Archive for the 'precariedade' Category

29
Ago
13

Eles estão unidos. E nós?

cavaco silva possuido por cioelhos

Cavaco decide não enviar a lei para o Tribunal Constitucional e promulga as 40 horas de trabalho para a Função Pública.

Um conhecido meu afirmava hoje que concordava que o horário dos funcionários públicos aumentasse para as 40 horas porque não compreendia porque haviam de trabalhar menos que os privados. Sei que essa é a ideia defendida por muita gente, mas esquecem alguns pormenores importantes. O primeiro é que isso é feito com a intenção de despedir funcionários e contrariamente ao que dizem isso só vai agravar as contas do estado com o pagamento das indemnizações como vai sobrecarregar ainda mais a segurança social, para além da redução de receitas na cobrança dos impostos. Primeiro mas não o mais importante, porque mais importante mesmo é que mais milhares de cidadãos vão ser atirados para o desemprego e para a pobreza, mais famílias vão sentir a fome e vão saber o que é a miséria. E, isso não vai resolver nada os problemas de todos nós, não vai representar uma redução de impostos ou uma melhoria nos serviços. Antes pelo contrário, só vai agravar ainda mais a crise e exigir novos sacrifícios.

Este governo, como já os anteriores faziam, é bom a dividir para reinar. Com mentiras e enganos lança-se trabalhadores contra trabalhadores. Mas, adaptando o famoso poema ” primeiro lixaram os professores, mas eu não me importei porque não sou professor, depois lixaram os enfermeiros mas eu não me importei porque não sou enfermeiro, depois lixaram os………, agora estão a despedir-me a mim e já não há quem me ajude.

É importante que todos compreendamos que o ataque a um direito de um trabalhador, seja ele varredor do lixo, médico, engenheiro ou outra coisa qualquer é um ataque contra todos nós. Temos de nos unir, temos de ser solidários e temos de lutar todos juntos pelos direitos de todos e de cada um.

09
Abr
13

A saga continua

vitor gaspar maos de tesoura e a arvor das patacas

Felizmente há algum tempo que me deixei de assistir a noticiários nas nossas televisões por uma questão de sanidade mental, mas hoje, nem sei porquê resolvi sentar-me em frente ao televisor e carregar no botão. Fiquei completamente horrorizado com a campanha a que assisti. Desde a chantagem dos nossos “amigos” europeus que ameaçam cortar com o dinheiro, ao arrebanhar de comentadores, uns para criticarem o Tribunal Constitucional por ter cumprido com a sua função de fazer respeitar a lei inscrita na Constituição,  outros para nos mostrarem já onde o governo vai obrigatoriamente ter de cortar, na saúde, na educação e na segurança social, com a sugestão de milhares de despedimentos na função pública. Eram 2 mil milhões aqui, mais 700 milhões acolá, mais 1500 milhões noutro lado, mais mil milhões por todo lado. Aquilo somado dava muitos milhares de milhões sem haver quem dissesse que o Tribunal Constitucional só cortou 1300 milhões. Se fizerem todos os cortes que foram anunciando vamos ser um país riquíssimo heio de gente sem um pão para comer. É que nos jornais os cortes já se transformam em mais impostos e o IRS para os funcionários públicos vai subir. É um fartar vilanagem. Mas não refilem, tenham medo porque já paira a ameaça de não haver dinheiro para pagar os salários de Abril (a próxima tranche de ajuda só estava prevista chegar em Maio), Este país entrou em loucura e a comunicação social já está a fazer a cabeça das pessoas para a inevitabilidade, para aguentarem e calarem. Ah, e afinal o tal relatório do FMI, a dizer aquilo que o governo pediu para lá vir escrito e que era só um estudo, uma achega ao debate da “refundação do estado” agora já é a Bíblia dos próximos tempos e há que começar a cumprir com os seus mandamentos.  Mais gente para o desemprego, mais cortes nos salários, nos subsídios, aumento das taxas moderadoras, das propinas, dos horários de trabalho, da idade da reforma e sei la´que mais. Ah, e para a semana troika vem de novo a Portugal entregar mais um caderninho de exigências e medidas e quem sabe um segundo resgate. Realmente não somos a Grécia mas alguém me vai ter de explicar a diferença que não seja um ano de atraso na rota da miséria.
O Bastonário da Ordem dos Médicos já veio avisar que se houver mais cortes na saúde há o perigo de começarem a morrer mais gente nos hospitais por falta de condições. A Troika mata e tudo em nome do lucro, dos mercados.

