Quanto irá custar aos espanhóis o jogar desta carta
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Rajoy o Joker do momento
O sucesso do Gaspar
Ontem todos pudemos ver o Vitor Gaspar muito satisfeito por ter passado em mais um exame da Troika, mesmo que esta lhe tenha exigido que o tempo do subsidio de desemprego e os direitos laborais devam ser ainda reduzidos. Uma estranha satisfação para quem vê a recessão, a precariedade, o desemprego, a pobreza, a miséria, a subirem rapidamente enquanto a economia, os direitos laborais e sociais, a saúde, e educação e a segurança social são destruídos.
Que raio de sucesso é este?
Só se for por ir receber mais um cheque de quatro mil milhões no mesmo dia em que “ofereceu” mais sete mil milhões à banca.
O Polvo do BPN
Duarte Lima parece ter decidido, talvez em troca de medidas de coacção mais leves ou da inocência do seu filho ou mesmo de uma pena mais leve quando do seu julgamento, pôr a boca no trombone e denunciar os seus ex-amigos e colegas, com o BPN, UBS, Banco Insular e sei lá mais quem. Esperemos que na sua ruindade e na sua tentativa de se safar das acusações, se não lhe limparem o sebo antes, venha a acusar muita gente que por aí se pavoneia como mais séria que todos os outros, Ou, como normalmente acontece neste país, tudo isto acabe com a montanha a parir um rato.
A verdade é que mais uma vez aparece o BPN metido ao barulho e são mais muitos milhares de milhões que estão em jogo. Tantos, roubados por tão poucos, que talvez sejam suficientes para justificar e pagar a divida que dizem ser de todos.
Sinónimo de Cavaquismo
Sempre que se fala do BPN há nomes ditos impolutos, até um para quem ainda está por nascer alguém mais honesto que ele, que aparecem sempre. Apetece-me sempre fazer-lhe mais um boneco, mais que não seja para memória futura, pois quem sabe se um dia quando se falar de cavaquismo, ele seja sinónimo de BPN, que já é agora sinónimo de corrupção, roubo e compadrio.
BPN Eles ainda andam po aí
Já muito foi dito e escrito sobre o BPN, já todos sabemos que da corja que o geriu e se aproveitou da roubalheira poucos estão acusados, já todos sentimos no fim do mês as consequências dos milhares de milhões da maior burla bancária conhecida em Portugal. Não vou por isso escrever muito sobre o assunto, mas recomendar que leiam os artigos sobre o assunto que o DN está a publicar. Talvez depois todos compreendamos que é necessário exigir a demissão de cargos públicos e a condenação dos culpados, a restituição do dinheiro roubado e a devolução dos subsídios que nos foram roubados em seu nome. Eles andam por aí.
A Segurança Social pode evoluir para um sistema misto público/privado, disse neste sábado o ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares. «É importante podermos introduzir mudanças que garantam uma base pública do sistema de Segurança Social, que a base essencial seja pública, mas que ao mesmo tempo seja dada liberdade de escolha, nomeadamente às novas gerações». Liberdade de poder descontar-se para o sistema público ou para outros sistemas como mutualistas ou privados, explicou. E isso, para Pedro Mota Soares, significa «introduzir limites nas contribuições mas, acima de tudo, introduzir limites nas pensões que são pagas pelo Estado».Este governo continua a por em prática a sua agenda neo-liberal de destruição da Escola Pública, do Serviço Nacional de Saúde e agora da Segurança social. Há muito que os grandes grupos económicos se babam pelos dinheiros da Segurança Social e há muito que a desculpa da insustentabilidade do sistema é utilizado para promover a sua destruição. Em todos os governos este assunto é levantado, aumenta-se a idade da reforma, diminuem-se as prestações sociais e todos garantem que dessa forma a sustentabilidade está garantida para as próximas décadas, até chegar o governo seguinte e tudo voltar ao principio. Agora é a solução é criar um limite máximo para as pensões pagas pelo estado para reduzir a despesas. como se isso não faça reduzir também as contribuições e com isso as receitas dessa mesma Segurança Social. Esse dinheiro passa a ir para os Privados que podem garantir o pagamento daquilo que o estado não pode. Ninguém questiona que os mesmos descontos no Estado não cheguem para pagar as pensões mas nas mãos dos privados dêem enormes lucros. É que, mesmo nas mãos do Estado a Segurança Social acaba sempre com lucros o que para o neo-liberalismo é um horror. Milhares de milhões que podiam colocar nos seus bolsos a serem utilizados para o bem comum.
No mesmo dia que a União Europeia autorizou a venda do BPN ao BIC, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho afirmou que «Fico muito satisfeito porque foi possível salvar o BPN».
Por este andar ainda tornam o Passos Coelho sócio honorário da Associação de Defesa dos Banqueiros. É que satisfeito mesmo deve estar o Mira Amaral pelo belo negócio que fez à custa do dinheiro público.
