Ontem em Belém olhava para aquele Palácio cercado de Policia e só imaginava um monte de múmias e de gente miserável em volta de uma mesa. Triste pensar que são gente como aquela que deve “pensar” o nosso futuro. Temos mesmo de mudar isto e passar essa responsabilidade para todos nós, afinal é das nossas vidas que se trata e aquela gente não nos merece qualquer confiança.
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Ontem em Belém
Em quantos mil milhões já vai?
A repartição dos sacrifícios
O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, foi passar os últimos dias do ano ao Rio de Janeiro, Brasil, e esteve num dos mais luxuosos hotéis da “Cidade Maravilhosa”, o emblemático Copacabana Palace. Mas não foi o único. O ex-administrador do BPN – Banco Português de Negócios, Dias Loureiro, e o ex-ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional, José Luís Arnaut, também lá estiveram. [ in I ]
É a chamada repartição dos sacrifícios que o Passos Coelho gosta tanto de falar. Uns fazem o sacrifício de passar por dificuldades e até miséria e fome outros o de ir para hotéis de luxo em Copacabana festejar o Ano Novo. Claro que há os que têm pouco para festejar em relação ao ano que finda e menos a esperar do que aí vem enquanto outros só se podem congratular pela forma como lhes correu a vida em 2012 e pelas perspectivas que 2013 lhes oferece. Festejam o aumento das suas riquezas pessoais, das negociatas, das privatizações, dos tachos e até da simpatia de uma justiça que lhes permite continuarem impunes perante casos como o do BPN. Até quando não sei porque espero que no novo ano os portugueses finalmente percebam que este país é deles e que os gatunos que vivem da sua riqueza à custa da sua miséria só lá estão porque os deixam lá estar, e que finalmente lhes peçam responsabilidades e os façam pagar por tudo o que roubaram. Este são os meus votos para 2013.
O Filme da Semana
Um roubo Top-secret
O Ministério das Finanças classificou como «confidenciais» os documentos enviados à comissão de inquérito ao BPN. No total, são 13 dossiers que estão numa sala, sob o olhar atento de um funcionário parlamentar. A informação só está acessível aos 17 deputados da comissão de inquérito e aos assessores dos grupos parlamentares que os auxiliam. No entanto, os documentos não podem ser fotocopiados ou digitalizados, estando apenas autorizada a sua consulta.
Ainda recentemente na comissão quando questionada sobre se existe um crédito do BPN aos accionistas da SLN de 160 milhões de euros», a secretária de Estado do Tesouro e Finanças, Maria Luís Albuquerque, que explicava a opção de vender o BPN aos luso-angolano BIC Angola por 40 milhões de euros, respondeu que «Não comento valores de créditos concedidos a clientes. Faz parte da documentação confidencial enviada à comissão de inquérito».
Esperemos que um dia esta comissão mostre resultados e que toda a informação possa ser disponibilizada para que todos possamos saber para onde foram os tantos milhares de milhões desaparecidos e que todos nós andamos a pagar bem como a responsabilidade de todos os que roubaram, os que compactuaram, os que lucraram e os que esconderam. É o mínimo que podem fazer.
Sinónimo de Cavaquismo
Sempre que se fala do BPN há nomes ditos impolutos, até um para quem ainda está por nascer alguém mais honesto que ele, que aparecem sempre. Apetece-me sempre fazer-lhe mais um boneco, mais que não seja para memória futura, pois quem sabe se um dia quando se falar de cavaquismo, ele seja sinónimo de BPN, que já é agora sinónimo de corrupção, roubo e compadrio.
BPN Eles ainda andam po aí
Já muito foi dito e escrito sobre o BPN, já todos sabemos que da corja que o geriu e se aproveitou da roubalheira poucos estão acusados, já todos sentimos no fim do mês as consequências dos milhares de milhões da maior burla bancária conhecida em Portugal. Não vou por isso escrever muito sobre o assunto, mas recomendar que leiam os artigos sobre o assunto que o DN está a publicar. Talvez depois todos compreendamos que é necessário exigir a demissão de cargos públicos e a condenação dos culpados, a restituição do dinheiro roubado e a devolução dos subsídios que nos foram roubados em seu nome. Eles andam por aí.
