Eu agora quando tenho de fazer um boneco do Nuno Crato lembro-me logo da Bruxa em contraponto ao Nogueira que desde que assinou o memorando com a Bruxa Maria de Lurdes Rodrigues me lembra sempre a Branca de Neve e a famosa dentada na maça. Ontem acabei por fazer este boneco mas depois pareceu-me que não era o mais adequado ao texto e substituiu por outro. Para agora devia ter feito algo diferente mas não tive tempo e por isso resolvi publicá-lo. Afinal, de uma maneira ou de outra, todos são representativos do actual estado das coisas.
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Vamos todos dar-lhes uma lição
Ao fim de todos estes anos de ressaca é bom ver os professores de novo a lutarem pelos seus direitos e em defesa da escola pública. Não sou professor, mas como pai de alunos que vão ser afectados pela greve quero aqui deixar o meu apoio e a minha solidariedade nessa luta, que como deviam ser todas, é de todos nós.
O meu único conselho que lhes posso dar é que se unam e não vacilem, nem contra este governo e este sistema, nem na vigilância junto dos sindicatos para que não se repita o que aconteceu no tempo da Bruxa Maria de Lurdes Rodrigues. Não deixem que os sindicatos assinem memorandos de entendimento com o poder sem antes haver uma consulta aos professores e estejam atentos às condições propostas. Não voltem a morder maças envenenadas que vos sejam oferecidas e coloquem a vossa luta ao serviço de todos e de uma luta global. Lembrem-se de tudo o que perderam com a vitória que conseguiram nas ruas e nas escolas. Todos juntos podemos vencer.
Os professores voltam à rua
Tenho assistido nos últimos tempos à convocação de uma manifestação Nacional de Professores para o próximo dia 26 de Janeiro. Finalmente os professores parecem reagir a todos os assaltos a que eles e a escola pública tem sido sujeitos, depois de anos em que pareciam ter desaparecido da luta politica. Voltando um pouco atrás, ou bastante atrás, lembro-me de quando os professores encheram as ruas de Lisboa em enormes manifestações em luta contra a famosa avaliação e a Sinistra Ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Também a história deste blog está ligada a essa luta que sempre apoiou, não por eu ser professor, mas por ser pai e defensor de uma escola pública de qualidade. Foi uma luta em que finalmente se viu uma classe unida e se vislumbrou uma vitória para os trabalhadores, uma luta em que a Ministra foi encostada à parede e ia cair. Estranhamente, ou talvez não, o Mário Nogueira resolveu morder a maça envenenada que lhe foi estendida pela Bruxa Sinistra assinando um acordo com a Ministra que a salvou e que acabou por levar à divisão, desmobilização e ao fim da luta dos professores. Dai até hoje, a avaliação foi implementada, os horários aumentados, as condições de trabalho piorados e milhares de professores foram para o desemprego. Saúda-se por isso o regresso dos professores à luta em defesa dos seus direitos e do seu trabalho.
Uma vez mais vou estar presente na luta pela defesa da escola pública, assim como estou na defesa do SNS, do estado social ou dos direitos laborais. Defendo mesmo e custa-me a compreender ver classes não se unirem nas lutas, não se compreender que as lutas de uns são as lutas de todos. Essa sim, seria uma grande vitória e um sinal de esperança para o futuro, ver todos unidos e solidários na defesa dos problemas dos noutros e de cada um.
Mas como disse vou estar presente em defesa da escola pública de qualidade. Só espero é que desta vez os professores assumam a luta e não aceitem que ela seja destruída por acordos de bastidores com o governo. Sou um defensor da existência de sindicatos, a forma de os trabalhadores se organizarem e potenciarem a sua força, mas também acredito que esses sindicatos devam agir de acordo com a vontade dos trabalhadores e não das suas classes dirigentes e de interesses ou agendas políticas. Os sindicatos servem para defender os trabalhadores que deles fazem parte.
Mais uma vez digo que vou estar presente e apelo a todos, professores ou não professores que se juntem e lutem contra as politicas deste governo e por um país mais justo. Razões não faltam, do desemprego à precariedade, da pobreza à destruição da esperança. Juntem-se e esta e a todas as outras lutas porque isto não é um problema só de alguns mas de todo um país. Juntem-se, lutem e tenham a coragem de, após cada vitória conseguida, assumir nas vossas mãos o futuro.
Engolir a laranja envenenada
A lista de professores colocados, ontem conhecida, representa uma redução de 40,5 por cento (menos 7.571 docentes) face à de Agosto do ano passado, segundo contas da Fenprof, que classificou estes números como sendo «de uma violência atroz».
