Depois do Durão Barroso vir avisar que se o Tribunal Constitucional chumbasse mais medidas do governo o “caldo estava entornado” foi a vez de um alto responsável do Eurogrupo afirmar que “É um Tribunal Constitucional activista comparado com qualquer outro Tribunal Constitucional que eu conheça” e que em momentos de crise é necessário mostrar mais flexibilidade. Começou por cá com as afirmações do Passos Coelho e agora já é a Europa a querer pressionar e a fazer chantagem sobre o país para obrigar a aceitar ir5 contra a sua lei fundamental. Se o nosso Presidente da Republica não fosse uma múmia a quem se esqueceram de avisar que tinha morrido, teria, de acordo com a sua função principal de defender o escrupuloso respeito e cumprimento da Constituição bem como a soberania do país, apresentado imediatamente um protesto por este abuso e pelo desrespeito pelas leis deste país. Aliás já deveria há muito ter posto o bandalho do Passos Coelho na ordem mas prefere manter-se no silêncio dos culpados. Um Zombie que não só não faz nem serve para nada como acaba a legitimar o desrespeito pela nossa lei fundamental e pelos direitos dos cidadãos. Agora é para permitir que nos roubem ainda mais mas um dia destes é para aprovarem leis que nos retirem o direito à indignação, à greve, à manifestação ou à liberdade de expressão. Afinal estamos em crise e com isso tudo parecem querer legitimar. Filhos-da puta.
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A Nova De(s)mocracia Europeia
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, sobre a nomeação de Mario Monti para substituir Silvio Berlusconi na liderança do governo, afirmou que a Itália «precisa de reformas e não de eleições»
Depois de proibirem o ex-Primeiro-ministro grego Papandreus de fazer um referendo ao povo grego sobre se queriam aceitar as novas medidas de austeridade que lhes eram impostas, de o substituírem por um homem de confiança do BCE, Lucas Papademos, chegou agora a vez de em Itália nomearem outro burocrata de confiança da UE para liderar a Itália e afastarem a necessidade de haver eleições antes de 2013. A democracia é coisa que esta Europa desdenha e cada vez mais repudia vivamente. Como se não bastasse que esta democracia representativa em que vivemso já pouco tenha de democrático, como provou a recusa em questionar os povos sobre os tratados que nos impuseram e possibilitar que quem é leito possa fazer o que quer, mesmo tendo sido eleito com base em mentiras e aldrabices, durante quatro anos sem haver um mecanismo que permita aos cidadãos correr com ele, chegou agora a hora de já nem quererem que os governos sejam eleitos pelos seus povos.
Os partidos mais à esquerda, os sindicatos e muitos cidadãos têm protestado nas ruas contra o aumento de impostos, pela redução de salários e roubo dos subsídios de férias e Natal, pela privatização daquilo que é publico e de todos nós, pelo aumento dos preços e destruição do estado social. é uma luta justa e que merece ser travada, mas mais importante, aquilo que realmente nos devia levar a todos a protestar e a ocupar as ruas era a exigência de uma verdadeira democracia em que todos tivéssemos o direito e o dever de participar nas decisões que condicionarão o nosso futuro. Um democracia mais participativa em que pudéssemos correr com os “Migueis de Vasconselos” da actualidade, onde pudéssemos exigir mais respeito e dignidade para todos recusando sermos tratados como mercadorias nas mãos de banqueiros e políticos corruptos. É numa nova forma de democracia que se encontra a resposta para um melhor futuro e não neste fascismo liberal escondido sob a mascara de democracia. Esta é a luta essencial e que permitirá a mudança.