Super-amontoados
Ainda sobre as prisões, embora superlotadas e mal equipadas ainda se destingem de alguns países em que o superlotado se transforma em super-amontoado. Talvez por isso os nossos governos olhem com tanta displicência para o crime de corrupção, pois se prendessem todos os corruptos também Portugal transformaria o lotado em amontoado. Ou, se calhar não é por isso?
Vira o disco e toca o mesmo
Para além dos 767 milhões de euros que o Governo acaba de meter no BPN, pelo acordo para a sua venda ao BIC, o jornal “Público” noticia que o Governo se comprometeu com mais um empréstimo de 300 milhões de euros da CGD ao BPN, a três anos e a uma taxa de juro igual à Euribor, sem qualquer spread (ou seja, sem que o banco público ganhe alguma coisa com o negócio).A história deste banco é algo de fantástico e atravessa vários governos. Criado na era do Cavaquismo este banco dos seus amigos foi um local de bandidagem. Durante anos o roubo e a corrupção foram a prática e muitos lucraram e ficaram ricos com as trafulhices ai feitas sem que hoje sejam chamados a qualquer responsabilidade. Também quem devia supervisionar o que por ali se passava não viu nada e hoje até foi promovido a vice-presidente do Banco Central Europeu. Quando a crise trouxe ao de cima o buraco criado pelos roubos houve logo quem tomasse como imperiosa a sua salvação para evitar contágios no sistema financeiro. Um buraco sem fundo onde milhões de milhões eram enterrados sem qualquer hipótese de retorno. Finalmente chega a este governo que o decide vender a saldos por 40 milhões para depois ainda lá colocar mais de mil milhões. No total já ultrapassa os 5500 milhões o que nos custou a todos nós a roubalheira do BPN. Mais que o valor do corte nos subsídios de Férias e Natal, mais que o aumento do IVA nos bens essenciais, mais que o aumento das taxas moderadoras ou aumento dos transportes. É isso que nos estão a fazer pagar a nós enquanto dos culpados não há novidades. Do dinheiro roubado não se conhece o paradeiro ou se tenta recuperar. Nós pagamos e pronto.
O Milagre dos Silvas
A “Plataforma Cidadã de Resistência à Destruição do SNS” preocupada com as recentes declarações do Senhor Presidente da República, informa que no próximo dia 28, Sábado, às16 horas, irá repetir o histórico “milagre das rosas” à porta de Belém, evitando, assim, que o senhor Presidente passe fome.
Como de acordo com as suas recentes alegações o seu miserável rendimento é insuficiente para suportar as despesas do seu excelso agregado, aproveitamos também para lhe entregar em mão o Manifesto da Plataforma (http://www.manifestosns.tk/?page_id=31), com as assinaturas recolhidas até à data, em nome dos milhões de portugueses que nos próximos longos e negros meses ficarão impossibilitados não só de comer, como também de adoecer, na sequência da nova legislação para a Saúde, que embora totalmente alheia ao espírito da Constituição da República, o Sr Presidente não impugnou.
Esta será uma “cerimónia” pública. Convidamos todos os utentes do SNS a participarem nela, contribuindo com a oferta de um pãozinho duro e bolorento.”Eu vou. Difícil vai ser arranjar o pão bolorento que cá por casa evita-se o desperdício alimentar, mas por uma boa causa até ofereço um pãozinho da véspera aos Silvas nesta hora de grande aperto. Sempre pode fazer uma açorda.
