A companhia de teatro Seiva Trupe, que ocupa as instalações do Teatro do Campo Alegre, no Porto há cerca de 15 anos, foi alvo de uma ação de despejo por parte da Câmara Municipal do Porto, durante a madrugada de quinta-feira.
A ordem de despejo foi assinada pelo próprio Rui Rio, presidente da autarquia até à próxima terça-feira, baseia-se “na falta do pagamento das prestações devidas, no âmbito do contrato de cedência das instalações do Teatro Campo Alegre”.
O despacho acentua que, “nos termos contratuais, a falta de pagamento de uma prestação implicava o vencimento de todas as prestações vincendas e a imediata resolução do contrato”, ao mesmo tempo que refere que a direcção da Seiva Trupe “foi regularmente notificada da resolução do contrato e da obrigação de desocupação e entrega de todos os espaços cedidos até 15 de Outubro”.
Nesse sentido, acrescenta-se que o contrato “se encontra definitivamente incumprido e resolvido”, o que levou a determinar-se “a desocupação coerciva das instalações do referido teatro, que é propriedade do Município do Porto”.A Seiva Trupe é uma Companhia de Teatro Portuguesa com mais de 40 anos de intervenção artística e cultural na região. O seu papel foi inúmeras vezes reconhecido pelo público, pela crítica e por entidades diversas, sendo Entidade de Utilidade Pública há 20 anos e tendo recebido em 2010 pelo Presidente da República o Grau de Membro Honorário da Ordem de Mérito.”
Mesmo antes de se ir embora tinha de destilar mais uma vez o seu ódio pela cultura independente e por todos os que tentam fazer algo que não seja controlado pelo sistema. Rui Rio, o que muitos consideram como a grande reserva moral do PSD, tinha de acabar o seu mandato como começo a ser um grande FdP. Para que não me ponha um processo se representasse o que eu gostava, Filho da Puta, cada um possa ler estas iniciais como desejar. Digamos que é um Filho do Porto.
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Rui Rio é um FdP
Vais passear de pópó Arménio?
Confesso que não queria ser mauzinho para o Arménio Carlos, não por gostar dele, mas por estarmos num momento em que há um inimigo tão perigoso como este governos e os seu donos. Infelizmente isso não é possível pois com as suas atitudes acaba de dar mais um trunfo ao governo e um tiro nos pés dos que lutam contra este sistema. Resumindo, e sem se perceber muito bem porquê, (talvez por remorsos de ter chamado delinquentes aos 226 da Bela-Flor que foram detidos durante uma manifestação num dos acessos à Ponte), resolveu marcar esta manifestação a atravessar o Tejo. Tudo bem, mas quando surgiram os primeiros sinais de que a mesma podia vir a ter problemas, alegando-se a segurança, ainda podia nessa altura voltar a trás. Mas não, quis-se fazer de forte e insistiu, insistiu e durante uma ou dias semanas bateu o pé reafirmando o seu direito de usar a ponte, alegando a lei das manifestações, falando das maratonas que todos os anos a atravessam e oferecendo-se para deixar faixas de rodagem livres e até fazer um cordão humano em torno da manifestação. Insistiu e voltou a insistir. Criou a expectativa em muita gente que finalmente a CGTP estava disposta a afrontar o governo e a ir até à desobediência civil. O governo estava num beco sem saída pois após proibir a manifestação iria perder a face no dia em que muitos milhares atravessassem a ponte pois não estou a ver que pudessem enviar a policia para bater no Secretário Geral da CGTP , no do PCP e em vários deputados e muita gente mediática. Quando parecia que desta vez a manifestação ia ser um sucesso e uma vitória o Arménio vem e desiste trocando atravessar a ponte a pé por atravessá-la de autocarro. Palhaçada. Como se não bastasse, e para distrair as atenções, ainda vêm fazer afirmações que os desordeiros não poderão embarcar no passeio de camioneta. Que bonitos, bem educados e servis são estes senhores. Como se não nos bastasse ter pela frente um governo de ladrões e corruptos, com todos os poderes, executivo, legislativo, judicial, policial, económico e a comunicação social nas mãos, termos também as organizações dos trabalhadores a servirem de almofada aos protestos para que sejam mais espectáculo que uma realidade objectiva e que possa realmente mudar o sistema. Assim é difícil.
