perante a violação de uma necessidade social impreterível”.
A esta hora o Ministro já deve estar a clamar por vingança e o “espelho” já lhe deve ter dado as suas ordens. Da última vez, quando a bruxa era a Sinistra Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, o Mário Nogueira acabou por trincar a maça envenenada que lhe ofereceram. Esperemos que tenha aprendido a lição e que não vacile. Como pai de alunos que têm exame este ano aqui dou todo o meu apoio à luta dos professores, não só em nome da Escola Pública mas de todo o estado social que esta cambada quer destruir.
Vamos todos dar-lhes uma lição
Ao fim de todos estes anos de ressaca é bom ver os professores de novo a lutarem pelos seus direitos e em defesa da escola pública. Não sou professor, mas como pai de alunos que vão ser afectados pela greve quero aqui deixar o meu apoio e a minha solidariedade nessa luta, que como deviam ser todas, é de todos nós.
O meu único conselho que lhes posso dar é que se unam e não vacilem, nem contra este governo e este sistema, nem na vigilância junto dos sindicatos para que não se repita o que aconteceu no tempo da Bruxa Maria de Lurdes Rodrigues. Não deixem que os sindicatos assinem memorandos de entendimento com o poder sem antes haver uma consulta aos professores e estejam atentos às condições propostas. Não voltem a morder maças envenenadas que vos sejam oferecidas e coloquem a vossa luta ao serviço de todos e de uma luta global. Lembrem-se de tudo o que perderam com a vitória que conseguiram nas ruas e nas escolas. Todos juntos podemos vencer.
“O apelo que faço muita gente compreende: se as greves forem marcadas para os dias dos exames prejudica o esforço dos alunos, inquieta as famílias e também não é bom para os professores, que durante todo o ano escolar deram o seu melhor, para que aqueles alunos pudessem ultrapassar os exames”, afirmou Paulo Portas.
Que querido que ele é. Tão preocupado com as criancinhas, com o inquietar as famílias e com os queridos professores. É tão fofinho, tão bonzinho que ele é. Vejam lá os tadinhos prejudicados pelos professores maus, os que fazem greves. Quem o oiça e não o conheça até pode pensar, “está ali um homem bom, um santo”. Mas o azar dele é que o conhecemos bem demais, que sabemos que não passa de um aldrabão e de um fingido. Durante todo o resto do ano não o vejo preocupado por as criancinhas passarem fome, por não terem futuro nem por as sagradas famílias viverem na miséria ou os professores irem para o desemprego. O fazerem greve aos exames é que é grave e preocupante.
Os professores devem fazer greve, os país não deixar as criancinhas ir aos exames, os transportes fazerem greve, o país parar. Não só no dia dos exames mas em todos até esta gente desaparecer de vez. Portas, Coelhos, Gaspares, Cavacos e toda a matilha que os acompanha. Está mais que na hora.
O Nuno Crato já veio dizer que vai decretar serviços mínimos de forma a boicotar a Greve de Professores marcada para a data das avaliações dos estudantes. O argumento é de que ela iria prejudicar os alunos (como se as politicas deste governo não os tenham prejudicado muito mais e não tenham baixado a qualidade de ensino e as condições em que ele é praticado). É verdade, da mesma forma que uma greve de transportes prejudica os utentes, uma de pilotos os passageiros ou uma de empregados de balcão os clientes. Com este argumento não há razão para não proibir as greves afinal todas prejudicam os governante. Mas, como esta gente é mentirosa e hipócrita, ainda veio o Ministro afirmar que sobre a principal razão desta greve, a mobilidade especial dos professores, nada está ainda decidido quando já foi dito e afirmado que milhares deles têm o destino traçado. Redução de salário durante uns meses e depois despedimento. Esta gente devia ter vergonha.