Sábado 28 Janeiro às 16 Horas
Um Monumento ao Cavaquismo
Antes da nacionalização, o então deputado Miguel Relvas intermediou para o Banco Efisa, do grupo BPN, um negócio da ordem de 500 milhões de dólares, que envolveu o município do Rio de Janeiro. Abdool Vakil, ex-presidente do Efisa, confirmou ao PÚBLICO que Relvas, na altura membro da bancada parlamentar do PSD, o ajudou “a abrir portas no Brasil”, mas o actual ministro explica que a sua colaboração ocorreu sempre “no quadro” da Kapakonsult, onde era administrador, e que teve um único cliente: o banco de negócios do BPN – Efisa.
Quando se olha para todo este caso do BPN, que nos custa já nem sei se são 5 ou 9 mil milhões, suficientes para que não fossem necessárias muitas das medidas de austeridade que vão conduzir este país à pobreza e à miséria, torna-se evidente a sua ligação à era cavaquista que tanto mal fez a este país. Foi a era das vacas gordas dos dinheiros da Europa, da criação dos BPN’s, BPI’s, BCP’s e tantos outros “avanços na modernização da economia”, como a destruição da agricultura, das pescas e da industria que tínhamos. Ex-Ministros, ex-Secretários de Estado, ex-lideres parlamentares e parlamentares, ex-Conselheiros de Estado. É um autentico cavaquistão laranja com negócios no corrupto BPN. Uma mão na massa como nunca se tinha visto em Portugal. Até quem acabou por comprar, a preços de amigo em época de Saldos e com desconto, o BPN, foi um outro ex-cavaquista, o Mira Amaral. Um bom assunto para o Sr. Silva de Boliqueime, isso e a sorte que teve no bom negócio das acções do BPN, pensar quando estiver comodamente na sua Casa da Quinta da Coelha. Já o estou a ouvir dizer para si mesmo, enquanto abana lentamente a cabeça, É o preço do “puguesso”.
O diabo está nos detalhes
O Presidente da República considerou hoje que as conclusões da última cimeira da zona euro “vão no sentido correto”, mas que há “detalhes técnicos” por esclarecer, e observou que “o diabo às vezes está nos detalhes”.Ele lá sabe isso dos detalhes e dos diabos, afinal na sua santa honestidade tem andado com alguns ao colo.
Contágio
Ao optarem por tratar as pessoas como a variável menos importante no orçamento do estado para 2012, exigindo-lhe sacrifícios colossais e cortando os subsídios de férias e natal, o governo abriu a Caixa de Pandora da indignação. Não há agora dia em que um jornal, nos mails, nos blogs e nas redes sociais não surjam as mordomias com que os nossos políticos continuam a viver. Sejam os subsídios de transporte do Ministro que tem casa em Lisboa, as pensões vitalícias, (que duplicam quando fazem 60 anos), as milionárias reformas antecipadas, os ordenados e prémios obscenos, os carros, as casas e as negociatas. O Ministro já veio dizer que quer atenção redobrada sobre manifestações de risco. Têm medo porque brutalizam um povo e já nem conseguem esconder os vícios privados sob a capa da mentira de públicas virtudes.
Personagens que desprezo
Há noticias que nos causam asco por certo tipo de gente, mas também não nos surpreendem porque, na verdade, já sabíamos que com aquela gente há sempre mais um subsidio ou pensão ou subvenção que recebem. Esta de que são cerca de 400 antigos políticos recebem subvenções vitalícias. Entre ele, estão muitos gestores que acumulam a pensão com o actual vencimento como é o caso de Carlos Melancia – 9150 Euros, Jorge Coelho – 2400, Zita Seabra – 3000, Ferreira do Amaral – 3000, Armando Vara – 2000, – Duarte Lima 2200, Ângelo Correia – 2200 e até Dias Loureiro – 1700 euros. Deve ser para colocar na nova conta do BPN enquanto se passeia na sua fazenda em Cabo Verde.
Numa altura em que estão a cortas subsídios e salários a tanta gente, criando pânico, desespero e miséria a tantos milhões de portugueses, há tanta gente continua a usufruir de todas as regalias e mordomias. Muitos deles o que ainda vêm dizer que todos temos de fazer sacrifícios porque temos andado a viver acima das nossas possibilidades.