Mas, para que não digam que só digo mal deixo aqui uma ideia ao Arménio para futuros protestos. Em vez de se pôr a convocar manifestações na ponte, convoque uma corrida que a atravesse e até lhe dou um bom nome para ela. “Correr com a Troika”.
Para terminar só quero dizer que, contrariamente ao que sempre tenho feito, não vou a esta manifestação porque não posso pactuar com coisas destas. Sinto-me envergonhado por esta falta de coragem do nosso movimento sindical e confesso que fico triste.
Um dia a coisa rebenta
Um dia a coisa rebenta e é assim, ou rebentamos nós porque esta gente nos mata de fome e de miséria ou rebentam eles quando os povos compreenderem que são sempre eles que têm o poder para mudar tudo ocupando as ruas e fazendo a revolução. Eu sei que quando se está numa ditadura há revolucionários e que quando vivemos no que chamam de democracia (embora fajuta, aldrabada e controlada) o poder gosta de apelidar de terroristas a quem não acata o seu poder de cabeça baixa, mas isso não os salvará. Isto vai ter de rebentar por qualquer lado e só espero que seja onde deve ser, pelo lado do poder corrupto, imoral e desumano. Enquanto aceitarmos que o poder governe em nome do dinheiro, do grande capital, dos mercados e nós sejamos meras ferramentas descartáveis para o lucro e para a criação desse vil metal nada mudará. Meus amigos, não serão os meus bonecos nem o que aqui escrevo que mudará nada. Não é o eu ir para a rua sempre com os mesmos que vai mudar nada. Não serei eu nem nenhum de vocês. Seremos todos e só quando formos todos algo poderá mudar, porque não somos terroristas e o que queremos é uma revolução para que se implante uma verdadeira democracia, em que, como o poder corrompe o distribuamos por todos, em que quem comande seja a voz de todos, em que os corruptos e os ladrões sejam responsabilizados, em que a fome e a miséria sejam erradicadas e as pessoas voltem a ser o objecto da politica que voltará a ser algo de nobre e digno porque praticada por todos com o objectivo de servir todos. O poder somos nós, só temos de o exercer.
Serenata orçamental
Há dias em que ando à procura de uma imagem para fazer um boneco para falar de um determinado assunto e encontramos outra que nos chama e à qual não resistimos. Há vezes em que a guardo para fazer no futuro outras faço logo, como foi o caso desta. Não serve muito bem o que ia falar mas temos de nos adaptar às circunstancias. Afinal o que eu queria fazer era um aviso para não gastarem já a contar com o subsidio de Natal porque até à data do seu pagamento ainda falta um mês e meio e, com orçamentos rectificativo a caminho, nunca se sabe. No meio das cantorias da entrevista de ontem, onde não ia para dizer nada daquilo que pretende fazer, fiquei ainda mais com a ideia de quem vem ai mais um temporal a juntar aos crimes já cometidos contra este país e quem cá vive. A função pública, reformados e direitos sociais já se sabe que vão ser cortados a direito falta agora saber que outras malfeitorias virão a caminho. Preparem-se para ir para a rua contestar, mas por favor não nos fiquemos por simples manifestações, que por maior que sejam, se não tiverem continuidade nada resolvem. Insisto na necessidade de debater alternativas, (um bom exemplo com o Debate do grupo “Democracia e Dívida” no dia 15, dia da entrega do orçamento em frente à Assembleia da Republica pelas 18 horas) mas sobretudo da necessidade da ocupação do espaço público. Manter-nos na rua o tempo que for necessário até esta escumalha ter de fugir. Exigir respeito pela dignidade deste país e deste povo, exigir o fim da fome e da miséria, a responsabilização de todos os que andaram a engordar à nossa custa com aldrabices, swaps, submarinos, BPN’s e sei lá que mais. Foram muitos milhares de milhões que todos somados fariam com que não existisse nem crise nem dívida. Ou lutamos a sério e mostramos que não vamos aceitar menos que isto ou então não temos futuro que não passe pela pobreza e trabalho sem direitos. Pensem nisso quando ficarem em casa e não lutarem pelas vossas vidas. Afinal só depende de nós mudarmos ou não o nosso futuro e o dos nossos filhos.
