O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, sobre a nomeação de Mario Monti para substituir Silvio Berlusconi na liderança do governo, afirmou que a Itália «precisa de reformas e não de eleições»
Depois de proibirem o ex-Primeiro-ministro grego Papandreus de fazer um referendo ao povo grego sobre se queriam aceitar as novas medidas de austeridade que lhes eram impostas, de o substituírem por um homem de confiança do BCE, Lucas Papademos, chegou agora a vez de em Itália nomearem outro burocrata de confiança da UE para liderar a Itália e afastarem a necessidade de haver eleições antes de 2013. A democracia é coisa que esta Europa desdenha e cada vez mais repudia vivamente. Como se não bastasse que esta democracia representativa em que vivemso já pouco tenha de democrático, como provou a recusa em questionar os povos sobre os tratados que nos impuseram e possibilitar que quem é leito possa fazer o que quer, mesmo tendo sido eleito com base em mentiras e aldrabices, durante quatro anos sem haver um mecanismo que permita aos cidadãos correr com ele, chegou agora a hora de já nem quererem que os governos sejam eleitos pelos seus povos.
Os partidos mais à esquerda, os sindicatos e muitos cidadãos têm protestado nas ruas contra o aumento de impostos, pela redução de salários e roubo dos subsídios de férias e Natal, pela privatização daquilo que é publico e de todos nós, pelo aumento dos preços e destruição do estado social. é uma luta justa e que merece ser travada, mas mais importante, aquilo que realmente nos devia levar a todos a protestar e a ocupar as ruas era a exigência de uma verdadeira democracia em que todos tivéssemos o direito e o dever de participar nas decisões que condicionarão o nosso futuro. Um democracia mais participativa em que pudéssemos correr com os “Migueis de Vasconselos” da actualidade, onde pudéssemos exigir mais respeito e dignidade para todos recusando sermos tratados como mercadorias nas mãos de banqueiros e políticos corruptos. É numa nova forma de democracia que se encontra a resposta para um melhor futuro e não neste fascismo liberal escondido sob a mascara de democracia. Esta é a luta essencial e que permitirá a mudança.