Há dias em que ando à procura de uma imagem para fazer um boneco para falar de um determinado assunto e encontramos outra que nos chama e à qual não resistimos. Há vezes em que a guardo para fazer no futuro outras faço logo, como foi o caso desta. Não serve muito bem o que ia falar mas temos de nos adaptar às circunstancias. Afinal o que eu queria fazer era um aviso para não gastarem já a contar com o subsidio de Natal porque até à data do seu pagamento ainda falta um mês e meio e, com orçamentos rectificativo a caminho, nunca se sabe. No meio das cantorias da entrevista de ontem, onde não ia para dizer nada daquilo que pretende fazer, fiquei ainda mais com a ideia de quem vem ai mais um temporal a juntar aos crimes já cometidos contra este país e quem cá vive. A função pública, reformados e direitos sociais já se sabe que vão ser cortados a direito falta agora saber que outras malfeitorias virão a caminho. Preparem-se para ir para a rua contestar, mas por favor não nos fiquemos por simples manifestações, que por maior que sejam, se não tiverem continuidade nada resolvem. Insisto na necessidade de debater alternativas, (um bom exemplo com o Debate do grupo “Democracia e Dívida” no dia 15, dia da entrega do orçamento em frente à Assembleia da Republica pelas 18 horas) mas sobretudo da necessidade da ocupação do espaço público. Manter-nos na rua o tempo que for necessário até esta escumalha ter de fugir. Exigir respeito pela dignidade deste país e deste povo, exigir o fim da fome e da miséria, a responsabilização de todos os que andaram a engordar à nossa custa com aldrabices, swaps, submarinos, BPN’s e sei lá que mais. Foram muitos milhares de milhões que todos somados fariam com que não existisse nem crise nem dívida. Ou lutamos a sério e mostramos que não vamos aceitar menos que isto ou então não temos futuro que não passe pela pobreza e trabalho sem direitos. Pensem nisso quando ficarem em casa e não lutarem pelas vossas vidas. Afinal só depende de nós mudarmos ou não o nosso futuro e o dos nossos filhos.
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Serenata orçamental
Já aqui me referi à conferencia de imprensa destes bandalhos no dia em que a deram. Tudo pareciam rosas, tudo era música para os ouvidos de quem temia mais cortes, mais austeridade, mais miséria. O Paulinho das feiras tinha tratado da Troika, tudo estava a correr nelhor por cá, com o desemprego a descer e a economia a subir. Débil mas era o ponto de viragem afirmava ele vendo luzes ao fundo de um túnel que para nós ainda hoje é negro como breu.Pois, mas agora que o relatório é conhecido é fácil ver que tudo o que fizeram naquela conferencia de imprensa foi esconder a verdade, não responder ao que lhes perguntavam e fingir que nada de muito mau vinha ai. Mas vem e é bem pior do que os nossos pesadelos. Porque todas as boas noticias só o eram por haver eleições e agora que passaram está na altura de repor a realidade no seu local. O Passos Coelho já avisa para que se possa gerar um «choque de expectativas». Ah pois é, na altura da apresentação do Orçamento é a altura de todas as verdades, é a altura em que podem empolar os resultados futuros mas não a realidade dos factos e das medidas. Vem ai temporal e já não há musica que possam tocar que cubra os raios e trovões que se aproximam. Vamos todos esconder-nos em casa, fechar os olhos e fingir que nada se passa? Vamos aceitar apertar mais o cinto ou em muitos casos come-lo porque já não há mais nada?
Ou vamos sair para a rua, organizar-nos em busca de alternativas e exigi-las não aceitando um não como resposta. Sinceramente não sei do que estamos à espera embora eu já desespere de tantas vezes ter ficado, sempre com os mesmos, na rua à espera. Porra, dizem que vivemos numa democracia, que o povo é soberano, então vamos ser povo e exigir que a nossa vontade seja cumprida. Já me sinto cansado de tanto berrar e tanto esperar que peço que quando estiverem prontos, mas mesmo prontos e decididos, não só para deitar este governo abaixo, mas para realmente mudar o paradigma em que vivemos, da divida, da mentira, da corrupção, da injustiça e da miséria me digam onde e quando, Eu lá estarei.