Num país onde o Mexia da EDP ganha 8500 euros por dia e onde o tal bandalho do Ulrich, veio dizer que os portugueses aguentam, a pergunta a fazer. Vamos mesmo aguentar ou vamos dizer basta? vamos ficar parados a assistir a mais esta vergonha? Vamos ficar à espera que alguém se lembre de convocar mais uma manifestação para daqui a uns meses?

15
Mar
13

Lixo humano

vitor gaspar stinks

E agora como é? Para a Troika está tudo bem e até aceitam que o défice de 6,6% (mais 2.6% que o acordado) em 2012 e nos dão mais uma ano para atingir os 3%. Que se lixe se afinal a recessão não é de 1 mas sim de 3,2% este ano, que a divida externa atinja os 123,7%  e que o desemprego suba até aos 19%. Que se lixem os portugueses se morrerem de fome e que se lixe o país. Isto nas novas previsões do governo que normalmente já mostraram ser optimista passados dois meses com a realidade a ser bem mais terrível.
E agora como é? Este governo não muda uma virgula no rumo que escolheu e já se prepara para acrescentar mais 4 mil milhões à austeridade, despedir 20 mil funcionários públicos, aumentar impostos e baixar o próprio salário mínimo. Que se lixem as pessoas, que se lixe a Constituição, as leis e a democracia que importante mesmo são os bancos e os mercados.
E agora como é? Vamos ficar a chorar-nos nos sofá lá de casa (quem ainda tem casa), a chamar nomes aos governantes nas conversas de cafés ou vamos realmente fazer alguma coisa que possa mudar isto. Só vindo para a rua, ocupando-a, exigindo a demissão deste governo e a responsabilização de todos os que nos colocaram nesta situação, exigindo tolerância zero para a corrupção, suspendendo a dívida até ser feita uma auditoria independente que anule a sua parte suja e usurária, Exigindo mais democracia, que sejamos escutados nas decisões mais importantes e um maior controlo sobre os governantes assim como o direito a revogar o seu cargo a qualquer altura do mandato, Só quando assumirmos a responsabilidade pela condução da nossa vida e do nosso destino isto pode mudar. De que estamos á espera?

12
Jan
13

Cuidado com a Machadada final

passos coelho vitor gaspar miguel relvas trabalho feito

 Por mais que esta escumalha que está a destruir o país diga que o relatório do FMI é só uma base de estudo para o corte nas despesas do Estado todos sabem que aquelas eram as medidas que este governo gostava de aplicar. A criação de uma Comissão parlamentar tentando que esta seja presidida por alguém do Partido Socialista não passa de um truque para tentar diluir responsabilidades e tentar tapar o sol com uma peneira. Mas, mesmo considerando o documento do FMI, pelo qual pagaram milhões de euros, seja só uma base de trabalho isso já seria inaceitável pois nada ali é aproveitável. A base de trabalho devia ser a realidade da vida dos portugueses, dos milhões de pobres, dos milhares de sem abrigo, das centenas de milhares de desempregados, dos milhões de precários e dos milhares de boys e das suas mordomias, os negócios ruinosos para o Estado e milionários para os especuladores, e já agora os negócios do BPN e do BANIF para não falar das privatizações das empresas públicas lucrativas ou do dinheiro da Segurança Social perdido em jogos da bolsa.