Já aqui me referi à conferencia de imprensa destes bandalhos no dia em que a deram. Tudo pareciam rosas, tudo era música para os ouvidos de quem temia mais cortes, mais austeridade, mais miséria. O Paulinho das feiras tinha tratado da Troika, tudo estava a correr nelhor por cá, com o desemprego a descer e a economia a subir. Débil mas era o ponto de viragem afirmava ele vendo luzes ao fundo de um túnel que para nós ainda hoje é negro como breu.Pois, mas agora que o relatório é conhecido é fácil ver que tudo o que fizeram naquela conferencia de imprensa foi esconder a verdade, não responder ao que lhes perguntavam e fingir que nada de muito mau vinha ai. Mas vem e é bem pior do que os nossos pesadelos. Porque todas as boas noticias só o eram por haver eleições e agora que passaram está na altura de repor a realidade no seu local. O Passos Coelho já avisa para que se possa gerar um «choque de expectativas». Ah pois é, na altura da apresentação do Orçamento é a altura de todas as verdades, é a altura em que podem empolar os resultados futuros mas não a realidade dos factos e das medidas. Vem ai temporal e já não há musica que possam tocar que cubra os raios e trovões que se aproximam. Vamos todos esconder-nos em casa, fechar os olhos e fingir que nada se passa? Vamos aceitar apertar mais o cinto ou em muitos casos come-lo porque já não há mais nada?
Ou vamos sair para a rua, organizar-nos em busca de alternativas e exigi-las não aceitando um não como resposta. Sinceramente não sei do que estamos à espera embora eu já desespere de tantas vezes ter ficado, sempre com os mesmos, na rua à espera. Porra, dizem que vivemos numa democracia, que o povo é soberano, então vamos ser povo e exigir que a nossa vontade seja cumprida. Já me sinto cansado de tanto berrar e tanto esperar que peço que quando estiverem prontos, mas mesmo prontos e decididos, não só para deitar este governo abaixo, mas para realmente mudar o paradigma em que vivemos, da divida, da mentira, da corrupção, da injustiça e da miséria me digam onde e quando, Eu lá estarei.
Caros amigos por ter intensão de acompanhar o companheiro tetraplégico que vai fazer uma greve da fome em frente à Assembleia da Republica não me vai ser possível atualizar este blog nem fazer os meus bonecos. A minha intensão é sempre que sair do trabalho ir para lá e lá permanecer até ao dia seguinte. Não sei por quanto tempo será nem quando voltarei a publicar, mas o que gostaria mesmo era de ver muitos de vós também se juntarem a este homem que, na sua deficiência, mostra uma coragem enorme e merece todo o nosso apoio. Não faz sentido nem vejo nenhuma desculpa que justifique que quem passa por tantas dificuldade lute e nós com vidas bem mais facilitadas vamos para casa jantar, ver televisão e dormir descansados nos nosso confortáveis colchões. Eu não as vou arranjar e lá ficarei o tempo que for necessário.
Podem ver o evento do protesto aqui : https://www.facebook.com/events/311102049032018/?ref_newsfeed_story_type=regular
A somar aos cortes já previstos nas pensões agora vão também cortar nas pensões de sobrevivência. Acabou a campanha e agora não há dia em que as medidas do próximo orçamento não nos comecem a cair em cima em catadupa. Era de esperar e espero que agora finalmente se perceba que todo este folclore, a tão proclamada derrota do PSD, as vitórias pifias do PS e do PCP nada alterou. Vão continuar os cortes nos direitos, na dignidade e na vida de todos nós enquanto para os poderosos e para os mercados o banquete vai continuar.
E nós não fazemos nada?