O Tempo está sem tempo
O tempo sempre me fascinou. É algo que é inexaurível, constante e sobre o qual tudo o que podemos fazer é tentar medi-lo por nunca o podermos controlar. Se é que o tempo realmente existe, pois não tendo matéria pode ser simplesmente uma invenção nossa. Hoje na Assembleia vi os escudos da polícia e as escadarias serem bombardeados com pedras durante cerca de duas horas sem que nada tentassem fazer para o impedir. Depois, em 30 segundos carregar, limpar a praça, ver os que atiravam as pedras fugir, a policia a bater violentamente nos que nos muros circundantes assistiam ao que se passava e não puderam escapar. No meio das ruas circundantes caixotes de lixo a arder num jogo entre policia e gente revoltada, enquanto se procurava encontrar amigos e familiares perdidos no meio da confusão. Na televisão o Ministro desresponsabilizava a CGTP pelos incidentes, um qualquer deputado do CDS, que passava de carro, descreve o que se passava com autentica guerra urbana, qual Síria, qual Líbano, e onde viu guerrilhas organizadas e “cocktail’s molotov” e só não explicou se também viu, kalashnikov’s, Mig’s21 ou Misseis de cruzeiro.
Vai tudo isto alterar alguma coisa? Talvez venhamos a conhecer uma diferente forma de violência contra o sistema ou praticada por ele. Certo é que este governo e este sistema estão moribundos, o seu tempo chegou ao fim. Não sei quanto tempo terão até ao fim desse tempo, mas já não é muito tempo.
GREVE GERAL
O ministro da Saúde tinha convocado para este domingo à tarde uma reunião com os sindicatos dos médicos. Um encontro a que os dirigentes já tinham avisado no sábado à noite que não iriam comparecer. O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) não gostaram de ouvir o ministro da Saúde admitir o recurso a uma requisição civil. A greve vai mesmo ter lugar nas próximas quarta e quinta-feira.
O ministro Paulo Macedo deslocou-se à sede do Ministério da Saúde pouco depois das 15 horas, como havia estabelecido para a reunião com os representantes dos médicos, para sair três horas depois, sem chegar a reunir com os sindicatos.Já estava na hora de haver um sindicato com poder e tomates para meter esta gente na ordem. Já chega de chantagens e ameaças a todos os sindicatos que falam em fazer greves pelos seus direitos e para se defenderem dos roubos em que este governo se tornou especialista. Se todos os trabalhadores se unissem e parassem este país este governo tinha de rever as suas politicas. É que um país são as pessoas que o compõem e esta gente anda muito esquecida disso assim como essas pessoas também parecem necessitar de voltar a aprender que o país é seu.
Já não há paciência
O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, acusou os sindicatos do sector dos transportes de exercerem “chantagem” nas greves que estão a realizar e de o Governo ter “demonstrado enorme paciência” em relação à situação.
Oh Álvaro, paciência de santo temos demonstrado todos nós para te aturar. Ao principio fazias-nos rir com os teus disparates, depois preocupar-nos com a tua incapacidade mas agora já irritas com a tua arrogância. Os trabalhadores não fazem chantagem, fazem greve, um direito consagrado na constituição de qualquer regime democrático. Nenhum trabalhador faz greve por prazer ou só para irritar um Ministro. Se a faz, perdendo dias de salário, é porque considera importante lutar por direitos e pelo seu posto de trabalho. Um governo não tem de demonstrar enorme paciência com a situação, tem de governar. Se isso lhe tira a paciência então estou certo que o sector de transportes cancelará qualquer greve para o Álvaro poder apanhar o avião de volta ao Canadá de onde nunca devia ter saído. Portugal não necessita de pantomineiros nem incapazes na condução dos seus destinos. Portugal não necessita nada do Álvaro que não seja ir-se embora. Prometemos que de vez em quando lhe mandamos um pasteis de nata.