Importante mesmo é travar este processo e dizer não à destruição do estado social. Querem dinheiro, retirem-no das suas mordomias e do dinheiro que distribuem pelos amigos e pelos especuladores. Não aceitem pagar juros especulativos de uma dívida que nem é nossa. Esta é uma luta que é de todos e que tem de ser travada agora. Quem ficar em casa, quem pensar que não vale a pena, quem deixar para os outros aquilo que também é da sua responsabilidade que depois não se queixe dos males que lhe acontecerem, de não ter um serviço de saúde digno, da escoa dos seus filhos não ter condições ou de ter mais tarde de sobreviver com uma pensão de miséria. A defesa dos nossos direitos tem de ser feita hoje, porque é hoje que eles lhes querem dar a machadada final. Este governo vai cair mais cedo ou mais tarde mas não vamos permitir que antes disse nos retire aquilo que demoramos tantos anos de luta a conquistar.

PS: Hoje esteve quase a não haver bonecos do Kaos porque o meu rato resolveu ganhar vida própria e não fazer nada daquilo que lhe pedia. Felizmente encontrei um outro que, embora já reformado por também ele já não ser de grande confiança, tornou possível fazer o boneco.

09
Jan
13

FIM e FMI são sinónimos do mesmo

christine lagarde passos coelho paraiso do fmi

Hoje foi dado a conhecer um relatório encomendado pelo governo ao FMI que pretende cortar 4 mil milhões na despesa do Estado. Coisas como corte nas pensões, no subsidio de desemprego, nos salários na ordem dos 20%, despedimento de dezenas de milhares de funcionários públicos, aumento da idade da reforma, dos horários de trabalho, das taxas moderadoras na saúde e nas propinas escolares são as soluções apontadas. (Relatório completo aqui). Claro que muitas das sugestões são inconstitucionais, mas o governo já veio dizer que não descarta nenhuma e o velho Ministro das Finanças dos Sócretinos veio defender que se tem de mudar a Constituição para não atrapalhar a governação.
Chamar filhos da puta a esta gente do FMI e quem lhes presta vassalagem é pouco. São assassinos dispostos a fazer um genocídio dos que menos têm para encher a mula a meia dúzia de gulosos que  trabalham para os mercados e grandes corporações. Não sei o que pensarão os portugueses daquilo que está a acontecer, ou melhor saber sei, o que não sei é até quando e o que estão dispostos a fazer para mudar a situação. Soluções há, das mais violentas ás mais pacificas, mas para que se concretizem há que estar disposto a fazer e a participar. Ir a uma manifestação pode ser um começo, mas está muito longe de ser o fim. Eu e muitos outros temos estado presentes e activos à espera dessa hora, agora só falta que se juntem os milhões que também desejam a mudança.

19
Dez
12

Uma coisa que não é coisa nenhuma

antonio jose seguro tocador de flauta

Hoje não sei porquê apetecia-me fazer alguém ou alguma coisa que não servisse para nada. Mal cheguei ao computador, embora personagens irrelevantes não faltem por aí,  foi fácil decidir, só podia ser o António José Seguro, que sem saber como um dia destes ainda chega a Primeiro-ministro sem nada fazer por isso ou o merecer. Num país em que o poder é uma exercício de alterne, em que a comunicação social, pertença dos grandes grupos económicos e ao seu serviço, condicionam a liberdade e a democracia com mentiras e enganos, as ditas alternativas não passam de meros piões no jogo do sistema, nada é muito difícil prever. Ao Seguro, um mais um Jotinha, parece bastar-lhe sentar-se e calmamente esperar que o governo lhe caia nas mãos. Claro que há sempre o perigo, se deixar que os aldrabões que nos governam se aguentem por lá, de que no PS alguém se impaciente ou seja mordido pelo bichinho do poder e lhe puxe o tapete debaixo dos pés. Para sua sorte o António Costa parece preferir ir directamente para o lugar do Sr. Silva sem passar pelo governo.

A pergunta que me vem à cabeça é se ainda não será desta que vamos acordar e perceber que toda esta gente que se alimenta do sistema não é realmente uma alternativa séria. Só com uma mudança real, recusando mais do mesmo, exigindo uma real democracia mais directa e participativa e a recusa de participar nos jogos dos mercados especuladores que nos controlam com dividas forjadas para nos roubarem direitos e a própria dignidade como pessoas, podemos ter esperança. Até quando vamos continuar a aceitar ser condicionados e enganados por esta gente?

