Depois de a JSD ter vindo criticar veementemente não a classe docente, mas sim os sindicatos, deputados do PSD porem em causa o valor transferido do Estado para os sindicatos do sector da educação, o ministério da Educação está a descontar o dia completo de trabalho aos professores que fazem greve a apenas duas horas de reunião por dia.
Ultimamente tem-se visto por parte deste governo um ataque cerrado contra os sindicatos e sempre que uma greve é decretada contra os trabalhadores que a ela aderem. Normalmente porque prejudicam alguém atirando com as culpas para o lado dos sindicatos e nunca para quem cria as razões que justificam a greve. Aconteceu com os estivadores, com a Carris, o Metro, os comboios e agora com os professores. Primeiro culpam os sindicatos, depois os trabalhadores e tentam sempre voltar o resto da população contra quem defende os seus direitos. A velha estratégia do dividir para reinar. Mas, como cada vez mais cada um de nós tem mais razões para fazer greve perante o ataque imoral deste governo aos salários, direitos e ao Estado Social o Passos Coelho já veio dizer que o melhor é modificar a lei da greve, certamente para dificultar ainda mais as sua realização.
Agora, perante uma luta mais que justa dos professores não hesitam em recorrer à ilegalidade de descontar um dia inteiro de salário mesmo que os professores só façam duas horas de greve. Esta gente não presta e são tão zelosos a fazer cumprir leis e normas aos outros mas consideram que eles não estão obrigados a cumprir com o que está escrito. Nem a Constituição os demove e acusam quem exige o seu cumprimento de ser culpados da sua incompetência e desonestidade. O não pagamento dos subsidios de férias em Junho como resulta da resolução do Tribunal Constitucional é só mais um exemplo da longa lista de aldrabices desta gente. Uns bandalhos para não lhes chamar pior.
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Democracia fascisoide
“O apelo que faço muita gente compreende: se as greves forem marcadas para os dias dos exames prejudica o esforço dos alunos, inquieta as famílias e também não é bom para os professores, que durante todo o ano escolar deram o seu melhor, para que aqueles alunos pudessem ultrapassar os exames”, afirmou Paulo Portas.
Que querido que ele é. Tão preocupado com as criancinhas, com o inquietar as famílias e com os queridos professores. É tão fofinho, tão bonzinho que ele é. Vejam lá os tadinhos prejudicados pelos professores maus, os que fazem greves. Quem o oiça e não o conheça até pode pensar, “está ali um homem bom, um santo”. Mas o azar dele é que o conhecemos bem demais, que sabemos que não passa de um aldrabão e de um fingido. Durante todo o resto do ano não o vejo preocupado por as criancinhas passarem fome, por não terem futuro nem por as sagradas famílias viverem na miséria ou os professores irem para o desemprego. O fazerem greve aos exames é que é grave e preocupante.
Os professores devem fazer greve, os país não deixar as criancinhas ir aos exames, os transportes fazerem greve, o país parar. Não só no dia dos exames mas em todos até esta gente desaparecer de vez. Portas, Coelhos, Gaspares, Cavacos e toda a matilha que os acompanha. Está mais que na hora.
O Nuno Crato já veio dizer que vai decretar serviços mínimos de forma a boicotar a Greve de Professores marcada para a data das avaliações dos estudantes. O argumento é de que ela iria prejudicar os alunos (como se as politicas deste governo não os tenham prejudicado muito mais e não tenham baixado a qualidade de ensino e as condições em que ele é praticado). É verdade, da mesma forma que uma greve de transportes prejudica os utentes, uma de pilotos os passageiros ou uma de empregados de balcão os clientes. Com este argumento não há razão para não proibir as greves afinal todas prejudicam os governante. Mas, como esta gente é mentirosa e hipócrita, ainda veio o Ministro afirmar que sobre a principal razão desta greve, a mobilidade especial dos professores, nada está ainda decidido quando já foi dito e afirmado que milhares deles têm o destino traçado. Redução de salário durante uns meses e depois despedimento. Esta gente devia ter vergonha.