Caros amigos por ter intensão de acompanhar o companheiro tetraplégico que vai fazer uma greve da fome em frente à Assembleia da Republica não me vai ser possível atualizar este blog nem fazer os meus bonecos. A minha intensão é sempre que sair do trabalho ir para lá e lá permanecer até ao dia seguinte. Não sei por quanto tempo será nem quando voltarei a publicar, mas o que gostaria mesmo era de ver muitos de vós também se juntarem a este homem que, na sua deficiência, mostra uma coragem enorme e merece todo o nosso apoio. Não faz sentido nem vejo nenhuma desculpa que justifique que quem passa por tantas dificuldade lute e nós com vidas bem mais facilitadas vamos para casa jantar, ver televisão e dormir descansados nos nosso confortáveis colchões. Eu não as vou arranjar e lá ficarei o tempo que for necessário.
Podem ver o evento do protesto aqui : https://www.facebook.com/events/311102049032018/?ref_newsfeed_story_type=regular
A somar aos cortes já previstos nas pensões agora vão também cortar nas pensões de sobrevivência. Acabou a campanha e agora não há dia em que as medidas do próximo orçamento não nos comecem a cair em cima em catadupa. Era de esperar e espero que agora finalmente se perceba que todo este folclore, a tão proclamada derrota do PSD, as vitórias pifias do PS e do PCP nada alterou. Vão continuar os cortes nos direitos, na dignidade e na vida de todos nós enquanto para os poderosos e para os mercados o banquete vai continuar.
E nós não fazemos nada?
Vamos continuar a dedilhar nos computadores a nossa zanga e frustração, vamos continuar a chamar-lhes filhos da puta quando falamos com os nossos vizinhos e, alguns, os mais aguerridos, esperar para a ir ás grandes manifestações marcadas pelos donos do protesto social? Vamos, qual maratona em dia de festa, atravessar a ponte no dia 19 com a CGTP e depois, loucura total, logo na semana seguinte desfilar no cortejo do Que se Lixe a Troika? É essa a nossa grande luta que vai mudar esta merda toda?A mim parecia-me normal que já estivéssemos todos na rua, a ocupar o espaço público afirmando a nossa posse sobre este país, dizendo que não aceitamos e exigindo a mudança. Não basta mudar as caras, temos que mudar tudo, o objecto das politicas transferindo-o da criação de dinheiro para colocar as pessoas como a razão principal da politica.
Amanhã (segunda feira) um deficiente tetraplégico vai iniciar uma greve de fome à Porta da Assembleia da Republica e vai ficar enquanto lhe for humanamente possível para alertar o poder das dificuldades porque estão a passar todos os deficientes ( https://www.facebook.com/events/311102049032018/). E nós, que não temos as suas dificuldades muito provavelmente viremos para casa jantar, sentar-nos em frente à televisão a ouvir todas aquelas patacuadas e depois iremos, de escrevermos por aqui algumas frases indignadas contra os bandalhos do governo, dormir nos nossos confortáveis colchões.
Pois se estão indignados porque não nos juntamos a este homem que vai sofrer em nome de outros, porque não vamos também para São bento e lhe fazemos companhia e lhe damos o apoio que ele necessita. Porque não ficamos lá de noite e de dia. Vocês não sei, mas eu amanha mal termine o meu trabalho vou para lá e lá ficarei a té ter de voltar para o trabalho no dia seguinte e isto durante os dias que for necessário. Pouca diferença farei, mas se formos muitos, se nos juntássemos aos milhares por lá e ocupássemos aquela praça. Somos assim tão comodistas, cobardes e resignados que vamos encontrar todas as desculpas do mundo para não o fazer? Para mim basta e vou. Quem desejar que se encontre lá comigo.
O segundo resgate
“Não, não e não, no que depende das famílias e dos cidadãos, no que depende da economia e das suas empresas, no que depende do Governo de Portugal, e creio que de todas as instituições com responsabilidade em Portugal, não haverá segundo resgate para ninguém. O esforço dos portugueses não se pode afundar quando estamos com a praia à vista”, afirmou o ministro António Pires de Lima.