24
Nov
12

Colonialismo financeiro

 

Desaceleração na receita faz o défice da administração central e da Segurança Social subir quase 2.300 milhões em Outubro, atingindo já os 8.145 milhões este ano, estando apenas a 855 milhões da meta da troika. Tal facto ficou a dever-se a uma queda de 4,6% nas receitas fiscais só em Outubro. (IRC -19.9%, IVA -2%, I.P.Petrolíferos, -8,2%, I.Veículos -2,1% e só o IRS subiu 2,7%).

Estes números mostram bem o falhanço das politicas deste governo e de como os sacrifícios que nos estão a pedir só nos conduzirão a mais crise e mais sacrifícios. Mas, isto não parece incomodar nem o Gaspar nem os seus donos europeus que não se cansam de o elogiar até o sobem no ranking dos ministros das finanças. Não os preocupa pois o que realmente desejam e roubar todas as riquezas, sejam elas naturais ou empresas com sucesso e criar uma zona de baixos  salários e direitos quase escravos para onde possam enviar as suas empresas mais poluentes e que exijam mais mão de obra e, aproveitando as boas praias, mar gastronomia e serviços transformar este país na sua colónia balnear. É por isso que pagar a dívida não é uma prioridade e pretendem até que se torne eterna pois assim terão sempre juros agiotas para nos cobrar, ficando com grande parte da riqueza que produzimos bem como com o controlo politico sobre o país. Uma forma de colonialismo económico em que roubam os bens e a soberania dos povos.

28
Out
12

O gigante Relvas

Miguel Relvas sustentou que, embora se assista a uma «crescente crispação em Portugal» e «a gritaria» tenha ocupado o debate público, não há «alternativa à austeridade e às reformas estruturais» do Governo. «Temos consciência dos custos elevados para as famílias e da coragem com que os desempregados estão a suportar estes tempos difíceis». Mas, mesmo quem contesta a austeridade «sabe que não tem outra saída» e comporta-se como um doente que «vai pensando todo o tempo em evitar aquela medicação» indispensável para a sua cura, que exige «sacrifícios, paciência e disciplina».

“Quero que tudo seja apurado, porque, como disse, fiz de acordo com a lei, de consciência tranquila, de boa-fé. Era assim que estava, é assim que estou e é assim que continuarei a estar”, insistiu o governante, depois de sustentar que prossegue “uma vida aberta, transparente e clara” e que “quem desempenha cargos públicos tem de estar sempre disponível para poder responder sobre todas as dúvidas que existem”.

O relatório da Inspeção-Geral da Educação e Ciência, noticia o semanário Expresso na sua última edição, mostra que Miguel Relvas foi não só o aluno que recebeu mais equivalências a maior número de cadeiras (32 num total de 36, o que equivale a 160 dos 180 créditos exigidos para a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais) como contou com equivalências a cadeiras que tão-pouco existiam no ano lectivo de 2006/2007, quando esteve matriculado na Universidade Lusófona.

Dois recentes momentos em que o Miguel Relvas fez afirmações, primeiro sobre a austeridade onde exigiu sacrifícios, paciência e disciplina chamando às vozes que a contestam, gritaria. No segundo para mostrar toda a sua beatitude apresentando-se como senhor de uma vida aberta, impoluta e transparente. Só não se viram crescer-lhe asinhas  nas costas porque foi agora conhecido, não que já não se soubesse que era Senhor Doutor por equivalência, mas porque se formou com equivalências até a cadeiras que não existiam na faculdade.
Um governo que tem um Relvas como Ministro não é um governo, é um covil de hienas, é um antro de compadrio e aldrabices, é uma vergonha a que nenhum povo devia ser sujeito. Se lhe juntarmos que é essa gente que está a vender o que resta de público em nebulosas privatizações, então temos a certeza que este país está a ser saqueado. Está o país e estamos todos nós com roubos de salários e reformas. Se pensam que isto é muito mau então juntem-lhe a destruição do emprego, da saúde  e escolas públicas, do estado social, dos direitos laborais e civis e vejam o que restará quando esta gente terminar a pilhagem. Isto não vai acontecer no futuro, está acontecer agora e se o não travamos já não vai restar nada para salvar mais tarde.