Desculpem lá voltar ao assunto da carga policial que aconteceu no Chiado no dia da Greve Geral, mas fico chateado quando há gente a partir cabeças à minha volta de pessoas que simplesmente estavam ali a exercer o sei direito de cidadania, seja a tomar uma bebida numa esplanada, passear, ver montras ou manifestar pacificamente o seu desagrado contra o vergonhoso sistema que enriquece alguns à custa da pobreza de todos os outros. Agora para comentar a visita do Ministro ao “paralamento”. «Não houve uma intervenção gratuita no Chiado», disse Miguel Macedo aos deputados da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. «Só depois de estar instalada uma situação de desordem pública» e dos manifestantes terem «provocado» e «praticado agressões aos agentes de autoridade» é que polícia interveio. «Quando foi forçada a intervir fê-lo de forma legítima em reacção às agressões e para repor a ordem pública», «nos termos da lei». «Não é o excesso de um, dois, três ou quatro agentes, que tiveram um comportamento desadequado que deve desmerecer o comportamento da PSP».
Chateia-me que este Ministro, a quem a minha companheira já há muitos anos dizia lembrar-lhe a cara de um nazi, vir fazer afirmações falsas, sabendo eu que são falsas porque estive lá e vi e até pelos vídeos que já correm a net, e atirar com todas as culpas para as costas de dois ou três policias que tiveram o azar de ser filmados em acções de violência gratuita e dois dos atingidos serem jornalistas. Fico sem saber se o castigo é por terem abusado da violência ou se por se terem deixado filmar a praticá-la.
Mas não fica por aqui, Miguel Macedo esclareceu ainda que os acontecimentos no Chiado surgiram numa manifestação que nada teve a ver com o desfile organizado pela central sindical CGTP. Segundo o ministro, a manifestação da CGTP decorreu sem incidentes.
Podia discordar relembrando também as cabeças partidas pelos gorilas da segurança da CGTP entre o grupo dos precários que tiveram a ousadia de tentar entrar na praça de São Bento, mas prefiro as afirmações do Deputado António Filipe que disse que não se poder responsabilizar apenas um agente, considerando que a intervenção no Chiado foi «particularmente» infeliz, porque as imagens percorreram o Mundo. Porém, sublinhou que não punha «as mãos no fogo por alguns manifestantes».
Primeiro não me parece que para um deputado de um partido que viveu a clandestinidade, a perseguição, a falta de liberdade e de democracia, fique bem considerar que aquilo que aconteceu no Chiado só é particularmente infeliz por haver imagens a correr o mundo. Não, isso não foi o mais grave, o mais grave foi o ter acontecido. Talvez para o deputado que não gosta de ver movimentos sociais independentes a desmascararem a inócua contestação social que mais não parece desejar que retirar a pressão à panela para que tudo fique como está. Talvez o deputado não ponha as mãos no fogo por alguns manifestantes, mas eu por si também não ponho as minhas e muito menos o meu voto.
Os cães do poder
Já tardava e a violência contra aqueles que pensam fora do sistema em busca de saídas para o futuro para onde hoje nos empurram. Soltaram os cães e eles investiram sobre os manifestantes batendo em tudo e em todos. Abriram-se muitas cabeças e marcaram a carne de muita gente, manifestantes pacíficos, jornalistas, transeuntes ou até sobre quem calmamente saboreava um café ou uma cerveja nas esplanadas do Chiado. Num comunicado a policia já veio afirmar que em próximas manifestações os jornalistas não devem estar dentro da manifestação ou arriscam-se a serem também eles agredidos. É que a policia quando marra leva tudo à sua frente não interessa quem é, o que fez ou porque está ali. Mordem. Talvez pelo bom desempenho o Ministro lhes tenha dado hoje o direito a ração extra.Mas nada disto é inocente, nota-se a evidente vontade que o poder tem que exista o confronto físico para justificarem mais segurança e a retirada de mais direitos e liberdades aos cidadãos. Não gostam que seja com a voz, com as palavras e com a razão que se conteste esta política e que se desmascare esta gente que tira tudo a quem pouco tinha para dar tudo a quem já tinha quase tudo. Já nos atacaram e reduziram o nível de vida, os direitos laborais e falta agora os cívicos.