Eu podia esperar mais uns dias para colocar esta afirmação do Pires de Lima quando chegar a noticia do segundo resgate, sempre tinha mais piada. Na realidade se o governo não quer. as famílias não querem, a economia e as empresas pelos vistos não necessitam e todas as instituições dizem Não, não , não e que não haverá resgate para ninguém e porque não vai haver. Mas vai porque quem decide isso não somos nós, são os mercados, os especuladores, os grandes grupos financeiros, os que se estão nas tintas para se morremos todos de fome ou de doença. E são eles que decidem porque quem nos governa trabalha para eles, porque são lacaios dos seus interesses.
“A really efficient totalitarian state would be one in which the all-powerful executive of political bosses and their army of managers control a population of slaves who do not have to be coerced, because they love their servitude.”
― Aldous Huxley, Brave New World
Somos portante um eficiente estado totalitário e enquanto não o substituirmos por um verdadeiramente democrático e livre não temos escolha. por isso que a vinda ou não do segundo resgate não está nas mãos deste governo, mas está nas nossas, nas de todos nós. Só temos de pesar os prós e os contras e escolher o nosso caminho.
A oposição e o sistema
Quase todos os “bonecos” que faço são dedicados ao governo ou então a uma ou outra cavalgadura que mostre o seu desrespeito pela dignidade de quem vive do seu trabalho ou está a ser atirado para a miséria. Mas, de quando em vez parece-me de bom tom também fazer aqui o boneco dos que passam a vida a falar para o boneco, sobretudo do Parlamento para cima, já que ninguém liga muito ao que dizem. Aquilo a que muitos comentadores, todos de direita, gostam de chamar de esquerda mais radical, ou seja aqueles que estão fora do arco do poder. São portanto partidos com assento parlamentar, que funcionam dentro do actual sistema e por isso não o desejam afrontar mas que contestam as politicas seguidas. Gente que fala alto mas bem sempre muito bem comportada.
Para quem como eu defende que o actual sistema politico e esta democracia representativa, velhinha de séculos, necessitam urgentemente de um upgrade acabam por ser mais uma barreira à mudança. São muitas, primeiro a ignorância e o bovinismo deste povo, depois do próprio sistema que está montado para garantir que a democracia de alterne funciona tornando quase impossível que outros que não os tais partido do tal arco e do tal poder lá possam chegar. Dominam todos os poderes, do legislativo ao judicial, do poder da comunicação social ao do grande capital. Temos depois estes tais partidos da oposição que combatem o governo mas travam mudanças mais profundas no sistema. Afinal eles vivem e alimentam-se também dele. Basta ver o movimento sindical para que isso se torne claro. Uma réstia de esperança de mudança ainda nasceu quando começaram a surgir movimentos sociais, infelizmente fracos e pouco participados, mas que, minados por dentro, ao fim de dois anos vemos esboroarem-se e serem absorvidos por estruturas nascidas do próprio sistema e acabando a não pedir uma verdadeira revolução de valores e ideias mas simplesmente uma contestação aos sucessivos governos. Grandes manifestações de seis em seis meses sem continuidade e, sempre no pressuposto de unir todos, sem sumo. Sem uma estratégia a médio prazo, sem apresentar alternativas ao sistema, acabam em simples manifestações de protesto contra esta ou aquela medida ou governo, finda a qual vai cada um para sua casa ver o futebol ou a novela da noite.
Então qual é a solução? Não me perguntem a mim que não sei. Se não há consciência politica nas pessoas, se os partidos da esquerda não o desejam, se a contestação não institucional também não o faz pouco resta. Só vejo a possibilidade de uma estratégia a longo prazo, uma estratégia que, paralelamente à contestação mesmo que só feita como actualmente, passe pela acção local, pela criação de espaços que funcionem fora do sistema e mostrem que ele não é a única alternativa. Espaços abertos, autogeridos e onde a voz de todos e cada um seja escutada e respeitada. Espaços onde as pessoas sejam o fim a alcançar e não simples ferramentas para produzir dinheiro como se ele fosse o Deus todo poderoso e objectivo último. Troca de serviços, de tempo, solidariedade e cidadania. É lento, mas temos de criar estes exemplos, mostrá-los a outros e incentivar que eles se multipliquem em cada terra, em cada bairro, na consciência de cada um. Ou então, para os mais optimistas, esperar que um dia, perante a injustiça e a miséria, este povo finalmente se levante e imponha a mudança.
