O Paulo Portas gosta muito de falar de um país intervencionado e da perda de soberania para justificar as filha-de-putisse, a destruição e a pobreza que espalham pelo país. Tretas, porque nenhum cidadão decente nunca aceitaria conduzir o seu país à miséria. O que se passa é que o aceitam em nome de manterem e aprofundarem um sistema neo-liberal e capitalista que defendem. Portugal pode ter tido e ter a necessidade de pedir ajuda mas isso nunca pode determinar a sua perda de soberania e devem ser sempre os cidadãos a primeira prioridade de qualquer governante, Não podem governar para os mercados à custa da miséria de um povo. Ai, mas precisamos do dinheiro, dizem como se tal coisa fosse inevitável. O dinheiro é uma ferramenta para ser utilizada e não um fim em si. Não se podem condenar as pessoas a serem escravos em nome de salvaguardar o dinheiro de alguns. Se não há dinheiro utilizam-se outras formas de relação entre as pessoas. E, mesmo sem ser necessário ir tão longe acredito que há no mundo povos dispostos a ajudar e sobretudo a unirem-se em busca de resolver os nossos e os seus problemas em conjunto. Vivemos tempo de mentira em que tentam mostrar o egoísmo e a lei do mais forte como a regra a seguir, mas há outras formas de fazer e de relacionamento possíveis. Temos é de ser capaz de retirar das nossas cabeças as mentiras que usam para limitar as alternativas e impedir novas soluções. Limpar as cabeças e pensar em alternativas em que sejam as pessoas o centro e a razão das politicas. Só isso acabaria com as inevitabilidades, mudaria tudo e tudo seria possível.
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A cornucópia do poder
A festa da austeridade
Ia mais uma vez chamar nomes feios a esta gente pelos ataques que têm vindo a fazer aos povos, empobrecendo-os, cortando-lhes todos os direitos e destruindo o estado social, tudo em nome dos mercados e da ganancia de lucro de alguns. Li as notícias, imaginei o que ia dizer e comecei a procurar a imagem e a fazer o boneco. Agora que tenho o boneco já não tenho vontade de ir procurar as noticias e as declarações destes abutres nem repensar no que lhes queria chamar. Mais uma vez fica o boneco e cada um que imagine o texto que desejar. Desculpem lá, mas ando sem tempo, sem cabeça e sem paciência.
O Banco Central Europeu recomendou aos países que estão a sofrer altas taxas de desemprego uma bateria de medidas estruturais que inclui reduzir mais os salários e as indemnizações por despedimento.
Para aumentar a competitividade, o BCE considera «urgente» reduzir os «custos laborais e as margens de lucro excessivas», especialmente nos países com uma alta taxa de desemprego. Primeiro, o banco central sugere medidas como «reduzir o salário mínimo», «relaxar as leis de protecção laboral», «permitir o contrato individual de trabalho» e «abolir a correlação entre salários e inflação».Para quem tenha dúvidas sobre qual o futuro que estes canalhas têm definido para a Europa este relatório é claro. Menos protecção social e salários mais baixos em nome da economia global e dos mercados. Nos últimos dois anos o salário médio em Portugal já foi reduzido em 107 euros, já reduziram de 30 para 10 dias por cada ano de trabalho as indemnizações por despedimento, já possibilitam o despedimento sem justa causa, já diminuíram o valor do subsidio de desemprego, já aumentaram a idade da reforma e reduziram o seu valor mas ainda não lhes basta. Para esses pulhas 485 euros de salário mínimo ainda é muito e há que reduzi-lo enquanto promovem o aumento dos custos na energia, transportes, justiça, saúde e educação. Para esses FdP somos gado a quem podem explorar e utilizar como desejam e depois atirar para o lixo quando já não servimos. É esta gente que temos de combater e correr do poder assumindo-o como colectivo de cidadãos numa verdadeira democracia. Estamos fartos e está na hora de o demonstrarmos. Juntem-se, debatam e criem alternativas. Só assim podemos derrubar esta gente que nos trata como escravos do mercado.
Ajuda ou usura?
Segundo dados do Governo, Portugal vai pagar um total de 34.400 milhões de euros em juros pelos de euros empréstimos de 78 mil milhões do programa de ajuda da “troika” (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).
Embora o PS considere o valor é perfeitamente «normal». «São as regras internacionais», como disse Carlos Zorrinho, eu pessoalmente parece-me que chamar isto de ajuda é um exagero. Um negócio onde devia haver uma União Europeia. Onde devia estar a cooperação e a união está a lógica do mercado e da usura. Ainda recentemente se noticiava que a Alemanha já ganhou 9 mil milhões com a Crise das Dívidas Soberanas. O problema é saber até quando pode isto continuar, até quando vão conseguir esticar a corda. É que correm o perigo de acabarem pendurados na corda que agora nos colocaram no pescoço. E não falta muito, que os juros da Itália já vão nos 8 por cento e do governo do PP espanhol já saem vozes a chamar pela Troika. Bélgica, França e até a Finlândia já sentem os primeiros embates. Tirando isto tudo até poderia ser perfeitamente normal não fosse o caso de sermos nós que vamos ter de pagar.