PS, PCP e Bloco de Esquerda chumbam o discurso de Passos Coelho. Os socialistas acusam o Governo de tomar uma única medida para o crescimento económico ou para cortar na despesa. PCP e Bloco de Esquerda acusam Passos Coelho de fazer chantagem com os portugueses quando fala em sacrifícios.Custa-me a entender que a oposição a este governo, que tem aproveitado o Verão para anunciar gravissimas medidas para os cidadãos e para o país, e pouco mais faz que algumas declarações para mostrar a sua discordancia enquanto esperam pelo fim das Férias. O que se está a passar é grave demais para não haver já uma mobilização e acções contra estas políticas e estes politicos. Quando o Passos Coelho pede que se evite o clima de conflito social mostra exactamente qual o único caminho a seguir; o do conflito social. Do PS não espero grande coisa para além de uns discursos de ocasião e uns floreados oposicionistas no Parlamento, mas do BE e do PCP esperava-se que estivessem já na rua e não a apanhar sol em alguma praia do Algarve. Este governo tem de ser travado e já.
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Sem oposição no calr do Verão
Pelos corredores de Belém
O dia do jogo final
Há por aí uma série em que um cientista consegue saber quem está a mentir e quem fala verdade. Eu não sou um cientista, mas também reconheço as mentiras que estes nos contam à distância, Hoje é o dia em que as cartas vão ser vistas e alguém vai gritar vitória. A verdade, é que ganhe quem ganhar, nós perdemos sempre.
Discurso Eleitoral – PCP 2011
Um dueto a duas vozes
Um dueto com momentos em que cantaram a duas vozes. Não sei quantos deputados vai eleger o PCP nem sei quantos vai eleger o BE. Sei que os pequenos partidos não vão eleger ninguém, mas sei que a soma dos votos de todos elegeriam sempre mais deputados que a soma das partes. O sistema eleitoral que temos assim o obriga. Compreendo que tenham de defender o seu jardim, de garantirem o seu eleitorado, mas não é a vida de todos os que votam neles mais importante que isso?
Dabate em linguas diferentes
Mais um debate, desta vez entre o Jerónimo de Sousa e o Passos Coelho, que acabou por ser mais uma perda de tempo. Cada um fala a sua língua e pouco cada um ligou ao que o outro disse. Estavam ali, um para passar a sua mensagem e outro para tentar dar mais uma versão do que realmente queriam dizer no programa eleitoral que apresentaram. Lembram-se que, sempre que a Manuela Ferreira Leite falava lá vinha o Pacheco Pereira dizer que o que ela queria dizer não era o que tinha dito mas aquilo que ele estava a dizer agora. Com o que diz o Passos Coelho, é o Próprio Passos Coelho que faz o papel de Pacheco Pereira. para dizer aquilo que disse não era o que disse mas aquilo que diz agora.
Encontro das “esquerdas”
Para quem não é militante do PCP ou do BE é quase incompreensível que estes dois partidos não se unam, como única solução possível, para fazer frente ao capitalismo vigente, ao ponto a que nos trouxeram e sobretudo ao futuro que nos destinam. Talvez por isso ambos resolveram mostrar abertura a “contactos”, mas ambos partiram para a reunião com o discurso feito e a estratégia decidida; cada um por si. Nunca se viu uma verdadeira vontade de sequer tentar. É pena porque são muitos que acreditam que as coisas podem ser diferentes e não vêm ninguém realmente empenhado em o conseguir.
Entrelaçados e entalados
Primeiro vem um e diz que não casa mas aceita adoptar o outro na família, para o outro logo oferecer uma aliança sem falar em casamento Aliança sem namoro não aceito, diz o primeiro, mas o segundo sabe que a sua família nunca aceitará o outro como noivo. Uma tragédia pior que a do Romeu e Julieta onde o único que se fica a rir é o cavalo do poder.