Quer o Facebook quer a Google darem com frequência dados pessoais de utilizadores das suas redes sociais, do YouTube ou de contas de e-mail, às polícias portuguesas. O nosso país aparece numa lista de 71 Estados, que o Facebook ontem divulgou, onde esta prática ocorre. Aquela rede social informou que, em Portugal, recusou cerca de 58% dos pedidos feitos pelas autoridades. A Google revelou que recusou 70% desse tipo de pedidos. Mesmo assim, as informações recolhidas apontam para uma média anual de mil utilizadores nacionais cujos dados são entregues aos investigadores criminais.Ia escrever um texto sobre o assunto e até tinha umas coisas para dizer, mas como estou com sono resumo.
Primeiro não gosto que andem a meter-se na minha vida pessoal e considero um abuso este desrespeito pela minha privacidade. Dito isto, sei que todos nós somos espiados quer pelas chamadas forças de segurança do poder instituído assim como por empresas para nos impingirem os seus produtos. A esses modernos vendilhões do templo, que gastam ou ganham milhões a comprar ou vender dados de potenciais clientes digo que comigo é dinheiro mal gasto que quanto mais me impingem publicidade de um determinado produto com mais raiva lhe fico e na minha teimosia a vontade de o boicotar. Aos outros, aos investigadores, aos policias lhes digo que podem escutar e vasculhar à vontade que não será isso que me impedirá de dizer o que penso, de chamar gatunos a quem nos rouba, corruptos aos “Chicos espertos” e assassinos e bandalhos a quem não respeita a dignidade nem a vida humana. Puta que os pariu a todos e sim quero mudar este sistema podre, quero ver o capitalismo implodir, quero ver a vontade dos cidadãos ser respeitada. Sei que o fazem e sei que o meu processo já deve ser bem gordo, sei que gostavam de poder ter a pata da justiça sobre mim para que “acalmasse” e não batesse tantos tachos. Sim, participei nas actividades da Pagan contra a NATO, dos indignados, nas acampadas, nos piquetes, nas manifestações, nos protestos, nas greves, na desobediência civil e não me calo. Sim, ando a ser um “terrorista contra o sistema” procurando alternativas para o seu colapso. Quero que se lixem. Estão a ouvir bem, quero que se lixem. Não posso impedir que me vigiem, que me escutem, mas posso muito bem dizer-lhes que sei que o fazem. Não acreditem por isso em tudo o que digo que posso estar a enganá-los. Ou não. Mas acreditem numa coisa, não é pelo medo que me vão calar assim como não calarão muitas outras vozes de companheiros bem melhores e mais corajosos que eu. Ah, e já agora, quando eu estiver a falar ao telefone e disser “vão á merda” é com vocês que estou a falar.
Ai opovo carrasco
Não que eu aprecie a prosa ou melhor as ideias do Nicolau Santos, mas ao procurar as afirmações da Assunção Esteves encontrei este seu texto que serve muito bem para ilustrar o meu boneco.
A presidente da Assembleia da República lida muito mal com contrariedades. Lida pior com desafios ao seu autoritarismo. E não suporta as manifestações de descontentamento popular que, volta e meia, acontecem na hemiciclo de São Bento.
Esta tarde, 11 de Julho, perante um numeroso grupo que nas galerias gritava “demissão!”, Assunção Esteves não se enervou apenas. Fez uma sugestão, uma declaração e uma citação.
A sugestão foi que se repensasse a possibilidade do público deixar de ter acesso à casa da democracia. A declaração foi a de que “não fomos eleitos para sermos amedrontados, desrespeitados”. E a citação foi de Simone de Beauvoir: “Não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes”.
