Posts Tagged ‘Santana Castilho

24
Jun
11

A Educação do Santana Castilho

 

Neste blog, durante a negra era da Maria de Lurdes Rodrigues, apoiei os professores na sua luta pelos seus direitos e por uma melhor escola pública até que estranhei que aceitassem transforma-la numa “vendetta” contra o Sócrates.   Santana Castilho foi uma das vozes fortes e ouvidas dessa luta, mas também foi depois um aliado do PSD para o derrubar. Não esqueço todos os blogs e páginas do Facebook onde se podiam ver apelos ao voto contra o Sócrates. Votar Passos Coelho era derrotar o Sócrates.
Agora o Santana Carrilho, já escreve:
… Bem consciente do ónus de me declarar tão cedo contra a corrente, não comungo da euforia generalizada, que abriu braços à Educação. Explico o que posso explicar. Em Abril, Passos Coelho tinha um programa eleitoral para a Educação. Em Maio tornou público outro, que não só nada tinha a ver com o primeiro, como era a sua antítese. Escassos dias volvidos sobre a divulgação do último, Passos Coelho comprometeu-se publicamente a melhorá-lo. Mas faltou à palavra que empenhou e apresentou-se ao eleitorado com um programa escrito em eduquês corrente, com medidas até a 19 anos de prazo, pasme-se, e que, entre outros disparates, consagrava: a recuperação de duas carreiras no seio da classe docente; o enterro definitivo da eleição dos directores; a diminuição do peso dos professores nos conselhos gerais; o aumento da promiscuidade entre a política partidária e a gestão pedagógica do ensino; a protecção da tirania e do caciquismo; a adulteração do sentido mais nobre do estatuto da carreira docente; a consolidação dos mega-agrupamentos; a manutenção da actividade nefasta das direcções regionais; uma significativa omissão sobre concursos de professores e muitos outros aspectos incontornáveis da política educativa; a recuperação da ideia bolorenta de uma agência externa de avaliação educacional e a subserviência à corporação do ensino privado, por forma que a Constituição proíbe. Os professores, agora em êxtase, esqueceram-se disto? Eu sei que o programa de Governo ainda não é conhecido. Mas só pode resultar do que contém isto e do do CDS. E o do CDS não se opõe a isto.
Nuno Crato é um notável divulgador de ciência e um prestigiado professor de Matemática e Estatística. Em minha opinião, o merecido prestígio intelectual que a sociedade lhe outorga foi trazido a crédito incondicional como político da Educação. No mínimo, o juízo é precipitado. Permito-me sugerir que leiam a sua produção escrita sobre a matéria. Que ouçam, com atenção, e sublinho atenção, a comunicação apresentada em 2009 ao “Fórum Portugal de Verdade” e as intervenções no “Plano Inclinado”. Os diagnósticos não me afastam. Os remédios arrepiam-me. Nuno Crato é um econometrista confesso, que repetidas e documentadas vezes confunde avaliação com classificação. Nuno Crato pensa que se mede a Educação como se pesam as batatas e que muda o sistema de ensino medindo e examinando. E não mudará. Ou muda ele ou não muda nada. Fico surpreendido como os professores deixam passar com bonomia a hipótese, admitida, de contratar uma empresa privada para fazer os exames ou a intenção, declarada, de classificar os professores em função dos resultados. Estes dislates patenteiam pouco conhecimento sobre as limitações técnicas dos processos que advoga e uma visão pobremente parcial sobre o que é o ensino. Nuno Crato, que muitas vezes tem sido menos cauteloso ao apontar o indicador às ciências da Educação, tem agora o polegar da mesma mão virado para ele. Espero que não se entregue às ciências ocultas da Economia para redimir a Escola pública.

Texto completo “AQUI

Ou se enganou, foi enganado ou enganou os professores. Ajudou a crescer a árvore onde será enforcada a sua carreira.

15
Maio
11

A Educação do Passos Coelho


Passos Coelho resolveu ir à apresentação de um novo livro do Santiago Castilho, a mais conhecida voz da guerra dos professores com as políticas educativas da  Sinistra Ministra e do Engenheiro da Independente. Sabendo da tez alaranjada do Santana Carrilho não hesitou, mas esqueceu-se que as políticas educativas do PSD são idênticas às do PS por mais que lhe mudem a cara. Ouviu o que não queria sobre o seu pensado e maturado programa eleitoral para a área da educação. É natural que se tenha sentido constrangido e amaldiçoado a hora em que ali pôs os pés, ridículo é que se tenha disposto de modificar o programa logo ali. Tanta gente, tanta sumidade reunida durante tanto tempo, dando tantas ideias e tantas soluções para ele logo ali mudar o que tinham decidido.
Duas coisas são preocupantes nesta história. Primeiro que confiança podem ter os eleitores num programa que sabem poder mudar de um dia para o outro, mas mais grave é percebermos qual a sua capacidade para defrontar os lobis que por ai há. Quem não tem convicções e não sabe muito bem o que se quer, não pode vir pedir o voto a ninguém. Passos Coelho não sabe, não tem a capacidade nem a inteligência política para ser Primeiro-ministro.




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