A esquerda e o poder
Depois de há uns dias o PCP, na voz do Jerónimo de Sousa ter recusado qualquer coligação com o Bloco de Esquerda, abrindo só a possibilidade de o BE se colocar debaixo da sua pata participando na CDU. Francisco Louçã defendeu uma estratégia de unidade à esquerda, no sentido de diálogos com o PCP, sindicalistas e socialistas, ressalvando não ter «ilusões» sobre o actual PS. – Uma estratégia «em nome de uma esquerda socialista» que promove «todas as pontes necessárias e todos os diálogos possíveis», de modo a «construir uma alternativa que possa governar, liderar e alterar as regras desta economia que se tem fechado no desastre económico.Já há muito tempo que critico o PCP e o BE por se terem recusado ao0 longo do tempo em criar uma alternativa de esquerda com condições de lutar pelo poder. Infelizmente sempre preferiram olhar para os seus umbigos e ficar satisfeitos com a conquista de mais um ou dois deputados, mesmo que isso condene o país e os portugueses a sofrerem mais anos de politicas desastrosas e de destruição do estado social. O PCP já veio fechar a porta e, talvez por isso, o BE veio abrir uma janela de oportunidade. Sem ser o ideal nem ser aquilo em que acredito, afinal nenhum questiona a nossa participação na falsa União daquilo a que chamamos Europa e eu não compreenda como poderiam fazer politicas diferentes cumprindo com as suas regras e imposições, era importante que essa aproximação e unidade se começasse a criar. Não só juntando as forças partidárias, mas indo buscar à sociedade civil, às centenas de associações e movimentos existentes apoios e participação que possibilitasse a potenciação da mudança. Criando uma alternativa em que os que já não acreditam valer a pena votar porque ganham sempre os mesmo, pudessem ver uma luz de esperança e um objectivo que os fizesse desejar participar na mudança. Bastava serem esses os reais objectivos dos partidos de esquerda para isso ser possível.
Manifestação 19 Março 2011
Ontem houve manifestação nacional da CGTP em mais uma descida da Avenida da Liberdade para muitos milhares de portugueses. Deveriam e poderiam ser mais, mas muitos já não parecem acreditar em quem lhes diz o que devem pensar e que antecipadamente anuncia a moção que por eles será aprovada. Nem a clonagem gráfica do panfleto de anuncio da manifestação que claramente procurou colar-se à imagem dos “homens da luta” e à manifestação da “Geração à rasca” chegou para repetir o que se passou no dia 12 um pouco por todo o país.
Eu estive lá porque sempre considerei que somos nós que temos de defender os nossos direitos e lutar por aquilo em que acreditamos, mesmo considerando que muitas manifestações têm sido passeios na avenida sem consequências e sem um objectivo claro de vitória (Esta pareceu-me melhor, mais real e com mais garra). Estive lá assim como estive na da “geração à rasca” mesmo criticando muitos dos presentes por não terem estado noutras manifestações do passado quando era necessária defender postos de trabalho e direitos sociais. Infelizmente muitos só se mexem quando são os seus direitos que são ameaçados sem mostrarem solidariedade quando são outros a ter problemas. Só unidos podemos resolver os problemas de todos. Espero que estas duas manifestações possam “encontrar-se” num objectivo que garanta um futuro melhor para todos. Eu estarei lá para o que der e vier.
Óscares 20011 – The Fighter
Óscares 20011 – Toy Story 3
Talvez sem se aperceber o Bloco de Esquerda acabou por fazer um grande favor ao PCP quando apresentou a sua Moção de Censura e depois quando respondeu ao anuncio do seu chumbo pelo PSD e CDS com a promessa de também ele não viabilizar uma outra Moção apresentada pela Direita. Fica assim o PCP com a única Moção de Censura que pode passar no Parlamento. Vai ser engraçado ver PSD e CDS aprovar uma Moção dos “comunistas que comem criancinhas ao pequeno-almoço” e o BE roer as unhas por ver todo o protagonismo nas mãos do PCP.
Este tinha que ser mesmo um boneco a preto e branco, tão velha é esta visão do paizinho que se zanga com o filho mas não pode deixar de gostar dele. Afinal são pobres de espírito que não compreendem a palavra da razão do PCP, um povo que se deixa enganar por preconceitos e populismo. Não estará na hora de o PCP olhar mais para dentro de si mesmo, de fazer uma auto-critica, de pensar onde falham na comunicação, no seu comportamento e no relacionamento com os outros? Ou é o PCP como aquela mãe que ao ver desfilar o seu filho com o passo trocado diz que são todos os outros que estão errados?
Este país necessita de um PCP que compreenda a necessidade da esquerda poder ser alternativa de poder, da necessidade de dar a esses povo que temos uma alternativa em que possam acreditar. Essa alternativa não pode ser conseguida sem o PCP, mas não é nem será só o PCP sozinho. Enquanto mantiver esta postura é ele o principal obstáculo à mudança urgente e necessária para travar o avanço do capitalismo selvagem.