Arquivo de 12 de Fevereiro, 2012

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O Negócio da doença

O Hospital Garcia de Orta confirmou a existência de uma circular para que sejam emitidas 17 altas por dia em diversas especialidades, distribuídas da seguinte forma: 10 para o serviço de medicina, uma para o serviço de pneumologia, uma para o serviço de gastrenterologia, uma para o de nefrologia, duas para neurologia, uma para oncologia e uma para o serviço de cardiologia.
«O hospital admite que se trata de um lapso que vai ser corrigido, pois esta é uma circular informativa e não normativa. «O que se pretende é optimizar a resposta do serviço de urgência. Um doente que entra na urgência e se chega à conclusão que vai ficar internado, se não tiver cama, fica na urgência, prejudicando o seu funcionamento».

A circular em si já é uma vergonha, a explicação ainda a agrava mais. O problema está na falta de camas e se não derem 17 altas não têm camas disponíveis para as novas emergências. Bem pode o hospital falar que tudo não passa de um lapso, mas se é um lapso então é um lapso que é consequência da forma como o Serviço Nacional de Saúde está a ser desvirtuado e transformado num sistema para pobres sabendo-se que muitos dos que mandam neste país os desprezam e consideram descartáveis. As afirmações da Manuela Ferreira Leite sobre os hemofílicos com mais de 70 anos terem de pagar o seu tratamento, (cerca de 2000 euros mensais), ou de quem questiona se valerá a pena gastar dinheiro a operar idosos com 80 ou 90 anos é disso uma boa amostra. Reduzem-se em quantidade e qualidade a saúde pública para os que pouco ou nada têm, deixando para os bancos o negócio dos seguros e o da saúde para os grupos privado de hospitais. Ganhar dinheiro com a doença é um negócio que garante sempre muita clientela.

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Escutam-se os segredos, destapam-se as mentiras

Em declarações captadas pela TVI, no início do Eurogrupo, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble disse: “Depois de uma decisão substancial sobre a Grécia se houver necessidade de ajustamento do programa português, nós estaremos prontos para o fazer”, explicou Schauble sobre Portugal.
Publicamente, o primeiro-ministro Passos Coelho tem dito que “não quer mais tempo nem mais dinheiro”, mas no diálogo privado com Schauble, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, respondeu com agradecimento. “Isso é muito apreciado”.

Todos sabem que as contas de Portugal vão derrapar e já em Abril isso vai ser claro nos relatórios sobre as contas do primeiro trimestre, com o aprofundamento da recessão e a redução das receitas. Todos sabem que Portugal não vai poder pagar o empréstimo e que vai ter de renegociar os prazos e até muito provavelmente pedir nova ajuda. (Por mais que nos digam que Portugal não é a Grécia, as consequências da brutal austeridade a que ambos os países têm sido sujeitos fará com que aquilo que hoje acontece na Grécia seja o prenuncio do destino que nos traçaram).
A solução só pode passar, não só por uma mudança de politicas mas sobretudo pela mudança deste sistema em que os mercados mandam mais que as soberanias dos países. Não se trata aqui de pieguices, mas do futuro de todos nós.




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