Beauvoir escreveu esta frase a propósito da opressão nazi sobre os franceses durante a II Guerra Mundial. Equiparar cidadãos portugueses que se manifestavam na casa da democracia a torturadores e carrascos nazis é inadmissível – e é totalmente inaceitável que seja a presidente da Assembleia da República a fazer essa comparação.
O povo português merece seguramente um pedido de desculpas por parte de Assunção Esteves. E quem em democracia tem medo do povo, não merece seguramente ocupar o segundo cargo na hierarquia de um Estado democrático.
O que é isso de centro esquerda?
Ainda me lembro quando um partido que se dizia do centro era considerado um partido de extrema-direita. E era. O PCP era um partido revolucionário, o PS um partido de esquerda e o PSD, dizia-se social democrata mas agrupava a direita da altura. Hoje, o O PSD e até o CDS dessa altura estaria muito à esquerda do actual PS nas ideias que defendia. Claro que o PS do Mário Soares meteu o socialismo na gaveta mas não foi isso que fez dele um partido do bloco central. E, na realidade, a ideia de esquerda ou direita quase perderam o sentido pois os princípios que as separavam há muito que se esbateram e o revolucionário transformou-se muito mais em evolucionário, o que mesmo assim é bem mais radical que o o evolucionário que se transfigurou em retrocesso civilizacional com cortes nos direitos e na prática democrática. O capitalismo venceu essa guerra e desembestou pelas sociedades e pelos países marrando à esquerda e à direita trazendo-nos a esta situação. Quando o homem passa a ser uma ferramenta descartavel daquilo que se transformou no objectivo primordial, o dinheiro, algo está de pernas para o ar. Quando o homem criou o dinheiro, a sua função era de ele ser uma ferramenta para servir o homem e não o contrário. O dinheiro serve para comprar bens e serviços e não para comprar homens. Só a reposição dessa ordem natural em que a politica, a economia, o dinheiro forem colocados ao serviço do homem algo poderá realmente mudar e a dignidade como seres humano nos será restituída. Esta deve ser a nossa luta e o nosso objectivo.
Nos dois anos do governo é boa altura para mostrar a cara nova do governo e que ainda não tinha aqui retratado. Apresentado como mais um génio, como se não nos bastasse o Álvaro santos Pereira,é agora a cara do governo. É novo, muita gente ainda nem sabe o seu nome e por isso a vontade de lhe cuspir em cima ainda não é tão grande, mas ou me engano muito ou brevemente será tão odiado como todos os outros se o governo mantiver a vontade de falar todos os dias. Mas, vamos começar por ver o que disse no fim do tal Conselho de Ministros Especial; “Uma economia mais competitiva, maior mobilidade e coesão social são os objectivos do Governo para os próximos dois anos, disse hoje o ministro Adjunto e do Desenvolvimento, afirmando que há condições para “oferecer esperança” aos portugueses”.
Da economia nem vale a pena falar que é coisa que já destruíram mas gosto especialmente da maior mobilidade e coesão social. Isto traduzido em linguagem corrente quer dizer facilidade em despedir o que seria contraditório com a coesão social a não ser que ela seja vista como menos direitos laborais e por isso mais carneirismo e menos contestação. Quem protesta, rua.
Mais um Conselho Europeu para chefes de Estado e os seus sabujos de estimação. Os Senhores da Europa vão-se reunir mais uma vez para decidirem a melhor forma de resolverem os seus problemas e dar as suas ordens a outros que também por lá andarão de língua de fora a beijar mãos e engraxar sapatos. Se estamos à espera que dali saia alguma coisa que ajude a resolver os nossos problemas bem podemos perder já a esperança pois tudo o que podemos contar é com um Passos Coelho ainda mais obediente e submisso. Dali só virá mais austeridade, mais cortes e mais problemas. Talvez esteja na altura de se pensar se queremos realmente fazer parte de um clube como este que nos retira soberania, liberdade e democracia. A Grécia está como está e até já existem ordens de a calamidade social que por lá se vive não poder ser noticiada pelos órgãos de informação em toda a Europa. Nós estamos a correr para lá rapidamente.