O ex-ministro das Obras Públicas Mário Lino vai estar novamente na ribalta, mas desta vez a representar e a cantar, também no papel de engenheiro, numa peça de teatro, Nada do Outro Mundo, que tem estreia marcada para sexta-feira, em Cascais.
Para não dizerem que aqui neste blog só digo mal aqui está um post para celebrar o facto de ver anunciar um ex-ministro não vai para administrador de uma grande empresa mas para actor de Teatro. E logo o Engenheiro Mário Lino, que não tendo conseguido construir nem uma aeroporto, nem o TGV, nem mesmo sendo no “deserto da Margem Sul”, vai fazer o papel de um Engenheiro que constrói uma ponte. Acredito que se vai dar bem, afinal representar para iludir a realidade é aquilo que os nossos governantes sempre fizeram melhor. Talvez ficasse melhor no papel de Camelo, mas não pode ter logo um que lhe valha um Oscar.
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Hoje é dia de Teatro
Roubalheira a alta velocidade
Como anda por aí muita gente mais inteligente que eu, quem sabe alguém me pode explicar porque vai a Brisa aumentar a portagem da A5, com o argumento de perder receitas com a abertura da nova A16, se a A5 está engarrafada todos os dias. Uma auto-estrada é paga e deve, salvo haver um acidente ou estar em obras, escoar o trânsito. Isso não acontece com a A5 onde, de manhã e à tarde, quem a usa desespera em longuíssimas filas. O que a Brisa deveria fazer, para justificar a portagem que recebe, era tentar encontrar soluções para evitar os enormes engarrafamentos diários, e não cobrar mais porque tem menos trânsito numa estrada que não comporta o que já tem. A isto chama-se enganar os utentes e ainda lhes chamar de parvos.
Para Mário Lino, o homem que conseguiu, durante esta legislatura, dizer todos os dias exactamente o contrário daquilo que tinha jurado na véspera. Do deserto ao sul do Tejo ao famoso “Jamé” à construção do aeroporto em Alcochete, passando pelo TGV ou pelas portagens nas Scuts não acertou uma. Para ele o Prémio “Camelos no governo, jamé”.
Um Coelho mágico
O contrato em causa foi feito sem concurso público e a concessão foi alargada por mais 27 anos. O TC considera que este contrato é ruinoso para o Estado e não acautela o interesse público. “Foi um negócio ruinoso para o Estado”, que “só serviu os interesses do promotor”, confirmou uma fonte do Tribunal de Contas, sobre as conclusões desta auditoria. Estas conclusões saíram do relatório final da auditoria do TC ao contrato feito entre o Governo, a Administração do Porto de Lisboa (APL) e a empresa Liscont, do grupo Mota-Engil. O Ministério Público prepara-se para avançar com uma investigação à prorrogação do contrato de exploração.
Neste negócio, parece que foi um Coelho que tirou um Ministro da cartola.
O vidente
Nunca vi um ministro que tanto garantisse uma coisa num dia para as desmentir no dia seguinte. Foi a Ota e o Alcochete, o TGV e agora o negócio da PT para comprar a Média Capital, ou seja a TVI. O homem até deve estar convencido e decidido, mas mal fala logo lhe chegam instruções para dizer o oposto. Este é um vidente que não acerta uma.
Sem eira nem beira
Como estão na moda ,hoje temos poesia.
Sem eira nem beira
Xutos e Pontapés
Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou – bem
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar
Despedir
E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir
Encontrar
Mais força para lutar…
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer
É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar
A enganar
o povo que acreditou
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar…
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão
Para ver o video, clique [AQUI]
Vem aí a nova televisão
Camelo TV
«O Governo assegura que ninguém vai ficar sem televisão e promete apoiar a compra de equipamentos para a Televisão Digital Terrestre (TDT).
O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, garante apoios, sobretudo às famílias mais carenciadas, para que ninguém deixe de ter acesso à nova televisão.
Faltam menos de 3 anos para ser cortado o actual sinal de televisão analógico. A partir de 2012, só quem receber o sinal digital é que vai poder ligar a “caixa que mudou o mundo”.
Mário Lino diz que o Governo pode dar subsídios aos telespectadores, mas as operadoras de televisão reclamam mais do Estado. “Com a libertação do espectro radioeléctrico o Estado vai receber um bem de elevado valor, que poderá alugar, ceder, vender a terceiros, deverá por isso mesmo ser o Estado quem compete pagar as acções de promoção de TDT que utilizem tempo de emissão dos operadores televisivos. Acresce que implica a continuação de avultados investimentos em equipamento e em formação de pessoas e também aqui deve competir ao Estado apoiar esses investimentos”, diz Francisco Balsemão.»
Era só o que faltava deixar este povinho sem ver televisão. Vão-lhe meter pela porta dentro e, se possível colocar um aparelho, (sem botão de desligar), em cada sala, quarto, cozinha ou cagadeira da casa. É por aquela caixa mágica que nos hipnotizam, que, empregados ou desempregados, remediados ou pobres, nos adormecem e nos fazem ruminantemente ficar sentados a vê-los servirem-se do país e daquilo que devia ser de todos nós. Para isso não faltará certamente dinheiro, nesta ou na próxima crise em que vivermos. Não vai faltar para garantir que nos vão poder entrar todos os dias em casa, nem para encher os bolsos de muitos outros.
«As novas regras foram aprovadas em Conselho de Ministros. Regras mais flexíveis para a contratação das grandes obras públicas. As medidas vigorarão em 2009 e 2010. O objectivo é acelerar as obras públicas e relançar a economia portuguesa.
Assim, em obras cujo custo seja inferior a 5,15 milhões de euros, o Estado pode optar pelo ajuste directo em vez do concurso e no âmbito da compra e locação de bens móveis ou serviços para contratos até 206 mil euros. O Governo garante que são medidas excepcionais.»
O Prémio “Camelo da Margem Sul” tinha como destino garantido o Ministro Mário Lino, mas depois desta nova decisão governamental, todos nós passámos a ser os “Grandes camelos” deste Jardim. Qual a empresa de construção que não gostará de ser amiga do peito do Ministro? E qual das empresas fornecedoras de bens e serviços não desejarão passar a mão pelo pelo de algum membro do governo? Num país onde se fala tanto de corrupção estas facilidades parecem sempre ser uma bênção dos céus…para alguns, (como a crise que as justifica).
Ditadores do Betão
Betão e alcatrão
Uma vez mais a corja que nos governa aposta no betão como forma de ultrapassar a crise em que vivemos. Um problema que existe há décadas e que o betão nunca resolveu. A solução mais fácil e que pretende estabilizar estatísticas mas nada de efectivo resolve. Ganham as empresas que mais contribuem para o orçamento das campanhas eleitorais e perdemos todos nós que vemos a nossa divida ao estrangeiro aumentar.
Porque não se investe esse dinheiro em sectores públicos produtivos que evitem a necessidade de gastarmos tanto em importações? Porque não pode o estado fazer aquilo que os privados não fazem, investir na produção? Assim, continua tudo na mesma e só fogem para a frente até ao dia em que todo este sistema capitalista vai rebentar, condenando-nos há miséria. Não estará na hora de pensarmos em novas soluções?