Se todos não percebermos que não podemos ficar sentados à espera que outros resolvam os nossos problemas, temos de ser nós, todos a fazê-lo e já.

04
Out
12

O roubo continua

Vítor Gaspar admitiu um enorme aumento de impostos e anunciou novas medidas de austeridade. A grande novidade é a sobretaxa de 4% no IRS. As mexidas no IRS não ficam por aqui e o número de escalões vai diminuir dos actuais 8 para apenas 5. Também se mantêm o corte de um subsidio para os trabalhadores da função pública e reformados.

 Já não vamos pagar na TSU mais 7% mas vamos pagar mais que isso em IRS. Não rouba com uma mão, rouba com a outra. A questão está que, se já havia muitos a quem a austeridade estava a atirar para a miséria, muitos outros acabarão inevitavelmente por lá cair. Não se compreende que haja um governo que governe para os números esquecendo os cidadãos e acabe por mostrar sempre números muito piores. Os números do défice, recessão e desemprego são corrigidos para pior de dois em dois meses e servem para justificar mais e mais austeridade. Porra, já chega. Só espero que os portugueses não se calem e corram urgentemente com esta canalha. Se a economia do país não aguente os portugueses muito menos. Já não há guito.
30
Set
12

A mama não acaba

O Estado português concedeu em 2011 benefícios fiscais de quase mil milhões de euros a 40 empresas, segundo dados publicados pelo Ministério das Finanças.
No total, o Estado concedeu no ano passado benefícios fiscais em sede de IRC a perto de 11 mil empresas (10.834), num total de 1370 milhões de euros, o que representa quase um quinto do défice de 2011. Assim, 0,37% das empresas com benefícios fiscais arrecadaram 972,7 milhões de euros, o que corresponde a 71% do total concedido.
Na lista disponibilizada, destacam-se claramente duas empresas, a Livermore Lda e a Aljardi SGPS, com benefícios fiscais de respectivamente 217 milhões e 160 milhões de euros. Seguem-se a Itasant, a Broadshit Gibraltar e a Malpensa, com benefícios de respectivamente 78,3 milhões, 76,3 milhões e 48,4 milhões de euros. Estas cinco empresas recebiam estes benefícios por terem sede na Zona Franca da Madeira.
A Livermore é uma sociedade unipessoal com actividade na consultoria de serviços, segundo a informação dos directórios on-line de empresas, onde não se identifica o seu proprietário. A Aljardi é uma holding do Grupo Santander com actividade na finança e seguros.
A Itasant é uma gestora de participações sociais também unipessoal, enquanto a Malpensa e a Broadshit Gibraltar são ambas consultoras – a primeira de serviços e a segunda de projectos.
As primeiras 22 empresas da lista de beneficiários de IRC em 2011 têm na sua esmagadora maioria sede na Zona Franca da Madeira, com três excepções: PT Ventures (do grupo PT), Portucel e o Banco BPI, com benefícios de respectivamente 40,2 milhões, 27,7 milhões e 16,3 milhões. Algumas delas deixaram entretanto este centro de negócios.
Nos lugares seguintes surgem algumas grandes empresas nacionais: a Autoeuropa (23ª, com quase oito milhões), a PT (24ª, 7,9 milhões), ou Celbi (26ª, com 7,3 milhões). A Lactogal está em 33º (5,6 milhões) e o BCP em 38º (4,9 milhões).
Os 1370 milhões de euros atribuídos em benefícios fiscais às empresas representam 18,86% do défice de 7262 milhões de euros que o Estado teve no ano passado (4,2% do PIB, segundo foi comunicado a Bruxelas), conseguido apenas com recurso a uma medida extraordinária. [Publico]
Há mais algum comentário a fazer a esta noticia que a própria noticia? Chamar-lhes porcos, mamões, canalhas  alivia mas não resolve. Roubam-nos, tiram-nos tudo o que levamos anos a conquistar, saúde pública, educação, justiça, transportes, reformas, direitos laborais, e sei lá que mais, atiram centenas de milhares para o desemprego e milhões para a precariedade, pobreza e miséria. Aumentam brutalmente os impostos sobre quem trabalha e dão benesses a empresas que nada produzem a não ser especulação. Beneficia-se quem se esconde na zona Franca e a banca com grandes culpas na situação a que chegámos. Uma vergonha a que a indignação começa a ser pouco. Há alternativas e estes números mostram-nas bem. Rua com esta canalha toda já.