De acordo com o líder da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, que falava em conferência de imprensa no Porto, após uma primeira análise dos números, só a renovação de contratos caiu 43,5 por cento (menos 4.471), em relação a 2011. Seguem-se agora colocações via bolsas de recrutamento que, se caírem na mesma proporção, permitem antecipar, na leitura sindical, a exclusão do sistema de 15.000 a 18.000 professores.Quando a Sinistra Ministra estava no poder a luta contra o processo de avaliação e a destruição da Escola pública foi encabeçada pelo Mário Nogueira que rapidamente se viu ultrapassado pela união dos professores e de muito movimentos que criaram. Por duas vezes Lisboa foi palco de gigantes manifestações que fizeram com que finalmente se sentisse uma réstia de esperança e de acreditar que ainda havia poder na luta das pessoas para fazerem recuar as politicas do então governo de socretinos. Depois de ver os governos atacarem os direitos dos cidadãos e de as lutas sindicais não o conseguirem impedir finalmente se provava que havendo vontade tudo era possível. A Sinistra Ministra estava derrotada. Inesperadamente, ou talvez não, surge a noticia de que o Mário Nogueira tinha assinado com o governo um Memorando de Entendimento, que se minimizava as medidas da Ministra, lhe possibilitava a continuidade de existência bem como das suas politicas. Assim morreu uma luta que estava ganha e se desmobilizou os professores. Hoje, após a chegada deste governo e deste DemoCrato que ocupa o cargo de Ministro os professores sentem na pele o resultado dessa derrota e dessa desmobilização. Os professores que conseguiram colocação não a querem colocar em risco, os que vão para o desemprego estão sós e sem esperança. E agora Mário Nogueira?
Desaparecidos II – Mário Nogueira
Outro que anda desaparecido é o “Grande Líder” Mário Nogueira. Quem não se lembra da feroz luta contra a avaliação da “Sinistra Ministra” Maria de Lurdes Rodrigues em que não havia um dia em que não aparecesse nas televisões e uma semana em que não fizesse um protesto. Agora, com milhares de professores a irem para a rua, com salários e direitos a serem cortados os discursos são quase silenciosos e os protestos invisíveis. Se no tempo da Sinistra Ministra mordeu a maça envenenada do “memorando de entendimento” agora parece ter-se engasgado com esta laranja podre e amarga.
«A inauguração da sede do Sindicato dos Professores no Funchal, juntou ontem o improvável num mesmo acto oficial – o presidente do Governo da Madeira, Alberto João Jardim, e o líder da Fenprof, Mário Nogueira. “Se o problema da dívida existe, e aqui de dimensão agravada, é bom recordar que não é por responsabilidade de quem, honestamente, tem como quotidiano o trabalho”, referiu no discurso o sindicalista, que ao CM frisou não estar ali a fazer campanha pelo PSD madeirense.»Até pode não ter estado a ajudar a campanha eleitoral do João Jardim, mas que parecia e que ajudou não restam dúvidas. Basta ter ouvido o Bicho da Madeira referir a sua oposição à avaliação dos professores para perceber que o Mário Nogueira se deixou enrolar mais uma vez. Primeiro quando mordeu a maça envenenada do Memorando de Entendimento que a Sinistra Ministra lhe estendeu e agora quando aceita estar ao lado do “Caçador” que se rebelou contra o governo do seu partido. Desconfio que ele gosta de fazer o papel de Branca de Neve.
Esta história da Branca de Neve é infelizmente pouco educativa embora nos ensine bastante sobre a forma como os sindicatos dos professores nunca deveriam ter actuado.
Os professores e os seus sindicatos pareciam finalmente ter percebido a forma como as lutas por aquilo que consideram ser justo devem ser feitas. Uniram-se os sindicatos e os professores esqueceram a cor partidária e todos se uniram contra a bruxa Maria de Lurdes Rodrigues. Uma união que desaguou em duas enormes manifestações em Lisboa e que seriam suficientes par o fim do processo de avaliação e para o adeus da Sinistra Ministra. Pela primeira vez em muitos anos uma luta de trabalhadores estava a sair vitoriosa, mas surprendentemente o Mário Noguerira resolveu morder a maça envenenada e assinar o famoso “Memorando de entendimento” que desuniu os professores, manteve tudo na mesma e salvou a Ministra de ir para a rua. A partir dai nada foi o mesmo e, mesmo depois do Sócrates ganhar as eleições e ter substituido a Sinistra pela “Aventura” Isabel Alçada, uma versão light da anterior, nem os sindicatos tiveram as respostas que desejavam nem aceitaram as propostas de avaliação que lhe apresentaram. A luta dos professores deixou de ter um objectivo concreto e mais parecia servir as agendas politicas do Mário Nogueira. A luta deixou de ser contra a Ministra e sobre educação para passar a ter como objectivo o derrube do próprio Sócrates. Compreendo que correr com os Sócretinos fosse uma necessidade, mas já custa a entender que isso seja feito à custa de o substituir por um governo mais de direita e que só veio agravar o que já estava mal. Um governo de direita que o Mário Nogueira parece gostar pois toda a agressividade de mostrou antes foi substituida por uma estranha complacencia. Milhares de professores foram “despedidos” e o sindicato só esboçou um protesto, continuam a fechar escolas e a encafuar mais alunos em cada sala de aulas e isso não parece icomudar muito e finalmente é aprovado uma Avaliação de Professores com muito daquilo que antes era considerado inaceitavel e, embora sem o acordo oficial do Mário Nogueira que se ficou pelo aceitar colocar a assinatura numa estranha acta e que aconselhou os professores esquecerem o assunto, sugerindo-lhes “virem a página para outros problemas maiores que têm pela frente”. Simplesmente lamentavel.