Vamos continuar a dedilhar nos computadores a nossa zanga e frustração, vamos continuar a chamar-lhes filhos da puta quando falamos com os nossos vizinhos e, alguns, os mais aguerridos, esperar para a ir ás grandes manifestações marcadas pelos donos do protesto social? Vamos, qual maratona em dia de festa, atravessar a ponte no dia 19 com a CGTP e depois, loucura total, logo na semana seguinte desfilar no cortejo do Que se Lixe a Troika? É essa a nossa grande luta que vai mudar esta merda toda?A mim parecia-me normal que já estivéssemos todos na rua, a ocupar o espaço público afirmando a nossa posse sobre este país, dizendo que não aceitamos e exigindo a mudança. Não basta mudar as caras, temos que mudar tudo, o objecto das politicas transferindo-o da criação de dinheiro para colocar as pessoas como a razão principal da politica.
Amanhã (segunda feira) um deficiente tetraplégico vai iniciar uma greve de fome à Porta da Assembleia da Republica e vai ficar enquanto lhe for humanamente possível para alertar o poder das dificuldades porque estão a passar todos os deficientes ( https://www.facebook.com/events/311102049032018/). E nós, que não temos as suas dificuldades muito provavelmente viremos para casa jantar, sentar-nos em frente à televisão a ouvir todas aquelas patacuadas e depois iremos, de escrevermos por aqui algumas frases indignadas contra os bandalhos do governo, dormir nos nossos confortáveis colchões.
Pois se estão indignados porque não nos juntamos a este homem que vai sofrer em nome de outros, porque não vamos também para São bento e lhe fazemos companhia e lhe damos o apoio que ele necessita. Porque não ficamos lá de noite e de dia. Vocês não sei, mas eu amanha mal termine o meu trabalho vou para lá e lá ficarei a té ter de voltar para o trabalho no dia seguinte e isto durante os dias que for necessário. Pouca diferença farei, mas se formos muitos, se nos juntássemos aos milhares por lá e ocupássemos aquela praça. Somos assim tão comodistas, cobardes e resignados que vamos encontrar todas as desculpas do mundo para não o fazer? Para mim basta e vou. Quem desejar que se encontre lá comigo.
O segundo resgate
“Não, não e não, no que depende das famílias e dos cidadãos, no que depende da economia e das suas empresas, no que depende do Governo de Portugal, e creio que de todas as instituições com responsabilidade em Portugal, não haverá segundo resgate para ninguém. O esforço dos portugueses não se pode afundar quando estamos com a praia à vista”, afirmou o ministro António Pires de Lima.
Eu podia esperar mais uns dias para colocar esta afirmação do Pires de Lima quando chegar a noticia do segundo resgate, sempre tinha mais piada. Na realidade se o governo não quer. as famílias não querem, a economia e as empresas pelos vistos não necessitam e todas as instituições dizem Não, não , não e que não haverá resgate para ninguém e porque não vai haver. Mas vai porque quem decide isso não somos nós, são os mercados, os especuladores, os grandes grupos financeiros, os que se estão nas tintas para se morremos todos de fome ou de doença. E são eles que decidem porque quem nos governa trabalha para eles, porque são lacaios dos seus interesses.
“A really efficient totalitarian state would be one in which the all-powerful executive of political bosses and their army of managers control a population of slaves who do not have to be coerced, because they love their servitude.”
― Aldous Huxley, Brave New World
Somos portante um eficiente estado totalitário e enquanto não o substituirmos por um verdadeiramente democrático e livre não temos escolha. por isso que a vinda ou não do segundo resgate não está nas mãos deste governo, mas está nas nossas, nas de todos nós. Só temos de pesar os prós e os contras e escolher o nosso caminho.
França: OE com mais impostos e cortes sem precedentes mas Francois Hollande diz que a economia vai crescer e criar emprego já em 2014.Lá como cá a música é a mesma sejam socialistas, sociais-democratas ou conservadores todos mentem, falam e acabam fazendo o mesmo. Quando são oposição todos juram que não vão subir impostos e os cortes na despesa pública serão feitos em mordomias e na despesa corrente do estado. Mal se apanham no poder, começam imediatamente a fazer tudo ao contrário do que dizem, mas sempre a prometer que para o ano é que tudo vai ficar bem acabando tudo sempre por ficar bem pior. E de ano para ano, de mentira para mentira lá vão aplicando as politicas que os seus patrões, banca, mercados financeiros e os grandes grupos económicos lhes exigem. Mas até é bom que estas politicas saltem fronteiras e cheguem a países como a França, onde o povo não é tão bovinamente calmo e paciente e quando fazem revoluções até inventam instrumentos só para cortar as cabeças da hidra do poder.