Os professores voltam à rua
Tenho assistido nos últimos tempos à convocação de uma manifestação Nacional de Professores para o próximo dia 26 de Janeiro. Finalmente os professores parecem reagir a todos os assaltos a que eles e a escola pública tem sido sujeitos, depois de anos em que pareciam ter desaparecido da luta politica. Voltando um pouco atrás, ou bastante atrás, lembro-me de quando os professores encheram as ruas de Lisboa em enormes manifestações em luta contra a famosa avaliação e a Sinistra Ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Também a história deste blog está ligada a essa luta que sempre apoiou, não por eu ser professor, mas por ser pai e defensor de uma escola pública de qualidade. Foi uma luta em que finalmente se viu uma classe unida e se vislumbrou uma vitória para os trabalhadores, uma luta em que a Ministra foi encostada à parede e ia cair. Estranhamente, ou talvez não, o Mário Nogueira resolveu morder a maça envenenada que lhe foi estendida pela Bruxa Sinistra assinando um acordo com a Ministra que a salvou e que acabou por levar à divisão, desmobilização e ao fim da luta dos professores. Dai até hoje, a avaliação foi implementada, os horários aumentados, as condições de trabalho piorados e milhares de professores foram para o desemprego. Saúda-se por isso o regresso dos professores à luta em defesa dos seus direitos e do seu trabalho.
Uma vez mais vou estar presente na luta pela defesa da escola pública, assim como estou na defesa do SNS, do estado social ou dos direitos laborais. Defendo mesmo e custa-me a compreender ver classes não se unirem nas lutas, não se compreender que as lutas de uns são as lutas de todos. Essa sim, seria uma grande vitória e um sinal de esperança para o futuro, ver todos unidos e solidários na defesa dos problemas dos noutros e de cada um.
Mas como disse vou estar presente em defesa da escola pública de qualidade. Só espero é que desta vez os professores assumam a luta e não aceitem que ela seja destruída por acordos de bastidores com o governo. Sou um defensor da existência de sindicatos, a forma de os trabalhadores se organizarem e potenciarem a sua força, mas também acredito que esses sindicatos devam agir de acordo com a vontade dos trabalhadores e não das suas classes dirigentes e de interesses ou agendas políticas. Os sindicatos servem para defender os trabalhadores que deles fazem parte.
Mais uma vez digo que vou estar presente e apelo a todos, professores ou não professores que se juntem e lutem contra as politicas deste governo e por um país mais justo. Razões não faltam, do desemprego à precariedade, da pobreza à destruição da esperança. Juntem-se e esta e a todas as outras lutas porque isto não é um problema só de alguns mas de todo um país. Juntem-se, lutem e tenham a coragem de, após cada vitória conseguida, assumir nas vossas mãos o futuro.
O futuro vai emigrar?
Passos Coelho, apresentou aos professores a emigrarem como forma de resolver o problema do desemprego. Já os jovens licenciados tinham sido aconselhados a “saírem de Portugal” como solução de vida.
Que raio de governo é este que atira fora a massa cinzenta que temos. Que país restará desta austeridade, desta destruição da economia, destes baixos salários, sem direitos laborais e sociais, de toda esta sangria do futuro. Um país arrasado, pobre, miserável é o que nos prometem. E que raio de país é este que ouve isto e não diz basta, não vai para a rua revoltado e exige a mudança, exige a esperança, exige um futuro. Correr com esta corja, “emigrá-los” de vez é necessário e urgente. A única forma de o fazer é demonstrar nas ruas essa vontade.
O montante dos cortes no orçamento da Educação para 2012 triplica a poupança que foi recomendada no programa de ajuda externa a Portugal. O Ministério da Educação e Ciência já confirmou que serão da “ordem de grandeza” de 600 milhões de euros. O memorando de entendimento com a troika, assinado em Maio passado, apontava para uma redução de custos de 195 milhões. Secretário de Estado diz que cortes anunciados pelo ministro Nuno Crato se destinam a ajustar o orçamento do sector às “possibilidades reais” do país.
