Que me lembre, o Cavaco fez três comunicações ao país nesta legislatura. A primeira, no pino do Verão para falar do Estatuto das Regiões Autónomas, depois foram as famosas e pitorescas escutas em Belém para agora nos vir dizer que só promulgou o casamento entre pessoas do mesmo sexo por o país estar em crise e para defender os superiores interesses de Portugal. Quando se tratou das leis que realmente mexiam com a nossa vida e os nossos direito, como a do trabalho ou a da segurança social, assinou de cruz e não nos deu Cavaco. Nem mesmo agora que o país está em queda livre e o governo aumenta impostos e corta com todo o investimento publico, só tem para nos dizer que não tem comentários a fazer. Incomoda-o muito mais a liberdade da vida privada das pessoas, os usos e costumes da moral tradicionalista. Aí sim, tem de se justificar não vá este povinho não o reeleger. Ter um Presidente destes ou não ter lá ninguém, antes não ter lá ninguém.
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O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, reconheceu que o comportamento dos padres nesto caso da pedófilia, “é negativo, muito sério e escandaloso” mas frisou que a raíz do problema está identificado. “Muitos psicólogos e psiquiatras demonstraram que não há relação entre o celibato e a pedofilia, mas muitos outros demonstraram, e disseram-me, que há uma relação entre homossexualidade e pedofilia”. “É a verdade, é esse o problema”, acrescentou. Depois da polémica, o esclarecimento: o que o cardeal Tarcisio Bertone queria dizer, quando ligou a pedofilia à homossexualidade, era que, “no seio da Igreja Católica” – e não entre a sociedade em geral -, a maioria dos casos de abusos sexuais são cometidos por padres gays. A prová-lo está um estudo interno feito pela Congregação para a Doutrina da Fé e ontem revelado pela Igreja Católica, que indica que “apenas cerca de 10% dos casos de abusos são actos de pedofilia; os restantes 90% revelam a atracção entre adultos e adolescentes”. Desses, “60% envolvem indivíduos do mesmo sexo e 30% são de carácter heterossexual”, informou o Vaticano numa nota divulgada pelo porta-voz Federico Lombardi.
E, acredita esta gente que se o Deus que dizem venerar existisse mesmo lhes abriria as Portas do Paraíso?
O acordo alcançado entre o PS e o PSD para viabilizarem o orçamento não passa afinal de um casamento entre políticos com as mesmas políticas. Há muito que ambos se confundem e a união de facto num bloco central não surpreende. Afinal há um sistema em crise que convêm tentar que não caia para já. Eles são os partidos de alterne do poder e esse poder vale muito.
Casamentos há muitos
O governo aprovou a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo e já se ouvem as vozes que se opõem a pedir um referendo. (Não me lembro de os ouvir reclamar um referendo ao Tratado de Lisboa, que tinha sido prometido em campanha eleitoral, mas fazem-no agora quando o Engenheiro está a cumprir uma outra promessa eleitoral). Sempre considerei que quem quer deve viver como quer e com quem quer. Não vejo motivos para os homossexuais serem descriminados em relação aos outros. Mais estranha, mesmo anti-natural seria um casamento entre o PS e o CDS para garantir a governação depois de tudo o que o Portas tem dito deste e do anterior governos. Mas, como se diz, quanto mais me bates mais gosto de ti, e não me admirava nada que venhamos a ver estes dois juntarem os trapinhos em São Bento.
Uma nova legislatura, um novo parlamento e a velha questão do casamento gay. Já se viu que o Engenheiro gosta de lançar uma questão “fracturante” no início das legislaturas para se tentar vender como progressista e de esquerda (e fazer esquecer os verdadeiros problemas). Desta vez é o casamento homossexual que está na berra, (depois de o PS se ter recusado a resolve-lo na legislatura anterior), e claro, quem sai a terreiro para manifestar a sua opinião de que o casamento só devia ser permitido entre homens e mulheres, exigindo um referendo, é o CDS, aqui na voz do Ribeiro e Castro. Eu, honestamente não me preocupa minimamente que gays possam casar entre si ou não, mas sabendo que isso é um desejo que têm manifestado, não vejo porque não se lhes resolve o problema de vez. Querem casar, pois que casem. Choca-me mais ver o Ribeiro e Castro, depois da maneira como foi tratado, denegrido, ofendido, traído e escorraçado da liderança do seu partido pelo Paulo Portas, tenha vindo a correr para se atirar para os seus braços mal ele lhe assobie. Isto sim é algo degradante.