29
Set
12

Um País das Maravilhas e de culpados

Vivemos no País das Maravilhas, em que temos todas as culpas da merda que os outros fizeram, que temos de pagar o que os outros roubaram, em que um dia estamos a ser transportados por bons ventos e no outro já naufragamos no temporal dos Mercados. Certo é que mesmo que tudo corra mal, que os números se oponham aos discursos percorremos a rota da inevitabilidade imposta pelos outros, entre luzes ao fim do túnel e a miragem que elas representam. Somos todos os dias vitimas das mentiras e dos enganos, da ganancia de alguns e da voracidade de outros. Ontem eram tantas as noticias que nem consegui escolher uma para fazer o boneco. Da salivação dos banqueiros perante a possibilidade da privatização da CGD, à condenação à morte proposta pela Comissão de Ética e da Vida para quem custe demasiado caro ao Estado em relação à sua esperança de vida, ao aumento do IRS, cortes em subsídios, excepções à austeridade para alguns e o desespero para outros, passando pelo aumento da segurança particular dos Ministros ou à violência policial em Espanha. Estas foram algumas que me lembrei assim de repente de uma lista que não tem fim de malfeitorias e de enganos. Fica tudo melhor dito quando no fim ainda ouvimos o incapaz do Passos Coelho atirar as culpas de um futuro sem esperança para as costas de quem tudo tem suportado. «O primeiro-ministro dramatizou hoje a importância da disponibilidade dos portugueses para prosseguirem o “esforço de ajustamento” da economia portuguesa, afirmando que “se isto vai tudo correr bem ou tudo correr mal” depende muito da vontade colectiva.» Mais dia menos dia ainda vamos ser acusados de que toda a falência a que vamos chegar, bem pior que aquela em que já estamos mergulhados, é nossa e não deles. Puta que os pariu a todos que a culpa só será nossa se não tivermos a coragem de correr com esta escumalha toda de vez e assumirmos o nosso futuro nas nossas mãos.

11
Ago
12

Somos governados por canalhas e pulhas

O Banco Central Europeu recomendou aos países que estão a sofrer altas taxas de desemprego uma bateria de medidas estruturais que inclui reduzir mais os salários e as indemnizações por despedimento.
Para aumentar a competitividade, o BCE considera «urgente» reduzir os «custos laborais e as margens de lucro excessivas», especialmente nos países com uma alta taxa de desemprego. Primeiro, o banco central sugere medidas como «reduzir o salário mínimo», «relaxar as leis de protecção laboral», «permitir o contrato individual de trabalho» e «abolir a correlação entre salários e inflação».

Para quem tenha dúvidas sobre qual o futuro que estes canalhas têm definido para a Europa este relatório é claro. Menos protecção social e salários mais baixos em nome da economia global e dos mercados. Nos últimos dois anos o salário médio em Portugal já foi reduzido em 107 euros, já reduziram de 30 para 10 dias por cada ano de trabalho as indemnizações por despedimento, já possibilitam o despedimento sem justa causa, já diminuíram o valor do subsidio de desemprego, já aumentaram a idade da reforma e reduziram o seu valor mas ainda não lhes basta. Para esses pulhas 485 euros de salário mínimo ainda é muito e há que reduzi-lo enquanto promovem o aumento dos custos na energia, transportes, justiça, saúde e educação. Para esses FdP somos gado a quem podem explorar e utilizar como desejam e depois atirar para o lixo quando já não servimos. É esta gente que temos de combater e correr do poder assumindo-o como colectivo de cidadãos numa verdadeira democracia. Estamos fartos e está na hora de o demonstrarmos. Juntem-se, debatam e criem alternativas. Só assim podemos derrubar esta gente que nos trata como escravos do mercado.