Os Colégios do ensino particular e cooperativovão receber 85 mil euros por turma e vêem reforçado o financiamento por turma em cinco mil euros, em relação ao valor previsto. No total, existem 1893 turmas financiadas através deste regime, o que representa uma despesa de mais de 161 milhões.
Dizem-nos que o país está de tanga, que não há dinheiro, aplicam-se medidas brutais, quer no corte de salários, nos subsídios de férias e de Natal, aumenta-se o número de horas de trabalho em mais meia hora por dia, aumenta-se o IVA em 17% para muitos dos bens essenciais, aumentam o preço no acesso à saúde, cortam nas pensões e para poupar meia dúzia de milhões de euros cortam-se direitos e serviços essenciais. Não há dinheiro. Na educação deixam-se dezenas de milhares de professores no desemprego e contratam-se outros ao mês. Não há dinheiro, dizem. Mas, para as escolas privadas parece não faltar e, não só não cortam, como ainda aumentam a comparticipação do Estado. O sonho desta gente é um país em que saúde, ensino, reformas, bancos, transportes, luz, água, ar, empresas e serviços, tudo seja privado e financiado pelo estado. O grande sonho da mama capitalista que não só procura trabalhadores sem direitos e a baixo custo como ainda lhes quer “comer” a parte que pagam em impostos.
Chega de mentiras, hipocrisia e enganos. Não somos mercadorias ao serviço dos mercados e políticos. Somos gente que desejamos controlar os nossos destinos e ser feliz.
Esta história da Branca de Neve é infelizmente pouco educativa embora nos ensine bastante sobre a forma como os sindicatos dos professores nunca deveriam ter actuado.
Os professores e os seus sindicatos pareciam finalmente ter percebido a forma como as lutas por aquilo que consideram ser justo devem ser feitas. Uniram-se os sindicatos e os professores esqueceram a cor partidária e todos se uniram contra a bruxa Maria de Lurdes Rodrigues. Uma união que desaguou em duas enormes manifestações em Lisboa e que seriam suficientes par o fim do processo de avaliação e para o adeus da Sinistra Ministra. Pela primeira vez em muitos anos uma luta de trabalhadores estava a sair vitoriosa, mas surprendentemente o Mário Noguerira resolveu morder a maça envenenada e assinar o famoso “Memorando de entendimento” que desuniu os professores, manteve tudo na mesma e salvou a Ministra de ir para a rua. A partir dai nada foi o mesmo e, mesmo depois do Sócrates ganhar as eleições e ter substituido a Sinistra pela “Aventura” Isabel Alçada, uma versão light da anterior, nem os sindicatos tiveram as respostas que desejavam nem aceitaram as propostas de avaliação que lhe apresentaram. A luta dos professores deixou de ter um objectivo concreto e mais parecia servir as agendas politicas do Mário Nogueira. A luta deixou de ser contra a Ministra e sobre educação para passar a ter como objectivo o derrube do próprio Sócrates. Compreendo que correr com os Sócretinos fosse uma necessidade, mas já custa a entender que isso seja feito à custa de o substituir por um governo mais de direita e que só veio agravar o que já estava mal. Um governo de direita que o Mário Nogueira parece gostar pois toda a agressividade de mostrou antes foi substituida por uma estranha complacencia. Milhares de professores foram “despedidos” e o sindicato só esboçou um protesto, continuam a fechar escolas e a encafuar mais alunos em cada sala de aulas e isso não parece icomudar muito e finalmente é aprovado uma Avaliação de Professores com muito daquilo que antes era considerado inaceitavel e, embora sem o acordo oficial do Mário Nogueira que se ficou pelo aceitar colocar a assinatura numa estranha acta e que aconselhou os professores esquecerem o assunto, sugerindo-lhes “virem a página para outros problemas maiores que têm pela frente”. Simplesmente lamentavel.