O Bombo da madeira
Jardim alerta para perigo de indisciplina democrática no país
Jardim diz que líder do PSD traz novo ar ao País
Jardim contra os traidores da Madeira
Jardim reduz programa do PS aos casamentos homossexuais
Jardim subscreve veto presidencialEstes são só alguns do títulos dos jornais dos últimos dias. Talvez por ver que o PSD e a Manuela Ferreira leite se mostram incapazes de fazer oposição ao Sócrates ou sequer dizerem algo que os ávidos meios de comunicação social possam considerar noticia, o Bicho da Madeira parece ter assumido para si a obrigação de falar todos os dias. Claro que todos sabemos que a sua boca pensa mais rapidamente que o seu cérebro o que conduz a, na maioria das vezes, sair asneira. (Podia ser pior, que quando consegue pensar antes de falar o disparate é ainda maior). Isso, não quer dizer que não seja esperto nas suas intenções e ele sabe bem que os seus deputados da Madeira podem ser a diferença entre uma vitória ou uma derrota do PSD e, que pode ficar com a faca e o queijo na mão para manipular um futuro governo do PSD. Ganhar protagonismo no “contenente” perante o cinzentismo do seu partido, pode ser o lançar da escada para vir a concorrer à sua liderança.
Votos excomungados
A Igreja portuguesa reuniu para concluir que devia apelar aos católicos que não votassem nos partidos que defendem o casamento homossexual. Aceitam que existam gays, mas agora casarem-se já é outra coisa. Por mim podem casar, descasar e voltar a casar, ser gays, parvos, oportunistas, apaixonados ou não. Isso é um problema de cada um, mas a Igreja sempre gostou de fazer finca-pé nestas coisas que metem sexo. Assusta-os.
Depois já vieram tentar emendar a mão e dizer que não havia nada de partidário e que só falaram em votos por falar. Talvez tenham confundido votos de casamento com votos eleitorais. Que Deus lhes perdoe que tiram ao Engenheiro a marca de “Esquerda” com que se quer apresentar às eleições. Não que engane ninguém, mas ele parece acreditar nisso.
A esquerda do Zé povinho
«O secretário-geral do PS, José Sócrates, classificou hoje em Coimbra a regionalização e o casamento entre homossexuais como bandeiras que identificam o Partido Socialista com a esquerda progressista e a esquerda do povo.
“Proponho-vos que no próximo programa eleitoral assumamos estas duas bandeiras que identificam o Partido Socialista como a verdadeira força da esquerda progressista, da esquerda moderna, da esquerda do povo”»
[Público]Regionalização e casamentos entre homossexuais são tudo em que o Pinóquio quer transformar a esquerda. Como se defender isto fizesse alguém ou alguma coisa poder dizer-se de esquerda. E todos os outros valores, a solidariedade, a justiça social, os direitos de sermos tratados como seres humanos, como pessoas, onde estão? Como pode alguém que defende a globalização capitalista e o poder do económico sobre o homem dizer-se de esquerda? De cada vez que se diz de esquerda devia ser obrigado a lavar a boca com sabão. E ainda fala da esquerda do povo. Que povo?
Prémios Kaos 2008 – Ratzinger
Ecogaylogia
O Papa Bento XVI indicou hoje que salvar a humanidade de comportamentos homossexuais ou transexuais é tão importante como salvar as florestas tropicais da destruição. “[A Igreja] deverá proteger o homem de se destruir a ele mesmo. É preciso uma espécie de ecologia do Homem”, disse o Sumo Pontífice num discurso perante a Cúria Romana, a administração central do Vaticano.
Para a Igreja Católica, a homossexualidade em si não é pecado, mas os actos homossexuais são-no. O Vaticano opõe-se aos casamentos gay e, em Outubro, um alto responsável da Igreja indicou que a homossexualidade é “um desvio, uma irregularidade, uma ferida”.
In [Publico]
Inicio aqui a atribuição de alguns prémios do Kaos para o ano de 2008. Sem dúvida, mesmo sem considerarmos um passado de hipocrisia e preconceito, só por esta merece o Prémio “Ecogaylogia”, para a instituição mais hipócrita do ano. Um discurso sempre a falar da bondade, da paz e da tolerância, mas tão mal interpretado na prática. Nada de novo, desde a sua criação a religião nada mais foi que uma enorme mentira e uma forma de controlar povos e mentalidades.
Nem carne nem peixe
O grupo parlamentar do PS vai apresentar amanhã uma declaração de voto, após a votação dos projectos de lei do Bloco de Esquerda e de os Verdes sobre o casamento entre homossexuais. Apesar de votarem contra os diplomas, os deputados explicam que estão a favor da união entre pessoas do mesmo sexo.
in “Publico”Aqui está mais um daqueles casos em que a hipocrisia vale mais que a consciência. Se estão a favor têm de votar a favor porque não faz sentido dizer que um homossexual pode casar, só que mais tarde, que agora não nos dá jeito. Ou concordam ou não concordam, isto de não serem nem carne nem peixe não lhes fica bem. Tem do isto a importância que tem, aquilo que me choca mais é a falta de coerência desta gente e a falta de consciência. Como podem aceitar votar contra a sua consciência só para garantirem um lugar de deputados numa próxima legislatura? Como podem aceitar a disciplina de voto quando deviam representar os eleitores e não o partido porque foram eleitos? Como podem aceitar serem tratados como uma manada de carneiros que obedecem a tudo o que lhes mandam fazer? Onde está a coragem a e verticalidade desta gente? Triste Parlamento que é constituído por gente como esta.