Avaliação
O Ministro Nuno Crato informou que existe, “a partir de hoje, um novo modelo de avaliação de professores em Portugal” após ter chegado a acordo com a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) e seis outras estruturas sindicais. Mas não com a Federação Nacional de Professores (Fenprof) porque, segundo Mário Nogueira, secretário-geral desta estrutura sindical, o novo modelo mantém o regime de quotas para as classificações mais elevadas.
O ministério “irá ainda assinar uma acta global negocial com a Fenprof, onde estarão estabelecidos todos os pontos de acordo e desacordo, nomeadamente em relação às quotas”.Uma vez mais dividir para reinar. Acabou a frente comum dos professores e quando este Ministro já desgraçou mais professores, enviando milhares para o desemprego, que a própria Sinistra Ministra Maria de Lurdes Roidrigues, não mais veremos as ruas de Lisboas cheias de professores em luta por aquilo que consideravam justo. Professores que tanto fizeram para a queda do socretimo acabam agora a pactuar com muito daquilo que na altura diziam ser inaceitavel.
Pessoalmente sempre me pareceu que a ideia de quotas, seja para o número de mulheres no parlamento ou agora de excelentes na valiação, algo sem nenhum sentido. Ou se tem mérito para se ser bom não se tem. Pode haver muita gente excelente num local e nenhuma noutro e isso não pode ser limitativo. Não faz sentido que não seja melhor estar numa escola acompanhado por muitos bons professores que numa em que haja muitosos professores o não são. A qualidade de serem avaliados, não pelo lado economicista, mas pela qualidade do seu trabalho parece-me essencial para uma melhor Escola Pública.
Morder na laranja
Na altura da Assinatura do Acordo de Entendimento entre a Maria de Lurdes Rodrigues e o Mário Nogueira que disse que ele tinha mordido a maça envenenada. Agora o que me parece é que o homem gosta mesmo de fruta e apesar deste Ministro, Nuno Crato, se preparar para o maior despedimento de professores que há memória, que mantém o sistema de avaliação mas isenta os graus mais elevados não vemos a bradar contra o governo e a prometer luta. Será que já trincou a laranja?
Vida dura para o Crato
Do novo Ministro da Educação, Nuno Crato, sei pouco e tudo o que me lembro dele é de uma passagem pelo “Plano inclinado” ao lado do Medina Carreira. Ora aqui está uma boa altura para quem tanto criticava poder mostrar as suas habilidades, mas como não acredito em fadas e acredito na existência de uma boa Escola Pública e democrática, receio que nada de bom venha dali. O PSD, que a nível de educação praticou uma oposição demagógica em relação às escolas nos tempos negros da Bruxa Lurdes Rodrigues e da sem história para contar, Isabel Alçada, tem agora o problema de ir aplicar as medidas que criticou antes. O Mário Nogueira já deve estar a pensar se as greves e manifestações vão conseguir atingir o tamanho das que conseguiu no consulado PS e os professores é melhor que se preparem para mais do mesmo. Quanto ao Ministro, não conhecendo a sua teimosia nem a sua resistência não consigo prever quanto tempo vai durar, mas não lhe antevejo uma vida nada fácil.
Uma dentada azeda
Depois d0 acórdão do TC, que inviabiliza a suspensão da avaliação de desempenho dos professores o Mário Nogueira veio dizer que iria pedir a todos os partidos que clarificassem a sua posição sobre a avaliação para assim poder ajudar os professores a escolher o seu sentido de voto no próximo dia 5 de Junho. Acredito que o Mário Nogueira possa estar triste e desiludido pelo chumbo do Tribunal Constitucional, mas custa entender que queira fazer com que os professores condicionem o seu voto só ao apoio ou recusa à avaliação. Num momento em que se atacam os direitos do trabalho, o estado social e a própria dignidade como cidadãos reduzir a opção de voto de uma classe profissional a um problema laboral parece-me demasiado redutor e mostra uma total falta de responsabilidade política.
Na conferência “Novos desafios aos profissionais da educação da Europa”, Mário Nogueira afirmou que, “Até se podia fazer a revolução, mas dava cá uma trabalheira”. Quanto á organização de uma conferência onde os professores pudessem definir quais as perspectivas que têm para a escola e para a sua carreira, considerou que seria positivo, mas que, “Os sindicatos não são pais dos pobres”.
Para quem é dirigente sindical não me parecem as declarações mais felizes. Se está preocupado com “trabalheiras”, devia ir descansar e aproveitar para pensar de quem devem os sindicatos ser papás.