Até os demónios andam indignados
Manuela Ferreira Leite considerou que a lei que estabelece a convergência de pensões entre o sector público e o sector privado, reduzindo em 10% as pensões de valor superior a 600 euros, é “imoral”. Na política é necessário existirem “princípios e valores” que “têm estar presentes nas decisões”. “Este é um caso dramático e gritante e algo que não pode ser feito numa sociedade e que a sociedade não pode aceitar.”
A antiga ministra de Cavaco Silva considerou ainda uma “brincadeira de mau gosto” que esta medida seja apresentada pelo Governo como temporária enquanto o país estiver em crise porque os objectivos do Governo não serão atingidos. “O único objectivo disto é transmitir ao Tribunal Constitucional que esta é uma medida temporária e não definitiva. “Não sei quem acredita nisto”, acrescenta.
É claro que a velha tem razão no que diz embora a moral de quem fez o que fez quando Ministra, de quem falou em suspender a democracia e quem defendeu que aos idosos com mais de 70 anos se deveriam cortar os tratamentos, nomeadamente a hemodiálise, porque não valia a pena gastar o dinheiro, não seja a melhor para abrir a boca. Aliás é engraçado que tanto ela como o seu amigalhaço Sr. Silva, que se queixava de não ter dinheiro para as suas despesas, só abram a boca para protestar quando estão em causa pensões em que eles são atingidos. O governo faz trapalhices todos os dias, mente, engana, lixa a vida a milhões e não se houve nenhuma critica, tocam-lhe nas reformas e saltam como gatos assanhados. coincidências. Mas, melhor mesmo que andar a dizer estas coisas seria ir visitar o seu padrinho ali em Belém e aconselhá-loa demitir já este governo. É que o que por ai vem é só mais desgraça, mais fome e mais miséria. É que como ela diz a sociedade não pode aceitar este corte nas pensões e digo eu que também todos os outros roubos a que está a ser sujeita pelo que ou o Presidente os tira a bem ou isto ainda acaba mal e alguém ainda acaba defenestrado.
Eles estão unidos. E nós?
Cavaco decide não enviar a lei para o Tribunal Constitucional e promulga as 40 horas de trabalho para a Função Pública.
Um conhecido meu afirmava hoje que concordava que o horário dos funcionários públicos aumentasse para as 40 horas porque não compreendia porque haviam de trabalhar menos que os privados. Sei que essa é a ideia defendida por muita gente, mas esquecem alguns pormenores importantes. O primeiro é que isso é feito com a intenção de despedir funcionários e contrariamente ao que dizem isso só vai agravar as contas do estado com o pagamento das indemnizações como vai sobrecarregar ainda mais a segurança social, para além da redução de receitas na cobrança dos impostos. Primeiro mas não o mais importante, porque mais importante mesmo é que mais milhares de cidadãos vão ser atirados para o desemprego e para a pobreza, mais famílias vão sentir a fome e vão saber o que é a miséria. E, isso não vai resolver nada os problemas de todos nós, não vai representar uma redução de impostos ou uma melhoria nos serviços. Antes pelo contrário, só vai agravar ainda mais a crise e exigir novos sacrifícios.
Este governo, como já os anteriores faziam, é bom a dividir para reinar. Com mentiras e enganos lança-se trabalhadores contra trabalhadores. Mas, adaptando o famoso poema ” primeiro lixaram os professores, mas eu não me importei porque não sou professor, depois lixaram os enfermeiros mas eu não me importei porque não sou enfermeiro, depois lixaram os………, agora estão a despedir-me a mim e já não há quem me ajude.
É importante que todos compreendamos que o ataque a um direito de um trabalhador, seja ele varredor do lixo, médico, engenheiro ou outra coisa qualquer é um ataque contra todos nós. Temos de nos unir, temos de ser solidários e temos de lutar todos juntos pelos direitos de todos e de cada um.