10
Ago
12

Trabalhar por 50 Centimos à hora

A Becoming Green, uma empresa britânica está a empregar presos a quem paga 3 libras por dia (3,77 euros). E em simultâneo tem despedido funcionários.A empresa de instalação de painéis de energia solar, aderiu a um programa promovido pelas autoridades britânicas que visa a ocupação dos prisioneiros e nos últimos meses integrou dezenas deles nos seus serviços.  A empresa garante que foi autorizada pela prisão a pagar 3 libras aos presos e que o acordo é para um mínimo de 40 dias, mas pode prolongar o «emprego» pelo tempo que quiser, pelo mesmo valor. Confirma ainda que nesse período despediu outros trabalhadores mas defende que isso faz parte «do ambiente normal de um call center».

Isto pode parecer mais um caso isolado de uma empresa oportunista, mas se prestarmos atenção isto só é a consequência das politicas liberais e capitalistas que governam a Europa. Cada vez mais o trabalho é precário, sem direitos e com salários cada vez mais baixos. Esta é a politica em curso agravada pelo ataque ao estado social, (saúde, educação, segurança social) e serviços públicos (transportes, energia e água). Em nome dos mercados e do aumento da riqueza de alguns condenam à miséria muito milhões. Pagar a presos menos de 50 cêntimos por uma hora de trabalho é pior que escravatura pois assim nem casa e alimentação têm de fornecer. Perdeu-se a vergonha e entrámos no mundo do vale tudo.
É por isso que a solução não passa pelos partidos do regime e exige a mobilização dos povos para nas ruas debaterem novas vias, novas soluções e exigirem a mudança. Uma democracia verdadeira, mais participada, mais directa é essencial. É isso que os movimentos dos Indignados e as acampadas andam a dizer há mais de uma ano sempre sobre a mira das policias e da comunicação social do regime dispostos a silenciar esta alternativa. Mas esta apatia que se assiste por parte das populações não pode continuar para sempre a cada vez mais gente compreende que não pode ficar em casa sentada no sofá à espera de um qualquer Dom Sebastião que lhe venha resolver o problema. A solução está em cada um de nós para juntos fazermos a mudança. Não esperem por milagres que o milagre é a capacidade que todos nós temos para pensar, para debater e para decidir. Está tudo nas nossas mãos e na nossa vontade.

13
Jul
12

Debate do Estado da Nação

 

14
Jun
12

Mentir aos serviço do poder

«O pacote de apoio europeu de até 100 mil milhões de euros à banca espanhola terá que ser devolvido num prazo de 15 anos com cinco anos de carência e um juro de 3%o, noticiou hoje o jornal El Mundo.
O diário avançou algumas das condições do pacote financeiro, acordado no sábado passado numa reunião do Eurogrupo, mas cujos contornos estão ainda a ser finalizados em negociações entre Espanha e os parceiros europeus.
Se estas condições forem confirmadas, o programa de apoio não terá efeito no défice do Governo nos próximos anos – no qual cairiam os juros – e, como tal, não afetará os objetivos do Executivo.
Afinal parece que na reunião do Eurogrupo, contrariamente ao que afirmou o Vitor Gaspar, sempre se decidiram as linhas mestras do empréstimo de 100 mil milhões à banca espanhola.  Uma vez mais faltaram à verdade para assim não verem as medidas de austeridade a Portugal suavizadas e podendo continuar a justificar as medidas de austeridade, os cortes nos salários, nos direitos laborais e sociais e desbaratar as empresas públicas, impondo o capitalismo liberal e selvagem em nome da nova ordem mundial, pouco se importando se isso condena este país à pobreza e à miséria.



Indignados Lisboa
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