Memórias de uma ministra
O primeiro-ministro é uma pessoa de invulgar coragem e determinação. E isso tem sido um benefício para o País”, afirmou Maria de Lurdes Rodrigues, em entrevista ao DN e à TSF para o programa ‘Gente que Conta’.
Há personagens que quase se tornaram míticas neste blog, personagens que o povoaram durante meses e algumas mesmo anos. Esta foi uma delas e só por isso lhe faço mais este boneco. Não por estar na prateleira da Fundação Luso-Americana. Não por considerar que “coragem e determinação” são suficientes para se governar, esquecendo a competência, justiça e respeito pelos outros. O exemplo do seu próprio mandato mostram-no bem. Se faço o seu boneco é porque há personagens que merecem ser recordadas, não pelo que fizeram, mas como exemplo de uma desgraça que não devemos deixar acontecer de novo.
Uma imagem atrasada
A Bruxa é outra, a maçã a mesma
Normalmente a perda de direitos tem sido realizada durante a discussão de uma nova lei, onde os sindicatos mais não fazem que tentar minimizar os danos; tentar perder o mínimo possível. O acordo entre os Professores e a Ministra da educação foi a inversão deste formato. Primeiro impuseram uma nova lei para agora se sentarem à mesa e ceder um pouco. O resultado é o mesmo, quem trabalha perdeu mais direitos, mas podendo os sindicatos cantar vitória.
Não conheço o texto de acordo que foi assinado mas já ouvi que o governo manteve as quotas para Muito Bom e Excelente e os sindicatos conseguiram garantir a progressão nos escalões para os professores avaliados com Bom. A carreira dos professores tem dez escalões com a progressão a acontecer de quatro em quatro anos (num dos escalões parece que é só de 2 anos). É toda uma carreira para só lá chegar perto da aposentação. O que a Ministra conseguiu foi fazer com que os classificados com Bom passem a poder ter de esperar sete anos para subir para o próximo degrau, o que muito provavelmente não vai permitir que nunca cheguem ao topo em tempo útil de carreira.
Nesta luta, que agora acabou, gostei de ver os professores unirem-se para lutar contra a injustiça, marcaram a diferença e fizeram-nos acreditar que a união é possível. Gostei de ver nascer uma plataforma onde se uniram todos os sindicatos. Não gostei de ver alguns muito preocupados em não deixar que esta luta tivesse chegado onde podia ter chegado, que tenham contemporizado e mesmo chegado mesmo a assinar memorandos de entendimento. Não gostei de ver a união da classe a esboroar-se mal prometeram um “rebuçado” a alguns dos professores. Não gostei de ver as outras carreiras da função pública não se terem unido aos professores engrossando a sua luta. Não gostei, como pai, de ver a recusa de união entre país e professores na defesa da escola pública de qualidade, optando antes por acusações mútuas. Não gosto de ver muitos parecer terem aprendido tão pouco nesta luta.
Prendas de Natal – Educação
Será que este já está no prelo?
A apagadora de promessas
Acordo entre PS e PSD. Avaliação dos professores vai avançar. Negociações estão praticamente concluídas e o acordo iminente. PSD deixa cair a suspensão da avaliação e o PS aprova a proposta laranja, que já foi entregue no Parlamento.Eu bem avisei durante a campanha eleitoral que a posição que o PSD defendia relativa à avaliação era oportunista e mentirosa. Ambos os partidos estão presos às directivas da UE e ambos pensam da mesma forma. Os professores que foram atrás do canto de sereia da Manuela Ferreira Leite vão agora ver o logro em que caíram. Quer queiram quer não, os professores só podem contar com a sua força e determinação para derrotar estas políticas.
A Maça envenenada Parte 2
Abre o olho Nogueira, não te deixes enfeitiçar pelo brilho da maça que te ofereçam, lembra-te que já uma vez a trincas-te com o Memorando de Entendimento. Chegou a altura de quem trabalha assumir e levar às ultimas consequências que, nas suas lutas, ganhar “menos que tudo” é sempre pouco.