Quer o Facebook quer a Google darem com frequência dados pessoais de utilizadores das suas redes sociais, do YouTube ou de contas de e-mail, às polícias portuguesas. O nosso país aparece numa lista de 71 Estados, que o Facebook ontem divulgou, onde esta prática ocorre. Aquela rede social informou que, em Portugal, recusou cerca de 58% dos pedidos feitos pelas autoridades. A Google revelou que recusou 70% desse tipo de pedidos. Mesmo assim, as informações recolhidas apontam para uma média anual de mil utilizadores nacionais cujos dados são entregues aos investigadores criminais.Ia escrever um texto sobre o assunto e até tinha umas coisas para dizer, mas como estou com sono resumo.
Primeiro não gosto que andem a meter-se na minha vida pessoal e considero um abuso este desrespeito pela minha privacidade. Dito isto, sei que todos nós somos espiados quer pelas chamadas forças de segurança do poder instituído assim como por empresas para nos impingirem os seus produtos. A esses modernos vendilhões do templo, que gastam ou ganham milhões a comprar ou vender dados de potenciais clientes digo que comigo é dinheiro mal gasto que quanto mais me impingem publicidade de um determinado produto com mais raiva lhe fico e na minha teimosia a vontade de o boicotar. Aos outros, aos investigadores, aos policias lhes digo que podem escutar e vasculhar à vontade que não será isso que me impedirá de dizer o que penso, de chamar gatunos a quem nos rouba, corruptos aos “Chicos espertos” e assassinos e bandalhos a quem não respeita a dignidade nem a vida humana. Puta que os pariu a todos e sim quero mudar este sistema podre, quero ver o capitalismo implodir, quero ver a vontade dos cidadãos ser respeitada. Sei que o fazem e sei que o meu processo já deve ser bem gordo, sei que gostavam de poder ter a pata da justiça sobre mim para que “acalmasse” e não batesse tantos tachos. Sim, participei nas actividades da Pagan contra a NATO, dos indignados, nas acampadas, nos piquetes, nas manifestações, nos protestos, nas greves, na desobediência civil e não me calo. Sim, ando a ser um “terrorista contra o sistema” procurando alternativas para o seu colapso. Quero que se lixem. Estão a ouvir bem, quero que se lixem. Não posso impedir que me vigiem, que me escutem, mas posso muito bem dizer-lhes que sei que o fazem. Não acreditem por isso em tudo o que digo que posso estar a enganá-los. Ou não. Mas acreditem numa coisa, não é pelo medo que me vão calar assim como não calarão muitas outras vozes de companheiros bem melhores e mais corajosos que eu. Ah, e já agora, quando eu estiver a falar ao telefone e disser “vão á merda” é com vocês que estou a falar.
O que é isso de centro esquerda?
Ainda me lembro quando um partido que se dizia do centro era considerado um partido de extrema-direita. E era. O PCP era um partido revolucionário, o PS um partido de esquerda e o PSD, dizia-se social democrata mas agrupava a direita da altura. Hoje, o O PSD e até o CDS dessa altura estaria muito à esquerda do actual PS nas ideias que defendia. Claro que o PS do Mário Soares meteu o socialismo na gaveta mas não foi isso que fez dele um partido do bloco central. E, na realidade, a ideia de esquerda ou direita quase perderam o sentido pois os princípios que as separavam há muito que se esbateram e o revolucionário transformou-se muito mais em evolucionário, o que mesmo assim é bem mais radical que o o evolucionário que se transfigurou em retrocesso civilizacional com cortes nos direitos e na prática democrática. O capitalismo venceu essa guerra e desembestou pelas sociedades e pelos países marrando à esquerda e à direita trazendo-nos a esta situação. Quando o homem passa a ser uma ferramenta descartavel daquilo que se transformou no objectivo primordial, o dinheiro, algo está de pernas para o ar. Quando o homem criou o dinheiro, a sua função era de ele ser uma ferramenta para servir o homem e não o contrário. O dinheiro serve para comprar bens e serviços e não para comprar homens. Só a reposição dessa ordem natural em que a politica, a economia, o dinheiro forem colocados ao serviço do homem algo poderá realmente mudar e a dignidade como seres humano nos será restituída. Esta deve ser a nossa luta e o nosso objectivo.