O ex-ministro das Finanças e actual comentador de economia, Medina Carreira foi alvo de buscas no âmbito do processo Monte Branco.O homem já veio afirmar a sua inocência, mas gostei de ver este arauto da desgraça, que gosta tanto de chamar incompetentes e mal intencionados a todos mas que acaba sempre a defender que o mal que nos acontece ainda não é suficiente e que só com punho de ferro se resolviam os problemas, seja também ele um anjo caído do altar. Quem diz o que ele diz, todo moralista e cheio de certezas é bom que não tenha esqueletos no armário, ou neste caso, enterrados no Monte Branco. Ou melhor no castanho que é a cor do gigante monte de merda que é a corrupção em Portugal.
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Um coiso que não serve para nada
Medina Carreira afirmou na TVI24 que ela, Constituição, “não serve para nada [porque] não paga despesa nenhuma”.Ouvir o Medina Carreira é olhar para um túnel sem luz ao fundo. Por ele, o nosso Nostradamos prendia todos os ex-governantes pelo que fizeram ao país e fazia o que eles não fizeram, transformar o trabalho assalariado em trabalho escravo e se necessário até de chicote. Felizmente quando esteve ele no governo deste país nunca fez aquilo que acusa os outros de não terem feito. Mas, há sempre uma desculpa, a Constituição. É uma chatice, só cria problemas e empecilhos. Felizmente, porque isso faz com que já sirva para muita coisa.
Mas, melhor que eu diz o Manuel António Pina no “JN” Ora a Constituição, mesmo não pagando “despesa nenhuma”, serve obviamente para alguma coisa: para Medina Carreira ter sobre que falar. Dir-se-á ainda que as circunstâncias de Medina Carreira o contradizem, já que as suas prestações televisivas não servem para nada e, contudo, pagam-lhe as despesas.»
Profecias da crise
Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova Iorque, avisa para o perigo de, sob as condições ‘certas’, a economia mundial entrar em colapso, a partir de 2013. Os problemas orçamentais dos Estados Unidos, o eventual abrandamento económico da China, a reestruturação da dívida europeia e a estagnação do Japão, aquilo que apelida de uma ‘tempestade perfeita’, podem combinar-se de forma catastrófica, garante um dos homens que previu a crise financeira de 2007-2009.
Ouvi o Medina Carreira explicar porque estamos tramados. Com a globalização, as industrias menos tecnológicas transferiram-se para os países de terceiro-mundo, enquanto as mais emblemáticas ficaram nos países mais ricos do centro da Europa. Para nós e os outros países periféricos não sobrou nada. Qual a solução, perguntou-lhe a jornalista, e ele já ia a dizer que não sabia, mas rapidamente mudou de ideias e transferiu as culpas para o nosso sistema político. Isto no dia em que a União Europeia convocou uma cimeira de urgência dos Ministros da Economia, o rating das dividas dos países cai e os juros batem recordes.
Parece evidente que o mal não está só nas políticas que se seguem, mas especialmente no sistema global em que nos meteram. O sistema é inviável para muitas pequenas economias e ou se muda ou isto tudo dá um enorme estrondo um dia destes. Já tenho alertado para as lições da história e para um possível conflito a nível, agora não mundial, mas global. As duas anteriores grandes crises económicas do século XX acabaram em grandes guerras. (Crise de 1909 – Guerra de 1914 e crise de 1029 – Guerra de 1939). Não acredito em destinos traçados, mas acredito que se nada fizermos, as mesmas causas acabam por produzir consequências iguais.
Todos sabemos que todos os programas de todas as nossas televisões oficiais, a começar nos telejornais, passando pelos programas de opinião até às entrevistas, existem, não para nos informar, mas sim para nos venderem as ideias que servem o sistema. Enganem-se aqueles que pensam que ainda pensam pelas suas cabeças e que o mundo que vêm é a realidade. Todos nós somos condicionados todos os dias para pensarmos como eles querem que pensemos. Vendem-nos a realidade como nos vendem televisores ou sabonetes. Em alguns programas vendem-nos a esperança e que o futuro ainda virá a ser risonho, noutros que tudo está mal, que a crise está aí e a culpa é nossa. O Plano Inclinado é um deles, onde a culpa é dos políticos, dos trabalhadores, dos desempregados, dos estudantes, dos professores, dos sindicalistas, de todos, gente burra e sem princípios que nos destrói o futuro. Privatize-se. reduzam-se direitos e salários, acabe-se com a saúde e a escola publica, miserabilize-se o país que é a única saída. Claro que a miséria que propõem não é para todos, os bons, eles e os amigos merecem cada euro que ganham, cada prémio que lhes pagam.
Vem isto a propósito desta publicação feita em Maio deste ano em Diário da Republica
cada um que tire as suas conclusões.
A “manif” dos economistas
O Presidente vai receber nove ex-ministros das Finanças em Belém, Eduardo Catroga, Medina Carreira, Luís Campos e Cunha, Bagão Félix, João Salgueiro, Miguel Beleza, Êrnani Lopes e Ferreira Leite.
Isto de tratar o mal com as causas da doença não sei se irá dar muito bom resultado. Se esta gente toda já foi responsável pelas finanças públicas, se esta gente é o vírus que nos trouxe até aqui e, se a única solução que nos apresentam é, fugir para a frente, continuar a fazer exactamente o que fazíamos antes e ter fé que as coisas melhorem. Não vão melhorar, especialmente para aqueles que menos têm ainda vai piorar e muito. Preparem-se.
Comédia ou filme de terror?
Mudar. Para melhor está bem, para pior já basta assim e com este que já avisou que deseja privatizar a Caixa Geral de Depósitos, a segurança social, o que resta da saúde,…o que resta de tudo. Liberalizar é a palavras mágica e depois vale tudo, é cada um por si e fé em Deus. Este rapidamente vai ultrapassar o Paulo Portas pela direita.
Medina carreira, O Zzzzaaangado
Ouvir o Medina Carreira é dar-lhe razão em muita coisa, mas também saber que se está a ouvir um discurso de “velho do Restelo”, um discurso “fácil”, um discurso em que aponta o dedo a tudo e todos, que critica tudo sem apontar um caminho que seja diferente daquilo que existe. Para ele que tem todas as respostas na sua imensa sabedoria numa terra de incompetentes, a economia é a solução mágica que tudo resolve. É fácil dizer que gastamos mais do que aquilo que produzimos e que a solução passa por mais investimento para aumentar as exportações. Como se faz? Fazendo um estudo para mostrar porque fogem os investidores para a Este e não investem em Portugal. Um conceituado economista como ele não sabe? Claro que sabe, mas também sabe que a resposta está em subordinar, ainda mais, a governação ao capital, aos interesses das empresas sem garantir o respeito pelos cidadãos. Fala de que os partidos deviam aceitar entregar o governo ao Presidente durante (já não me lembro se disse 5 ou 15 anos). Já parece a Manuela Ferreira Leite que também afirmou que devíamos suspender a democracia, durante algum tempo, para poder aplicar medidas impopulares. E se fossem á merda?