Vira o disco e toca o mesmo
Para além dos 767 milhões de euros que o Governo acaba de meter no BPN, pelo acordo para a sua venda ao BIC, o jornal “Público” noticia que o Governo se comprometeu com mais um empréstimo de 300 milhões de euros da CGD ao BPN, a três anos e a uma taxa de juro igual à Euribor, sem qualquer spread (ou seja, sem que o banco público ganhe alguma coisa com o negócio).A história deste banco é algo de fantástico e atravessa vários governos. Criado na era do Cavaquismo este banco dos seus amigos foi um local de bandidagem. Durante anos o roubo e a corrupção foram a prática e muitos lucraram e ficaram ricos com as trafulhices ai feitas sem que hoje sejam chamados a qualquer responsabilidade. Também quem devia supervisionar o que por ali se passava não viu nada e hoje até foi promovido a vice-presidente do Banco Central Europeu. Quando a crise trouxe ao de cima o buraco criado pelos roubos houve logo quem tomasse como imperiosa a sua salvação para evitar contágios no sistema financeiro. Um buraco sem fundo onde milhões de milhões eram enterrados sem qualquer hipótese de retorno. Finalmente chega a este governo que o decide vender a saldos por 40 milhões para depois ainda lá colocar mais de mil milhões. No total já ultrapassa os 5500 milhões o que nos custou a todos nós a roubalheira do BPN. Mais que o valor do corte nos subsídios de Férias e Natal, mais que o aumento do IVA nos bens essenciais, mais que o aumento das taxas moderadoras ou aumento dos transportes. É isso que nos estão a fazer pagar a nós enquanto dos culpados não há novidades. Do dinheiro roubado não se conhece o paradeiro ou se tenta recuperar. Nós pagamos e pronto.
BPN. O roubo continua
O Estado acordou esta sexta-feira a venda do BPN ao Banco BIC, que tem como accionistas de referência a filha do Presidente angolano, Isabel dos Santos, e o português Américo Amorim, mas ainda pode ter de injectar mais dinheiro na instituição, admitiu o presidente do BIC, Mira Amaral. «Nós acordámos comprar o banco com o seguinte balanço: 2,2 mil milhões de euros de crédito, 1,8 mil milhões de euros em depósitos, e rácios de solvabilidade acima de 9%, que é o limite mínimo exigido pelo Banco de Portugal».
O presidente do BIC desconhece «qual a situação líquida do banco neste momento», por isso, diz, também não sabe «quanto é que o Estado terá de meter ainda no BPN para atingir a situação que foi acordada no contrato promessa, mas admitiu que o valor em causa se poderia aproximar dos 500 milhões de euros. «O Governo tem de capitalizar o banco para atingir os rácios acordados, mas não sei quanto é que ainda terá de lá meter».Grande negócio, um banco com 2,2 mil milhões de euros de crédito, 1,8 mil milhões em depósitos, e rácios de solvabilidade acima de 9% por 40 milhões de euros. Para nós, que ainda veremos pelo menos mais 500 milhões lá enterrados não o será, mas para o Mira Amaral, a Isabel Santos e o Américo Amorim é o chamado negócio da China. Que imposto irá aumentar ou quanto nos vão retirar do salário para pagar isto ainda se está para ver.
Bad Bank for Bad Boys
Já nos disseram muitas vezes que é imprescindível salvar a banca, como aconteceu no caso BPN, que há riscos sistémicos, que sem ela não há quem financia e economia e outras coisas que tais. Quer-me parecer que um banco do estado podia fazer tudo isso e muito mais, mas a sua adoração pela banca é sagrada. Por isso o Estado assume a garantia de empréstimos de muitos milhares de milhões aos bancos, paga outros milhares de milhões para salvar roubalheiras como o BPN, que depois vende por 40 milhões e agora já se fala de um Bad Bank que mais não é que um Banco do Estado para recolher todos os activos tóxicos que a banca criou na sua ânsia de lucro fácil. O mais grave é que o Estado acabamos por ser todos nós quando chega a hora de pagar os prejuízos. Não há dinheiro para carapaus, mas para o caviar nunca vai faltar.
O Joe e os Bancos
O presidente da Comissão de Remunerações e Previdências do BCP, Joe Berardo, e que actualmente possui 4,23% do capital desta instituição bancária, deve 400 milhões ao BCP, 250 milhões ao BES e 360 milhões à CGD.Lembro-me de há uns tempos ter lido a notícia destes três bancos terem andado reunidos para encontrar uma solução para o problema da existência de uma dívida do Berardo de mil milhões que ele não podia pagar. A solução foi juntarem-se para lhe fazer um novo crédito, em condições mais vantajosas que o anterior, para que ele pudesse pagar a divída na altura. Algum tempo depois tudo está na mesma, continua a ter acções, quintas de Budas e a mesma dívida.
Como todos sabemos, quem deve mil euros a um banco tem problemas, mas se deve mil milhões quem tem um problema é o banco, ou melhor, somos todos nós porque de uma maneira ou de outra acabamos por pagar sempre os prejuisos dos bancos. Nada que mais um imposto não resolva.
A guarda do mealheiro dos bancos
O Executivo da chanceler alemã, Angela Merkel, está a preparar um plano destinado a revitalizar as instituições financeiras do país, bancos e seguradoras, no caso de a Grécia não conseguir cumprir as condições impostas no pacote de ajuda internacional e entrar em incumprimento.Parece evidente que é impossivel a qualquer país poder uma dívida com juros de 55 por cento. A pergunta que se pode fazer é porque há quem empreste dinheiro sabendo que é impossivel que aquele a quem emprestam lhe possa vir a pagar?
Isso só faz algum sentido se souberem que quando chegar a hora do incumprimento alguém vai assumir a dívida e que acabarão por receber o que emprestaram e os juros na totalidade. Então quem pagará? Vamos pagar todos nós pois os governos podem dizer que não têm dinheiro para a saúde, educação ou apoios sociais mas para refinanciar a banca nunca vai faltar. Mais imposto, menos imposto, mais austeridade, menos austeridade o mais certo é que acabaremos todos por pagar.